Um blog ou um blogue, conforme nos situemos mais próximos ou menos próximos da dominante e esmagadora corrente que quer transformar o inglês como expressão única, é um espaço para a publicação mais ou menos regular de opiniões, quase no estilo de um diário, cujo acesso se permite a outros.
Assim, o «espojinho» não é um blogue. Falta-lhe regularidade. Ocorre por impulsos.
Não o sendo e não sabendo o que seja, aproveito a sua existência para ir colocando por aqui uns textozinhos armados em paraliteratura , uns de minha lavra e outros que me fazem chegar.
Quase sempre espaçada e demoradamente.
Mas, os que reparam já repararam que existem temas recorrentes.
Um deles é referente às questões económicas e ao papel de alguns economistas.
Assim o é hoje.
Dou por mim a pensar (e o «eu» é outro dos temas recorrentes) porque será que toda a política é agora economia e toda a opinião política de economista é a opinião certa, incontestada e incontestável.
Claro que essa opinião só é certa se for proferida por economista de «regime» e a favor do «regime».
Os episódios recentes em torno do famoso (e desconhecido para a maioria dos que se pronunciaram) manifesto, assim o atestam.
Se a favor do dito, então nada sabem da «arte», se contra ele e a favor da submissão então, esses sim, são entendidos nela.
Às vezes chego mesmo a pensar, mas claro que pensamento de leigo não chega lá, se não haverá confusão na denominação.
É que fico com a sensação que quase sempre, chamam economista ao contabilista.
Economista não é aquele que se formou em ciência económica, mas sim o que faz a contabilidade do «regime».
E no quadro atual em que o «regime» sorve dominador toda a vida pública, são estes contabilistas que predizem, fazem e cobram.
Eles não só dizem o que é hoje como dizem o que vai ser daqui a trinta anos.
Ah…grandes crânios.
Mas… qual é mesmo o nome deles?
Por mim, não querendo sequer guardar a memória dos seus nomes, partilho com outros, muitos, que argumento válido de economista sobre economia é aquele que é produzido partindo de um determinado quadro teórico (assumido à partida para evitar falsas neutralidades axiológicas), procedendo criteriosamente à recolha de informação e usando de métodos e técnicas próprios às ciências sociais (onde a economia se insere), usando da especulação teórica necessária e que assim chega a uma conclusão que submete aos pares para validação ou contestação.
Sem percorrer este caminho (investigação) a um economista de «regime» é aceitável e louvável pela «corte do regime» que afirme: “não há alternativa, o caminho é este!”.
Para essa distinta «corte» seria expectável, pela mesma ordem de razão, que um investigador, por exemplo da área da biologia, pudesse afirmar: “Não há nada a fazer! Não é possível eliminar o vírus!”.
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