Entretemos-nos por vezes, em redondos discursos sobre a natureza humana.
Redondos, pomposos, retóricos, empolgantes.
Mas…
Mais do que eloquência discursiva, de mais ou menos retórica, com mais ou menos audiência, preocupa-me, isso sim e unicamente, procurar saber em que plano nos situamos quando lemos que uma mulher foi linchada no Brasil após ter circulado no Facebook o boato de que se dedicaria a práticas de bruxedo?
E quando ficamos a saber que uma mulher foi condenada à morte por enforcamento, no Sudão, por se ter recusado a renegar a sua fé cristã?
E quando um responsável governamental, na Índia, perante crimes horrendos que nos chocam, desdenha das vítimas e defende a violação?
E quando se cravam no chão bicos metálicos para impedir assim que os sem-abrigo ali possam pernoitar?
E quando se considera que o vírus Ébola pode ser um bom aliado para impedir a emigração agora não desejada?
Para quem precisar de saber o que é um fascista, procure saber a forma como se responde a estas questões. Bastará.
Ou mesmo a outras.
Diga-me por exemplo o que pensa de uma pessoa (do aparelho no poder), que afirma que é preciso ponderar a criação de mecanismos judiciais (sanções judiciais) para os casos em que os poderes do Tribunal Constitucional são extravasados?
E de um general ou de um coronel que manda calar o protesto popular em nome do respeito pelo país, isto na sequência do “piripaque” de SEx. ?
E de outros que afirmam que no futuro têm de ter mais cuidado na escolha dos juízes?
Restarão ainda dúvidas?
Pois eu não as tenho. O fascismo está aqui já.
Por enquanto, em pele de cordeiro.
Mas da boca já sobressaem os seus carnívoros dentes…
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