segunda-feira, 19 de abril de 2010
Viagens
Desisto. Ainda procurei acompanhar o fio da meada, mas não fui capaz.
Como cantava Fernando Tordo há uns anos: “Talvez a Júlia ainda vá casar com o irmão dela…”. Não quero mais procurar saber o que se passou. Telenovelas…continuai caras amigas.
Recosto-me. A viagem ainda agora começou, mas já não tenho posição, já me dói o corpo todo.
Como compreendo o sofrimento de SESPRP. Foi certamente penosa a viagem.
De Praga a Estrasburgo mais ou menos 600 Kms, desta a Barcelona, mais de 1000.
Com carro cómodo e seguro, ar condicionado, motoristas, logística para as refeições, batedores de polícia, liberdade de circular ultrapassando os limites…
Foi grande o sofrimento.
O país parou para acompanhar a epopeia que terminou ontem a bordo do falcom em Barcelona.
Descansemos.
SESPR já está a salvo e seguro a descansar no palácio.
São conhecidas, não do grande público, porque não fazem manchete, as peripécias das longas viagens dos emigrantes portugueses. Noites e dias seguidos para evitar passar as férias na estrada, uma sandes comida ao volante, paragens breves para necessidades, cigarros atrás de cigarros para tentar manter os olhos abertos e tantas vezes… o acidente.
Viagens…
E assim dou por mim a pensar em como são frágeis os castelos blindados onde se acoitavam as técnicas até há pouco infalíveis.
Um vulcãozito, dizem que até nem muito bravo, manso mesmo (ufa, posso dizer manso?) e provoca todo este alarido.
Da Islândia, ultimamente…
E surge assim do nada.
Como do nada surgiram as aeronaves que derrubaram as torres (as reais que levaram consigo as vidas e as simbólicas da soberba e arrogância).
Como um parafuso na pista ceifa vidas e quase destrói os sonhos supersónicos e uma placa de isolamento faz implodir sonhos espaciais.
Do nada, surgem tufões, maremotos, terramotos que ceifam centenas de milhares de vidas.
O mar engole cidades ou acolhe os seus destroços trazidos nas enxurradas. E vidas.
Face a isto, os que podem e sabem devem parar para pensar sobre o fim das nossas certezas técnicas, sobre as consequência e acima de tudo , pensarem num novo caminho a percorrer.
Necessariamente mais interrogativo e menos convencido
Julgo mesmo que são estimulantes os desafios que se colocam aos que assim queiram proceder.
Mas por favor…
Não me venham fazer discursos formatados sobre o futuro, apresentando-o com um horizonte temporal sempre em números redondos (antes era 2000...agora 2050) e definindo-lhe contornos, tendências, actores e protagonistas.
Como pode, quem não sabe perceber o presente, vir-nos falar do futuro?
2 comentários:
não pode mesmo! ou não devia poder. mas como nós todos andamos muito entretidos e não temos tempo para pensar, deixamos que assim aconteça. provavelmente até ao dia em q uma nuvem maior cubra toda a terra e conduza há extinção das espécies, como á milhões de anos com os dinossários. então talvez comece tudo de novo... ou não
queria dizer há de haver
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