Acredito que o verão ainda não se foi, mas por estes dias, o que marca a paisagem, é um céu com nuvens, uma temperatura que por vezes já convida a um trapinho suplementar e o chão já com folhas prateadas caídas dos plátanos onde ainda há dias verdejavam.
Parece ter pressa em se despedir, este verão.
Será?
Por mim, acredito que não.
Quem dera a nós que outras coisas e outras pessoas tivessem essa pressa. Claro que me refiro às coisas e às pessoas desagradáveis. Às coisas e às pessoas que causam coisas desagradáveis às pessoas.
O que também se parece ir despedindo são os blogues aqui do burgo.
Lamento que assim seja, porque apesar de todas as objeções, pelo menos alguns de entre eles, desempenhavam um papel informativo e crítico de relevo.
Tal facto leva a que o «espojinho» questione por vezes a necessidade de passar a ter um caracter mais informativo, o que não deseja.
Acompanhemos.
Mas, não se dedicando à informação, pode vir a dedicar por vezes alguma atenção critica a aspetos da vida quotidiana da cidade.
Como por exemplo os associados à discussão sobre a construção ou não construção de um Centro Comercial (ou deverei dizer shopping?). Também deveria ter dito, construção de um novo, porque um já está quase construído ali para os lados do Parque Industrial.
E assaltam-me duas perguntas, de sentidos diferentes, mas sem contradição:
Porque sim?
Porque não?
Não se trata de investimento público e assim sendo, porque me devo pronunciar.
A construção de tal aglomerado comercial vai provocar profundas alterações no tecido comercial da cidade, dizem.
E qual é o problema?
As pessoas deixarão de frequentar o Centro Histórico, dizem.
Será? E porquê?
Dantes visitávamos o Castelo de S. Jorge, os Jerónimos, a Torre de Belém e deixámos de o fazer quando construíram o Colombo, onde agora se vai?
A alteração no comércio local impõe-se e com urgência. Algumas práticas dos comerciantes locais são inadmissíveis e são estas é que conduzem à asfixia. Só breves exemplos:
-É prática encomendar um produto, acertar dia e hora para o levantar e chegados estes e confrontarmo-nos com o esquecimento, ou haver inúmeras razões inventadas, para o não cumprimento do acordado.
- Encontrar o estabelecimento fechado e na porta o típico volto já. Por vezes com nº de telemóvel, para o qual ligamos, sendo informados que estão a chegar e meia hora depois ninguém ter ainda chegado.
- Sentarmo-nos numa esplanada, pedir uma cerveja (caseira – logo cara), esta vir quase morna e logo que entra em contacto com o copo ficar quente. Para companhia...nem um tremocito, um amendoim, nada de nada.
- Entrarmos num qualquer snack para picar qualquer coisa, pedirmos duas doses (somos três) e sermos logo admoestados – duas doses para três?!
-Sentarmo-nos numa esplanada em plena praça às 18,55 de uma tarde de verão e ouvirmos: desculpe…vamos fechar!
Pois, com ou sem CC, o facto é que a forma como o comércio é feito, tem que merecer uma profunda alteração.
Vai longa a coisa, mas prometo voltar.
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