Parece ser o princípio filosófico mais partilhado, aquele que se consubstancia na repisada frase: «do mal, o menos».
Se alguém nos conta que o fulano tal caiu da escada e partiu uma perna, logo consolamos, dizendo: do mal, o menos, podia ter partido as duas.
Ou: - olha! Do mal, o menos, na carteira só tinha alguns euros, cento e pouco, por sorte não tinha lá os documentos, que uso separado, noutra carteira.
A tua mulher ficou desempregada? Olha! Do mal, o menos, imagina que trabalhavas na mesma empresa e eras também despedido.
E de tanto repetir e levar à letra, habituámo-nos – habituaram-se alguns, parece que a grande maioria – a fazer escolhas com base no mal, o menos.
E o que lhe sobra é sempre mais mal.
Há quarenta anos, em todas as eleições vota-se PS (olha! Do mal, o menos) ou vota-se PSD (olha! Do mal o menos), ou vota-se PS, ou vota-se PSD, ou…
E andamos há quarenta anos a acrescentar mal, ao mal menos, anterior.
E é o que se vê.
Admitindo que haverá eleições este ano – coisa que agora não parece – já sabemos:
Olha! Do mal, o menos.
Arre.
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