Catalão me sinto
De uma leitura breve de uma síntese histórica sobre a
Catalunha, ressalta uma sequência de alianças, tratados, casamentos, períodos
de independência, lutas, repressão, reis, rainhas, ditadores assassinos.
Não será pois dentro dessa densidade histórica e na
história, porque não a conheço, que encontro os fundamentos para a minha
simpatia com o processo em curso de independência Catalã.
A primeira razão residirá nas minhas convicções republicanas
e na confrontação com o absurdo de em pleno sec. XXI aqui na moderna europa,
subsistirem monarquias que têm homens e mulheres que dizem que são reis porque
são filhos de reis e que os seus filhos serão reis porque e que…)
Que lata tem o partido do galego ao afirmar que o processo
na Catalunha não pode ser levado a sério porque a Espanha não é o Sudão…
Não é mesmo?!
Outra razão reside na minha permanente recusa em aceitar a
imposição e a tirania. O galego, há pouco tempo, defendeu a realização do
referendo golpista que os golpistas levaram adiante na Venezuela. Defendia que
era preciso dar a voz ao povo (na expetativa de o povo dar alento aos amigos
golpistas do galego).
O referendo (farsa) realizou-se e hoje nem os seus
cabecilhas querem falar de tamanho fiasco.
Na Catalunha, as autoridades nacionais (sim, a Catalunha é
uma nação e tal está consagrado na própria Constituição espanhola) convocaram
um referendo para perguntar aos Catalães se querem ou não continuar espanhóis.
E eis o galego, vociferando.
Referendo na Catalunha, não senhor. Os catalães não têm o
direito de decidir o seu futuro.
E envia milhares de polícias que ocupam as cidades, agride
milhares de pessoas (mais de 800 feridos), prende dirigentes, destrói locais de
voto, apreende os boletins de voto, ameaça todos os envolvidos no processo.
E agora até ameaça
com prisão e execução dando como exemplo o que o um seu antecessor mandou
fazer.
Como resposta ao clamor popular e à reação tímida que aqui e
ali, alguns dirigentes na europa manifestaram face à brutal repressão,
articulou os seus apaniguados para uma manifestação em Barcelona.
Nessa manifestação, que os organizadores proclamaram de
unidade e diálogo, aplaudiram-se os polícias que agrediram os Catalães (até aos
helicópteros da polícia enviaram saudações) e exigiram a prisão de todos os
organizadores e apoiantes do referendo.
Bela manifestação de vontade de dialogar…
Não deixa de ser curioso, que o principal orador nessa
manifestação tenha sido um Peruano (Llosa) habitualmente
nesses lados das barricadas.
E falam de um milhão (perdão: 950 000 – os media é que
depois falaram de 1 milhão) … e outros de 350 mil.
Não sei quantos foram, não estive lá.
E ao invés de agora se porem (o galego e os seus amigos) a
contar manifestantes, porque não se dispuseram a contar votos?
0 comentários:
Enviar um comentário