Apontamentos para memória futura
Nestes momentos em que aguardamos que, não haja quem, como fez num tempo muito recente, atire mais gasolina para a fogueira, sinto a necessidade de proceder a alguns apontamentos, que designo de conceptuais e que se destinam a memória futura.
Primeiro
Não partilho da designação que se atribui ao provável próximo governo de iniciativa PS. Designá-lo por governo de esquerda é designação que deu jeito à diatribe que tem andado à solta. Julgo que a designação correta será centro esquerda. A não ser assim, há muita coisa que não faz sentido. Mas creio que não há dúvida, que assim é. E daí não vem nenhum mal. É da natureza das coisas dar o nome às coisas.
Segundo
Ninguém capitulou. Quero sentir-me como me senti até aqui. Com o direito ao protesto. Com o direito à esperança. Dar um abraço a um amigo não faz dele mais que isso. Um amigo.
Terceiro
As cumplicidades, são as cumplicidades acordadas. E nelas não creio que se inclua a anulação da identidade de cada um dos contraentes.
Quarto
Considero insuficiente o salário mínimo proposto. Considero abusiva a manutenção do congelamento (por mais três anos pelo menos) das carreiras da função pública. E vou continuar a dizê-lo.
Quinto
Os acordos entre o PS; PCP e BE são, e isso não só é muito como quase vale pelo todo, a materialização de um ato fundador da esperança. O princípio do fim de um tempo (longo) tenebroso.
E é muito. Muito.
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