Assim me sinto.
Procuro perceber-me e a própria linguagem se me insinua estranha, como se eu nunca tivesse conhecido os seus códigos, como se nunca tivesse havido comunicação.
Compreendo-me da mesma forma que compreendo o estranho com que me cruzo.
Ou seja. Nada conheço. Nada me conheço.
Foi Marx que disse que o homem é ele e as suas circunstâncias. Assim julgo ter dito.
E a mim parece-me que conheço melhor as minhas circunstâncias do que me conheço a mim.
É estranho este ser.
E sempre impelido para escrever sem nada saber desta arte.
Leio os outros. Oiço os outros e julgo até saber muito deles.
Mas nada sei sobre mim.
Assim me falou, um Zaratustra meu conhecido.
Contemplador de astros e sonhador.
O que terá ele mais para me dizer?
Dirá?
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