A vaca pode voar
Disse o primeiro-ministro (do Governo PS – não se esqueçam)
que não se pode gastar todos os recursos do estado com a administração pública.
Claro que não senhor primeiro-ministro, até porque se assim
fosse não sobrariam recursos para a banca privada e como sabemos, esta é
prioritária.
Dizem-nos que já canalizou para esta – a banca privada - 10
mil milhões.
Para a reposição de direitos (coisa que tanto o senhor
primeiro-ministro como o senhor presidente da republica -o afetuoso- consideram
impensável que possa atingir os níveis de antes de serem tirados) indignam-se
com a possibilidade de gastarem um décimo dessa verba.
Impensável, não se pode dar tudo, a todos, ao mesmo tempo.
Pois não. O que se pode é tirar tudo, a todos, ao mesmo
tempo.
Todos, se forem trabalhadores da administração pública.
Mas é com a administração pública que se facultam os
serviços de saúde, a segurança, transportes e infraestruturas, o ensino, a
segurança social, as pensões, o apoio aos mais desprotegidos, os apoios na
habitação, a defesa e a segurança do país, a representação nacional.
É com a administração pública que se geram alguns dos
mecanismos de justiça na distribuição dos rendimentos e no uso de
oportunidades.
É compreensível que grande parte dos recursos seja para aqui
canalizado, ou não será?
Existem sempre outras excelentes alternativas. Paraísos
fiscais, especulação, tubarões sem rosto e sem pátria, sanguessugas de todo o
tipo.
A banca é um instrumento excelente para esses fins.
A comunicação social, apesar de adestrada, tem trazido para
a opinião pública, nomes e cifras.
Senhor primeiro-ministro resista a ir por aí, deixe o senhor
dos afetos a falar sozinho.
O senhor sabe que esse não é o caminho e tanto que o sabe
que o tem dito e tem dado passos noutro sentido.
Porquê agora a inversão?
A vaca pode voar.
Mas também se pode estatelar.
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