Vamos falar muito de crise. Fizemos um breve intervalo, por razões higiénicas, mas vamos voltar em força ao tema. A propósito… já tenho saudades da velha questão do deficit!
Sobre isto, o regresso da crise, dei por mim a pensar se não existirão duas crises em vez de uma só. Porventura até mais – mas solicito-vos para não sairmos da economia p.f.- fala-se tanto dela, porque afinal, não há uma mas sim duas. É um pouco como as variantes dos vírus (lagarto, lagarto, lagarto).
Eu explico: há a crise com que nos afectam a quase todos e com a qual justificam os baixos salários e o desemprego (alguns defendem mesmo que para preservar o emprego os trabalhadores deviam ser mais tolerantes… menos reivindicativos, poderiam, p.e. abdicar do salário) e há a crise que alimenta os lucros dos bancos (Lucro do Espírito Santo Financial Group aumentou – crescimento de 54% no resultado liquido consolidado - nos nove primeiros meses do ano, para os 101,3 milhões euros) e (o Goldmam Sachs prepara-se para oferecer bónus generosos) e outras, muitas outras noticias semelhantes.
É evidente que sofreram muito com a crise os banqueiros…
Dói-nos a alma confrontarmo-nos com notícias que nos trazem para essa dura realidade e nos confrontam com a dor de saber que em Londres, inúmeros banqueiros agora desempregados, estão a frequentar aulas de teatro em algumas das melhores escolas dramáticas.
É fácil de supor que se tratam de meras reciclagens…
Estamos todos na expectativa de ver em cena, um dueto entre Madoff e Oliveira e Costa, encenado por Dias Loureiro, com o sugestivo nome: Só o mar nos separava.
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