quinta-feira, 29 de agosto de 2013

I have a dream

 

Sim. Tal como muitos outros. Eu tenho um sonho

E se partilho do sonho de Luther King e me revejo na condição de que todos os homens são iguais, também partilho de tudo o que a essa condição está ligado.
Não me preocupa se hei-de tratar o meu amigo, por negro ou por preto. E se ele me deve tratar por branco ou mestiço.
Trato-o por Pedro se esse for o seu nome e ele que me trata por Afonso, se por acaso for esse o meu nome.
Não  acalento ideias tolas de  que todos os maus estão de um lado e por conseguinte os bons estão no lado oposto e muito menos quando os lados são definidos pelas cores da pele.
Se por acaso ainda me restassem dúvidas, punha os olhos em Obama e logo as dissipava.
No sonho que partilho com o sonho um dia tido por King predomina a ideia de paz.
Da convivência harmoniosa entre todos os homens do mundo.
King condenou a guerra do Vietname (e talvez por isso, fundamentalmente por isso, tenha pago com a vida o atrevimento).
Se hoje estivesse vivo, aceitaria que a seu lado, na mesma tribuna, um que se afirma dos seus, enaltecesse enfaticamente o seu “I have a dream” ao mesmo tempo que se prepara para mandar sobre o povo sírio uma saraivada de mísseis?.  

Há sonhos e sonhos

E, muitos, hipócritas.

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