segunda-feira, 30 de novembro de 2009

O Rei vai nu




É evidente que o Rei vai nu, mas quem se atreve a abrir a boca?

Julgo que é chegada a hora de com serenidade, verdade e isenção discutir a «saúde» da CM de Évora.
Os sinais de uma oposição atenta e actuante criam-nos algumas expectativas, mas é necessária coragem…
Algumas dicas para aprofundamento (por quem o pode fazer):
-Quem são, como foram recrutados e que privilégios usufruem as chefias? Que enquadramento legal têm alguns desses privilégios? (por exemplo o uso privado de viaturas municipais)
- A assiduidade e pontualidade são deveres de todos ou alguns podem-se dar ao luxo de uma segunda ocupação coincidente com o seu horário de trabalho?
- Com quem tem a CM avenças? Em que montantes, para que fins e com que enquadramento legal?
- Quanto é o montante da divida – principalmente a fornecedores - mas também a Instituições, como por exemplo a ADSE e a CGA?
- Qual é o tempo médio de pagamento das dividas aos fornecedores?
- Quantas são as Empresas Municipais? Quem são os seus dirigentes (administradores e assessores) e quanto auferem?
- Será possível à CM apresentar estudo comparativo dos custos de alguns serviços (por exemplo Mercado Municipal) quando eram administrados directamente e agora que são administrados por Empresas Municipais ou similares?
- Quanto gasta a CM mensalmente em horas extraordinárias? São todas necessárias e justificadas? Não há alternativas?
- E gastos em telemóveis com telefones fixos à sua frente, qual é o montante mensal?

Chega?

domingo, 29 de novembro de 2009

Perguntas...idiotas




Na página do SAPO é costume colocarem uma pergunta, para resposta on line.
Tipo: “Hoje jogam Sporting e Benfica, na sua opinião quem vai ganhar?”.
Num destes dias, a pergunta tinha um pouco mais de profundidade filosófica. Apresentando como exemplo de um determinado Estado dos EUA (que para combater a crise, decidiu encerrar serviços públicos), perguntavam aos “navegadores” se concordavam com a adopção de uma medida semelhante em Portugal.
Não consultei sequer os resultados, mas não será difícil supor quais foram, dada a grandeza dos ataques ao prestígio “da função pública”que diversos sectores da sociedade portuguesa desferem, motivados pelos mais escusos objectivos.
Nos últimos anos esses ataques têm sido coordenados pelo Governo, chefiados pelo seu 1.º Ministro em pessoa e assessorados por um macaquinho de repetição. Existem outros figurões, mas são de 2.º plano.
Mas voltando à pergunta: porque não nos era dada uma indicação sobre que serviços poderiam encerrar?
É que ao não ser esclarecida esta questão, podemos livremente admitir que poderiam por exemplo estar a referir-se aos serviços de cobrança de impostos, aos hospitais, aos serviços de segurança e protecção civil, às escolas…
Seguindo este caminho, estou ansioso por uma pergunta que passo a sugerir: Para fazer face aos inúmeros problemas causados pela crise e já que o Governo se mostra incapaz de os resolver, como encara a possibilidade de deixar de proceder aos descontos no seu vencimento e ao pagamento de impostos?

sexta-feira, 27 de novembro de 2009

Re - Apresentação



Procurar cumprir e ter cumprido até agora o objectivo de colocar um texto diário neste espojinho impõe regras e acima de tudo estabelece compromissos.
Verificadas as visitas (n.º modesto, mas crescente e acima de tudo de origens geográficas muito diversificadas) coloca-me uma necessidade que de inicio não tinha e que é a necessidade de corresponder e para isso sinto também a necessidade de me explicar, ou seja de me re-apresentar.
O espojinho é a resposta aos meus desabafos mudos, é a minha caixa de eco perante os ecos que nos ensurdecem, é a procura de dizer a forma diferente como pensamos e para a qual não encontramos a ressonância que é atribuída aos outros - aos dominantes.
È mais um grito, que complemento com outros gritos.
Não é uma adesão à moda bloguista, até porque julgo que a onda já passou e muito menos uma procura de afirmação literária – não há talento, tempo e oportunidade para tal.
É escrever como se pensa e falar de igual forma – esperando ser ouvido e partilhado.
È um grito mudo chamando a atenção.
É sentir a revolta e querer partilhá-la, face ao modo dominante e asfixiante de oficialmente dizer e interpretar.
È procurar dizer: aqui está mais um que pensa como alguns de vós pensam.
É um espojinho, levantado num final de verão (prolongado).
É simplesmente um grito mudo chamando a atenção saído do grupo dos gritos mudos que nada dizem.

quinta-feira, 26 de novembro de 2009

O nome das Coisas



“Com o devido respeito pela memória e pela obra de Sophia de Mello Breyner Andresen” – porque este título é título de uma obra sua.



Atribuir um nome a uma coisa pressupõe um conhecimento, mesmo que mínimo, sobre essa coisa. Não se dá nome à coisa se não há coisa ou, havendo, dela não tomámos ainda conhecimento.
Não sei se por força do meu marcante ateísmo (ou agnosticismo) – esta é outra discussão – dar um nome à coisa é baptizar. Calma – não comecem já – bem sei que este é um termo caro à Igreja Católica – uso-o portanto sobre empréstimo e com o sentido lato que lhe dou: acto solene de atribuição de nome à coisa.
Assim sendo, concluo que quem deu o nome – baptizou – a agora muito em voga “operação face oculta” sabia minimamente algo sobre a coisa, sabia que a coisa existia e que essa coisa teria uma face oculta. Será que saberia até mesmo, permitam-se a pequena especulação, a quem pertence a verdadeira face oculta?
A questão é saber, se nós chegaremos a saber um dia de quem é a face ou se só ficaremos a conhecer as faces dos farsantes (secundários).
À justiça o que é da justiça, não é?!.
Ainda sobre a atribuição de nomes, divulga a imprensa espanhola, revelações interessantes sobre o trio de ataque que se engalinhou nas Lajes para anunciar a matança no Iraque, sendo que uma delas se prende exactamente com o nome (e a escolha condizente do local) a atribuir à cimeira. Parece que Aznar se opôs a que a mesma fosse nas Bermudas porque o nome sugeria peças de roupa…
O nome tem que encaixar na coisa.
Lajes não sugere roupa. Pode é ter passado a sugerir mentira colossal e despudorada.

quarta-feira, 25 de novembro de 2009

ABRIL, mesmo se novembro



Hoje a coisa resume-se ao poema, para quem só veja até aí.
E abre-se para quem veja para além disso.
Já aqui havia dito que não gostava de algumas efemérides de novembro.

terça-feira, 24 de novembro de 2009

CRISE

Vamos falar muito de crise. Fizemos um breve intervalo, por razões higiénicas, mas vamos voltar em força ao tema. A propósito… já tenho saudades da velha questão do deficit!
Sobre isto, o regresso da crise, dei por mim a pensar se não existirão duas crises em vez de uma só. Porventura até mais – mas solicito-vos para não sairmos da economia p.f.- fala-se tanto dela, porque afinal, não há uma mas sim duas. É um pouco como as variantes dos vírus (lagarto, lagarto, lagarto).
Eu explico: há a crise com que nos afectam a quase todos e com a qual justificam os baixos salários e o desemprego (alguns defendem mesmo que para preservar o emprego os trabalhadores deviam ser mais tolerantes… menos reivindicativos, poderiam, p.e. abdicar do salário) e há a crise que alimenta os lucros dos bancos (Lucro do Espírito Santo Financial Group aumentou – crescimento de 54% no resultado liquido consolidado - nos nove primeiros meses do ano, para os 101,3 milhões euros) e (o Goldmam Sachs prepara-se para oferecer bónus generosos) e outras, muitas outras noticias semelhantes.
É evidente que sofreram muito com a crise os banqueiros…
Dói-nos a alma confrontarmo-nos com notícias que nos trazem para essa dura realidade e nos confrontam com a dor de saber que em Londres, inúmeros banqueiros agora desempregados, estão a frequentar aulas de teatro em algumas das melhores escolas dramáticas.
É fácil de supor que se tratam de meras reciclagens…
Estamos todos na expectativa de ver em cena, um dueto entre Madoff e Oliveira e Costa, encenado por Dias Loureiro, com o sugestivo nome: Só o mar nos separava.

segunda-feira, 23 de novembro de 2009

O fantasma



Não sei a que propósito mas a propósito lembrei-me desta canção de Zeca Afonso. Nem a propósito

O fantasma da casa assombrada está de volta.
Já o esperávamos. Aliás este ano tardou. Costuma aparecer mais cedo.
É pequenino, cabelo e zona envolvente cor de cenoura raquítica, atarracado, do género de quem levou uma forte porrada no píncaro do sitio de onde despontam os cabelos (se não levou é pena) e diziam os caça fantasmas que se preparava ou prepara para mudar de habitat, parece que para os lados de Bruxelas.
É míope – só de um olho, porque do outro vê muito bem. Avistam-no por vezes lá para os lados da Rua do Ouro em Lisboa.
Há mesmo quem afirme que é aí a casa assombrada.
O seu mais enervante tique é ser repetitivo e enfadonho.
Que vá pois para Bruxelas, aliás poderíamos mesmo lançar uma campanha do género “salvemos o fantasma da casa assombrada – mandemo-lo para Bruxelas.”
O que devia assombrar, não assombrou e aí está ele de novo, no seu mais que predilecto papel: atazanar a vida aos funcionários públicos.
O refrão da cantiga (só sabe o refrão) é:
os funcionários púbicos iô
têm que perceber iô
Que a crise não deixa iô
Aumentar os vossos (e dá uma grande entoação a VOSSOS) iô
Salários iô.
Às vezes substitui crise por deficit.
Também já está taralhouco, os fantasmas não estão imunes…
Mandemo-lo pois para Bruxelas (para não o mandar para outro sítio pois somos gente educada e até os fantasmas merecem algum respeito).
Se precisar de uns carrinhos novos é só dizer…

domingo, 22 de novembro de 2009

Sopa da Panela


Ainda pensei em escrever sobre faces ocultas, indícios que o deixam de ser, ou que para uns são e para outros não, bpn (s) e outras sucatas, mas retraí a vontade.
Porque carga de águas devo ir para o pântano – um meio que não conheço – quando aqui nestas terras planas e secas, apesar de todos os males de que também padecemos, temos uma planície de horizontes à nossa frente e podemos partir discorrendo sobre o cante, sobre as artes e o património, sobre a escrita e as estórias (lindas) não escritas e sobre …açordas e a sopa da panela.
Para quem tem a ideia de que aqui uma açorda, um gaspacho, uma sopa da panela, são sempre feitas da mesma maneira, estejamos nós em Avis ou em Ervidel, tire daí o cavalinho. Até o gaspacho.
Não imaginam as acaloradas (não me refiro aos gaspachos é claro) discussões que cada um de nós, oriundos das mais diversas partes deste enorme todo, trava em defesa da pureza alentejana dos seus modos de cozinhar.
Este texto vem a propósito de ter lido no «Fugas» de ontem, que num Restaurante aqui próximo (Aldeia da Serra – Redondo) a apreciada sopa da panela (para além dos ingredientes normais, embora variáveis) inclui uma …posta de bacalhau.
Habituado e preparado para as diferenças, confesso que esta, nem em imaginação admitiria.
Estou ansioso por provar. Depois digo qualquer coisa.

sábado, 21 de novembro de 2009

Terra



Do outro lado do mar, mas o mesmo latifundio


Por breves momentos e de forma tímida o Alentejo sedento está molhando os lábios.
Hoje está a chover.
Pouco e segundo os especialistas, por pouco tempo.
Ainda não é agora que a terra vai matar a sede.
Mas também o que vem regar, a chuva?
A terra…mas ela é já tão grande!
Regará as cercas, os arames farpados, os domínios senhoriais de senhores feudais que quase sempre foram senhores desta terra.
Regará o latifúndio e o lago para turista ver. Regará as tabuletas que ameaçadoramente proclamam: “Aqui é propriedade privada. É proibido apanhar espargos, cardos e caganitas de coelho”.
E a terra continuará sem produzir. Sem cumprir a sua função social.
Somente e como sempre, exclusivamente como símbolo de domínio.
Há muita terra neste texto. Tanta como a que está entregue a si mesmo nas lonjuras desta minha pátria alentejana.

sexta-feira, 20 de novembro de 2009

Viva o Teatro


Hoje despedimo-nos (os que fizeram) de Mário Barradas.
Ele permitia-nos que o tratássemos assim e que o cumprimentássemos como um de nós.
A morte, principalmente a morte de um conhecido, de um que se destaca de entre os outros, provoca sempre grandes e elogiosos epitáfios, hipocrisias diremos.
Talvez não. É a dimensão do enigma da morte que nos provoca estes comportamentos.
Mas não vi a minha cidade, a cidade para onde Mário Barradas canalizou tanta da sua energia e criatividade, chorar esta perda.
Teremos perdido essa faculdade.
Já tudo é banal.
Já nada importa.
A não ser que se trate da princesa letizia, dos nus da senhora agora sarkozi, de mais uns croquetes sugados pela velha de plástico, de uma qualquer gorda e mal jeitosa viscondessa… Isto sim, a razão das grandes preocupações…
Os jornais (e hoje não incluo o meu inimigo de estimação – O Público – nada disseram. Televisões e rádios cumpriram os mínimos obituários.
Tratava-se de um homem que apostou na descentralização. Que entendeu que o Teatro também podia ter casa em Évora,
A melhor homenagem que lhe podemos prestar é garantir que nesta cidade o Teatro continua a morar (e é tão reconfortante ver o esforço dos jovens actores da SOIR Joaquim António de Aguiar).
Eu vou emendar-me
Irei mais ao Teatro.

quinta-feira, 19 de novembro de 2009

A propósito do despropósito



Helena Matos subscreve no Público de hoje uma crónica que intitulou: “O que foi feito do homem que nos marcou golo no primeiro minuto?” E lá vem a ladainha de quem tem palco, megafone e oportunidade.
Eu ficarei p´ra aqui a bradar às tardes. Não tenho talento para tais púlpitos
Mas, permitam-me. A dita cuja interroga-se sobre o que aconteceu ao jogador norte coreano que nos marcou o primeiro golo no campeonato de 1966. E a interrogação tem de imediato resposta, dada pela própria, por vezes socorrida de acólito.
Claro: perseguição, miséria terror. O herói foi vandalizado pelo regime do seu país.
Talvez. Acredito.
Mas estamos em 1966. Helena Matos não desconhecerá o que, no seu país, se passava com os heróis que não marcavam golos, mas arriscavam a sua liberdade e a própria vida para ganhar a liberdade. Para todos. Saberá por acaso o nome de um, de um só, que possa citar um dia nas suas crónicas de liberdade?
Diz ainda, a propósito do Muro de Berlim, criticando a ladainha relativista sobre os novos muros: “perguntem aos presos se um muro que impede a saída é igual a um muro que impede a entrada?”.
E critica ela a relativização. Claro que o preso, enquanto tal, vê o muro enquanto obstáculo à saída que por sua vez é obstáculo à entrada. Saída da prisão e entrada no mundo da liberdade. Helena Matos não refere a que presos, se refere.
Mas, para ela muro é muro e é de Berlim, mesmo que este já tenha caído há uns anecos.
Os que estão de pé, esses, não importam, só são referidos para relativizar.
Cisjordânia; Melila; México e muitos outros, não importam.
Importa isso sim, o lado de que estamos face a eles.
Nisso estou de acordo com HM.
De que lado está ela face a eles? Como alguém que quer sair ou como alguém que quer entrar?
Do lado dos que querem entrar na legítima procura da sobrevivência (a ONU declarou o direito à alimentação como um direito natural), ou do lado dos que, fartos, procuram estupidamente salvaguardar o seu território de estranhos, mas que nunca recusaram o que aos estranhos sacaram.
Quando eram senhores do mundo e não encontraram muros para a sua expansão.
Obrigado HM. Foi bastante elucidativa a explicação. Sabemos de que lado dos muros está .

quarta-feira, 18 de novembro de 2009

CUBA


Eu optara por uma vida frívola quando, por volta dos trinta anos, um acontecimento excepcional transformou minha vida: a Revolução.Foi então que tirei esta foto, de uma garotinha abraçada a um pedaço de madeira, em substituição à boneca que não tinha.Percebi que valia a pena dedicar um trabalho à revolução que propunha supressão de tais desigualdades.
Korda



Não vou garantidamente falar do que não conheço (embora o coração para aí me chame).
Vou falar do que oiço falar (creio que muitos nem sequer o fazem, ou seja; falam do que julgam que se devia falar).

Vem a propósito de uma notícia do jornal Público de hoje, em que é afirmado “anticastritas pagam milhões a congressistas americanos”.
Nunca estive em Cuba. Não conheço por isso Cuba.
Um amigo, diz-me que conhece (privilégio conseguido numa estada semi turística de 15 dias) e diz-me que não há liberdade e que o povo vive amordaçado, sem alegria…
E eu, que não conheço interrogo-me: e como é possível? Quase 50 anos de tirania e o povo, nada fez?
Será que o meu amigo conhece de facto e está na posse de todos os elementos, ou são só parciais os seus conhecimentos?
E os vizinhos e o bloqueio e a CIA e a baía dos porcos e guantanamo e os ataques biológicos e …
Porque compram os anticastritas o voto?
Se é tão clara a tirania e agora a agonia do regime porque gastam os inimigos de Castro o seu dinheiro?
Eu também posso ter dinheiro só para uns jeans e um par de ténis de marca, e uns óculos ray-ban (que não tenho) e os cubanos nem para isso… e alguns dos meus amigos, para além disso, têm descapotáveis e outros topos, mas quero viver de cabeça erguida.
Não será por isso que os Cubanos nada fizeram até hoje contra Castro?

terça-feira, 17 de novembro de 2009

Para os trabalhadores sem trabalho

Para os trabalhadores sem trabalho

Rodas paradas de uma engrenagem caduca.

(Soeiro Pereira Gomes)

O INE publicou hoje estatísticas sobre o desemprego em Portugal. Números.

Gráficos coloridos, variações homologas, tendências…

NUTsI; II,III e

Quantos desempregados estão contabilizados em Évora?

Aí a coisa complica-se…

2000, 2500 , 3600 (segundo os meus cálculos) que importa isso.

E quiséssemos nós saber mais.

Quem são? Quantos anos têm? São casados? Têm filhos?

Como sobrevivem sem salário?

Como enfrentam o estigma?

Como reagem quando alguns carecas disfarçados bradam contra o desperdício que constituem os apoios sociais?

Quando lhes chamam malandros por não quererem ser escravos?


segunda-feira, 16 de novembro de 2009

Hipócritas


A cimeira da FAO que se reuniu hoje em Roma declarou-se incapaz de erradicar a fome até 2025 tal como era o seu objectivo.

Não deixou no entanto Ban Ki-moon de declarar solenemente que a alimentação é um direito básico.

Basicamente não disponível para milhões de homens, mulheres e crianças.
Nesta mesma cimeira não participaram dirigentes dos países do G8, certamente ocupados com problemas bem mais sérios...

domingo, 15 de novembro de 2009

Intolerancias



Na vizinha Extremadura , associações católicas insurgem-se contra campanha de educação sexual porque ela insinua a masturbação;

Em Portugal, insurgem-se contra o casamento entre indivíduos do mesmo sexo e exigem mesmo um referendo.

Em Itália o próprio 1.º Ministro compreende a violação, tendo em conta «tanta mulher bonita»
No Brasil centenas de alunos de uma Faculdade vaiam uma aluna por causa de uma mini saia.

E todo o outro rol de intolerâncias. Intolerância pela cor, pela religião, pela cultura, pela condição social e económica.

E temos depois a lata de falar de véus e burkas e chamar atrasados aos outros?

E porque não, cada um ser o que é se o que é não pôe em causa o outro?


Estamos de facto no Século XXI?

sábado, 14 de novembro de 2009

PAZ

Só através da blogosfera tomei conhecimento desta iniciativa.

Os jornais, rádios e televisões do meu país têm assuntos muito mais importantes para dar cobertura.

No meu país, o que importa é saber como é que está o edema de Ronaldo, quem é afinal o novo treinador do Sporting, branquear o lodonoso campo da «face oculta» e outras fofoquices que nem conheço.

Só pela blogosfera soube da Marcha Mundial Pela Paz e a Não - Violência e da iniciativa nela integrada agendada para hoje em Lisboa.

Não fiquei indiferente ao apelo e ao conceito de humanismo universalista que vou agora aprofundar.

Independentemente desse aprofundamento, não se pode ficar indiferente à Paz e ao desejo de um mundo sem violência

De Welington (Nova Zelândia) a Punta Vacas (Argentina) e mesmo abençoada por Bento XVI não conseguiu uma pequena «caixa» nos media do meu país.

sexta-feira, 13 de novembro de 2009

E Lisboa aqui tão perto


José Mário Branco, Sérgio Godinho e Fausto no Campo Pequeno

IOL Música - www.musica.iol.pt | Vídeo do MySpace


E Lisboa aqui tão perto

Aqui somos uma cidade de marialvas, circos de leões brancos e o maior certame de carros antigos da península (creio que ibérica).
Somos a cidade dos toiros e cada vez mais a cidade dos patos...bravos.
A cidade do tacão alto e da sobranceria e da pouca ou nenhuma obra.
A cidade que ainda tem Teatro (mas em que alguns, os senhores, o desprezam).
A cidade de um Centro Histórico vazio, cinzento e frio.
A cidade sem empregos, mas com a promessa de milhares.
A cidade sem cinema e sem gente com vontade de ir a ele
A cidade sem comboio que nos permita dar o salto.
Lisboa está perto, mas ...
Até quando?

quinta-feira, 12 de novembro de 2009

De quem é a bola?




Por vezes damos por nós a remoer a memória.

Fazemos até aquele maldito exercício que inevitavelmente começa por: “no meu tempo…” ou, para dar realce à correcção de determinadas atitudes, frisamos: …”eu, com a tua idade, já…” e lá segue o sermão.

Acontece até que, nos recordamos, de termos estado no papel inverso e mesmo assim não resistimos.

Num desses exercícios de remoer, reaparece-me um amigo de infância que, determinava as regras do jogo, porque a bola era dele. Se ele dissesse que tinha sido «penalti» era «penalti» de certeza ou então acabava o jogo da bola, porque ele ia embora e levava a bola.

Parece que tal não é só produto do remoer das nossas memórias.

Consta que o Sr. Presidente da Câmara cá do burgo, com o seu jeitinho para as regras do jogo (democrático) e julgando-se o dono da bola, deu agora em, com birrinha, ameaçar: “ou jogam de acordo com as minhas regras, ou eu levo a bola para casa”.

Não será assim propriamente, advertirão.
Claro
Mas não se poderá fazer esta alusão perante atitudes que em suma são semelhantes?

Apresenta uma proposta que não merece concordância da restante vereação e ameaça logo terminar ali o jogo. E que cada um assuma as suas responsabilidades.

Mas não será precisamente isso que fazem ao votar não como o dono da bola quer, mas como as suas razões determinam?

Ameaça constantemente com eleições.
Mas as eleições são uma ameaça?
Para quem?

Ou nesse jogo também se julga o dono da bola?

quarta-feira, 11 de novembro de 2009

Um prevenido pedido de desculpa


Será oportuno agora?

Acabadas as lides eleitorais, novos chefes empossados, a tranquilidade do país assegurada, nos governos de Bruxelas, Lisboa e até cá do burgo, será agora oportuno falar de pequenos pormenores, coisas sem importância?

Por exemplo, pedindo desculpa pela maçada, mas muitos dos meus amigos falam-me de uma nova fábrica em Évora (de aviões dizem), julgo que é a mesma de que falava um panfleto do PS e que anunciava 1600 postos de trabalho e eu quero perguntar e não sei a quem, como é que se pode arranjar aí um empregozito?

No Centro de Emprego dizem que se entregam os CV na antiga fábrica da Lee, que já fazem entrevistas de selecção e tudo, onde raio é isso?

Será que é para pôr os CV debaixo da pedra da fábrica? Sim que ela foi lançada lá para os lados do Aeródromo – deu na televisão e tudo…

Não nos estão a enganar pois não?

Outra perguntazinha, pedindo de novo desculpa pela maçada: aquela vedação enorme a seguir à santinha da estrada do B.º de Almeirim é uma campanha publicitária da Casais?
Chiça, é inovadora. Mas, pedindo uma vez mais desculpa, porque é que foi feita à pressa antes das últimas eleições autárquicas?

Pedindo desculpa, por pedir uma vez mais desculpa, o que é que se passa com o Salão Central? Não é por nada, mas considerando a pressa de Outubro, receio que possa haver algum esquecimento…

Peço desculpa…

terça-feira, 10 de novembro de 2009

Rua da Saudade

Há s (S) antos assim...

Hoje é véspera de S. Martinho. Um santo simpático.
Pelo menos dá-se ao desfrute e em seu nome entregamo-nos à pandega.
Assim foi...
Não fui à adega mas provei o vinho.
Mas não pude deixar de estar atento... um pouco dormente é certo e isso vê-se pela forma como coloco o vídeo... mas com arte chegam lá e Ary dos Santos merece-o.
Talvez ainda corrija a coisa... não me falte o apoio técnico.
Cliquem na hiperligação seguinte e tentem ouvir e recordar.
Eu consegui.



segunda-feira, 9 de novembro de 2009

Cogumelos



Quando não há tema, conversamos sobre o tempo.

Dizem que vai chover... naaa o céu tá quase limpo... pois, mas o vento tá a puxá-la... e por aí a diante.

Os protagonistas dos temas estão hoje todos em Festa, em Berlim, daí a crise.

É tão comovente vê-los juntinhos, novas e velhas glorias deste clube bafiento, entretidos a jogar dominó.

E nós que sabemos tão bem o resultado desse joguinho...

Mas, voltando ao tempo e porque é Outono e eles começam a despertar, apanhei alguns cogumelos.
Eis-los:

  • Coppola está em Portugal e diz-se "cheio de ideias" - Não é para menos diz-nos Luís Afonso no seu Bartooon onde põe a hipótese de mais um «Padrinho».

  • "Berlim trouxe novo paradigma mundial" - Anotemos todos este grande desiderato intelectual e fiquemos atentos ao emergente teórico que a proferiu: José Sócrates, de seu nome. Se não tem na sua Biblioteca uma obra deste autor, não vai conseguir perceber o rumo do mundo actual.

  • GNR fiscaliza apanha de azeitona em Serpa e Moura através do que denominou Campanha Azeitona Segura. Um nome um pouco extenso, não acham? Por mim, acho que ficava melhor: Campanha Apanha Segura.

  • Julgo que um dos objectivos desta campanha é garantir que Portugal continue a importar de Espanha, metade do azeite que consome, garantindo que as azeitonas de Serpa e Moura continuem sem ser apanhadas.

  • Il Cavaliere pretende que Fini e Bossi o ajudem a fugir aos tribunais, porque se não... o governo cai e...

  • À atenção dos funcionários públicos. Ele regressou... o deficit (fez um breve intervalo este ano) mas está de volta e tem de ser corrigido entre 2010 e 2013. O sábio economista que gere um Banco que se chama de Portugal (mas que não existe como tal) vai de certo usar da imaginação que o caracteriza e propor: «é necessário cortar nos salários».

  • Vejamos um paradigmático exemplo da capacidade de recuperação do sistema. Depois de uma profunda crise, que abalou o mundo e gerou milhões de desempregos, a holding de Waren Buffet apresenta lucros de 2,3 mil milhões de euros. Eh... há só o pequeno inconveniente dos milhões de desempregados...

domingo, 8 de novembro de 2009

Muros



Exaltam-se alguns, com especial reluzência os que têm os púlpitos sempre polidos das rádios, televisões, jornais e afins, com 20 anos da queda do muro.
Não precisamos sequer de identificar o muro.
Mas, permitam-me um singelo contributo para a cartografia dos muros:
Muro de Ceuta e Melilla (Norte de África) em território que a Espanha reclama como seu.
Quilómetros de ferro e arame farpado, altas tecnologias, potentes máquinas de morte.
Objectivo: Proteger o santuário europeu daqueles que só procuram, às vezes (muitas) à custa da própria vida, o direito a viver.Quantos mortos?
Vale menos a vida destes? Quanto vale?

Muro da Cisjordânia para proteger colonatos Israelitas impostos em territórios palestinianos.
Projectam-se 721 Kms (Em Maio de 2008 estavam construídos 63%)
São frequentes as decisões condenatórias da ONU
Objectivo: Proteger aqueles que impunemente (em nome de uma terra prometida) se apropriam da pátria dos outros.
Quantos mortos?Vale menos a vida destes? Quanto vale?

Muro na Fronteira EUA, México integrado na denominada operação guardião. Vários troços (Tijuana – S. Diego, Arizona, Novo México, Texas)
Impressionante tecnologia de morte.
Objectivo: proteger os senhores do perigo que constituem os homens e as mulheres que só procuram trabalho.
Contabilizam-se 3000 mortes.
Mais quantas vamos contabilizar.
Vale menos a vida destes? Quanto vale?



A estes trágicos exemplos podia acrescentar Chipre; Botswana – Zimbabué; Índia – Paquistão; Cachemira; Irão – Paquistão; Bagdad; Egipto – Gaza e muito recentemente acrescentamos Rio de Janeiro (para separar a cidade maravilhosa das suas chagas e das suas favelas)

Que muros mais irão construir?
E só falei de muros de betão, ferro, arame farpado, valas, vídeo vigilância e disparos automáticos na presença de movimento…
E como sabemos existem tantos outros muros…

sábado, 7 de novembro de 2009

Efemérides

Efemérides

Não gosto de algumas das efemérides de Novembro.
Não gosto e tenho razões para não gostar,
E não é porque não goste de efemérides.
Sabe bem beber um copo com os amigos – quando do teu aniversário (ou no dos teus amigos), fazer o ritual do espumante, passas e contagens decrescentes nas passagens de ano, lembrar o primeiro beijo, o nascimento dos filhos.
Sabe bem cantar Abril (trautear conforme as possibilidades de cada um) e fazer das suas festas passagens de ano de liberdade.
Não comemoras, mas lembras, militantemente, outras datas e fazes do teu dia a dia um compromisso, para que não existam mais efemérides dessas.
Mas há as que não gosto mesmo e sobre estas passo à frente.
Por razões que seriam agora despropositadas explicar, comemoramos (?) hoje (7 de Novembro) a Revolução Socialista de Outubro.
Pintam-na (alguns) com as cores da desgraça e dos horrores.
E no entanto o mundo abanou. Pela primeira vez na história (de forma consistente) uma revolução proletária triunfa e abre de esperança o coração de milhões de homens e mulheres acorrentados em todo o mundo.
Seguiram-se em seu nome muitas atrocidades, dizem de novo alguns e eu suspeito que o que querem dizer e fazer com que aconteça é que os homens não tentem ser livres – seguem -se muitas desgraças…advertem…para alguns a desgraça que lhe aconteceu foi a de terem deixado de ser os senhores dos homens. Estes passaram a ser senhores de si.
Os que assim pintam a Revolução Socialista de Outubro, são os mesmos que com as mesmas cores pintam o tenebroso período da ditadura comunista que se seguiu ao 25 de Abril e que só comemoram a liberdade que eles dizem ter começado a 25, mas de Novembro.
Em 1917 ainda não pisava as veredas deste mundo mas em 74 já. E foram meses de felicidade plena e de encantamento. Não vi a meu lado nem tristezas nem amarguras mas sim a felicidade da liberdade vivida.
E também presenciei (e estrebuchei quanto pude) a tenebrosa noite de 25 de Novembro de 1975…
Ainda hoje tenho presente o som do silvo provocado pelo rodado dos chaimites que investindo contra o povo se dirigiam para Lisboa – para libertá-lo (o povo).
Há por isso efemérides que se comemoram, lembram e respeitam e datas que não queremos recordar.

sexta-feira, 6 de novembro de 2009

Balda

Hoje saí, restou assim pouco tempo para esta coisa que se está a tornar vicio diário.
O Post é por isso, o reflexo disso.
Fui ouvir em sítios, sons e com gentes diferentes, Ary dos Santos.
Habituámo-nos a ouvir Ary com as melodias e vozes que nos transportam para o interior de nós.
Quase sempre como hinos e sempre como tonificante das lutas.
Hoje não aconteceu essa «transe». Ouvi, voz melodiosa, sons bastantes para um leigo apreciar, boa envolvência com o público, mas…

quinta-feira, 5 de novembro de 2009

Excessos?

Um convite, um simples convite, mais de natureza publicitária que um convite propriamente dito, arrastou-me para uma profunda tendência nostálgica.

Não era para menos, dirão os apressados, já que se tratava de uma cerimónia de apresentação de um livro que nos relata o processo da Reforma Agrária recente (o seu apogeu e queda).

Sim, talvez… mas porque carga de águas vão fazer esta “cerimónia” precisamente no edifício que até hoje – pelo menos para mim – simbolizava o quartel-general, a última trincheira, na luta pela Reforma Agrária.

Não quiseram, mas cheirou-me a missa do 7.º dia.

Só agora tomei consciência que acabou. Ingenuidades de quem já não tem idade para elas.

A par disso, uma camarada e amiga confidenciou-me um problema. Que é agora seu, mas podia ter sido meu. Resultante do calor da luta e do ardor posto nela, por uns excessos verbais ou por etiquetas não respeitadas, uma qualquer maria madalena, senhor do poder dos votos de alguns que ele diz serem o da maioria, brada a justiça ameaçando com grandes injustiças.

Não partilhando dos termos, mas face á atitude (que só comprova o que sempre pensei – pensámos – da figura em questão) quase me apetece dizer: camarada diz que o texto é assinado por pseudónimo e o que o seu verdadeiro autor sou eu.

quarta-feira, 4 de novembro de 2009

Esquerda, Direita

Tudo indica que a marca de esquerda, distintiva deste Governo, aquela que vai ou veio para justificar precisamente esse posicionamento, é a proposta de aceitação (???) do casamento entre pessoas do mesmo sexo.

Assim, sim o PS é de esquerda. Estão assim justificados e porventura até bonificados os comportamentos de alguns, que em nome dessa condição, renegaram os seus posicionamentos ideológicos (versão soft) - traíram os seus camaradas (versão de facto) e apelaram ao voto no candidato destes à Câmara de Lisboa. Sim em nome da esquerda.
Tem piada… Em Évora também são de esquerda os que ganharam as eleições autárquicas…de esquerda!!! Nunca tinha pensado nisso…porventura nem eles.
Será que eu devia ter apelado ao voto neles?

Eles são da esquerda que destruiu o vínculo a centenas de milhares de funcionários públicos, as suas carreiras, as suas expectativas de aposentação.

A esquerda que foi mais longe que a direita na destruição dos direitos dos trabalhadores – Vede o Código do Trabalho.

A esquerda do sistema de avaliação dos professores.

A esquerda da arrogância, a que nega o diálogo e que pratica o trauliteirismo..

Bem hajam camaradas pelo vosso esforço para o fortalecimento desta esquerda…

Mas temos a proposta dos chamados casamentos gay e vamos ter conversada e fés de esquerdas arrebatadas…anuncia-se grande confronto esquerda direita, em torno dos casamentos gay

Até já se anunciam referendos.

Eu por mim, que não concordo muito com o casamento que a filha do meu vizinho (muito boa rapariga, diga-se) anuncia com o filho do padeiro (um rufia) também acho que devíamos fazer um referendo, pelo menos aqui no bairro. Já estou a imaginar os debates esquerda direita.
Vou ver se marco um encontro casual entre o farmaceutico (líder de uma rua cá do burgo) para ele me anunciar o seu apoio…

terça-feira, 3 de novembro de 2009

Tempos de silêncios

Por razões que alguém conhece, acontecem períodos de vazio informativo inexplicáveis.
Vivemos recentemente em Portugal um desses períodos.
Há mesmo quem afirme que, para garantir em absoluto que nada interrompe esses tempos de silêncios, haja quem se encarregue de garantir as não noticias, esvaziando – temporariamente – os ficheiros dos inscritos como desempregados.
Uma outra não noticia que agora virou notícia, prende-se com o deficit orçamental.
Nesses tempos de silêncios não havia notícias dele – agora é notícia e dizem que será em grande (o maior dos últimos 24 anos segundo as previsões).
A U.E. estima que ele será de 8% em 2009 e 2010 e de 8,7% em 2011.
E nós que tanto demos para o peditório do deficit…
Também foi não noticia e agora é o que se vê, as negociatas da sucata…há uma estranha e quase patológica tendência para ligar corrupção e ambiente… alguém saberá explicar?
Por cá, no nosso burgo, também foi não noticia nos tempos dos silêncios (sim, estes também afectam as coisas locais) o pagamento das dívidas aos fornecedores da CME.
No tempo dos silêncios não houve crise com os ditos, agora, segundo consta, voltou a não haver dinheiro para pagar.
Noticia que nunca foi não noticia é a que hoje nos traz o DR ao trazer a renomeação para mais umas aventuras dos cinco que sugiro como título “De novo na casa assombrada onde tememos não voltar”.
Termino com uma nota desenquadrada:
Os jornais noticiam hoje a morte de Claude Lévi-Strauss, filósofo e antropólogo francês – adeus mestre, vou reler-te.

segunda-feira, 2 de novembro de 2009

Uma (muitas) vez arrogantes, sempre arrogantes

Uma (muitas) vez arrogantes, sempre arrogantes

O PS entregou na AR o seu Programa de Governo.
É natural, foi o Partido mais votado.
O que também é natural (embora alguns tenham julgado que não – julgaram mesmo?!) é que o PS mantenha a arrogância com que sempre nos tratou (quando tinha a maioria absoluta dos votos expressos). Como se mesmo nessa situação não houvesse direito ao respeito por aqueles que pensam diferente.
Dizem agora que o Programa apresentado é o mesmo que apresentaram ao eleitorado. Pois…mas foi esse mesmo Programa que a maioria dos eleitores rejeitaram.
Não seria aconselhável uma certa inflexão e um pouco mais de humildade democrática?
Ninguém lhe pedirá que apresente Programa alheio, mas simplesmente que corrija rumos que se provaram errados.
Considerando os que votaram (5 683 967), 3606 272 (63,44%) não deram o seu voto ao PS.
É óbvio que em democracia ganha quem tem maior número de votos, mas creio que à democracia também são intrínsecos outros valores.
Parece seguro que o Partido agora de Sócrates, não os conhece.
E o que pensar se, aos que não deram o seu voto ao PS juntarmos os que votaram em branco, nulo e se abstiveram (não estou a querer concluir que serão todos anti PS, mas não são seguramente Pró) ?
7 436 627 Portugueses com idade para votar – 78,16% dos inscritosnão votaram PS.
A humildade não se decreta…pratica-se

domingo, 1 de novembro de 2009

Coisas de domingo

Entrado Novembro e com ele um Outono mais outonal, sendo domingo e fazendo jus ao que anunciei na apresentação cheguei a ponderar não postar nada.
Mas como não há nada a perder e como também não estou a chatear ninguém, a não ser a mim próprio, dei por mim a confrontar-me com um choradinho de Mikhail Gorbatchov, que pesaroso, tal virgem arrependida, se afirma desiludido com a desonestidade do Ocidente (cfr. Diário Digital 1.11.09).
De facto, o homem tem razão, depois de ter prometido um mundo novo corrigindo os atropelos e desvios aos ideais, manda simplesmente às urtigas os ideais é no mínimo ingrata a ingratidão do Ocidente.
Murozinho abaixo que a gente fica por aqui, disseram-lhe os ditos ocidentais e depois… bem depois foi aquilo que se viu e vê.
Uma nota a despropósito agora, mas a propósito da apresentação – Não me esqueci de Évora – merece-me esta é uma atenção mais cuidada…lá irei…acompanho para já com preocupação o que se está a passar lá para as bandas dos Cromeleques. Ah...ficámos a saber também hoje que a Universidade não é economicamente sustentável...para quem aqui vive e vê tanto investimento e opulência...assim não parece.