Por vezes damos por nós a remoer a memória.
Fazemos até aquele maldito exercício que inevitavelmente começa por: “no meu tempo…” ou, para dar realce à correcção de determinadas atitudes, frisamos: …”eu, com a tua idade, já…” e lá segue o sermão.
Acontece até que, nos recordamos, de termos estado no papel inverso e mesmo assim não resistimos.
Num desses exercícios de remoer, reaparece-me um amigo de infância que, determinava as regras do jogo, porque a bola era dele. Se ele dissesse que tinha sido «penalti» era «penalti» de certeza ou então acabava o jogo da bola, porque ele ia embora e levava a bola.
Parece que tal não é só produto do remoer das nossas memórias.
Consta que o Sr. Presidente da Câmara cá do burgo, com o seu jeitinho para as regras do jogo (democrático) e julgando-se o dono da bola, deu agora em, com birrinha, ameaçar: “ou jogam de acordo com as minhas regras, ou eu levo a bola para casa”.
Não será assim propriamente, advertirão.
Claro
Mas não se poderá fazer esta alusão perante atitudes que em suma são semelhantes?
Apresenta uma proposta que não merece concordância da restante vereação e ameaça logo terminar ali o jogo. E que cada um assuma as suas responsabilidades.
Mas não será precisamente isso que fazem ao votar não como o dono da bola quer, mas como as suas razões determinam?
Ameaça constantemente com eleições.
Mas as eleições são uma ameaça?
Para quem?
Ou nesse jogo também se julga o dono da bola?
1 comentários:
Depois disto, tenho certeza que a tirania das crianças donas das bolas de futebol e dos políticos arcaicos parece bem distribuída pelo mundo.
Enviar um comentário