Ovinho amarelo:
Não há cão nem gato, nem outro bicho danado, autóctone ou estranho, que não se sinta no direito de largar postas de pescada (ou marmota por força da crise) sobre a função pública e mais especialmente sobre um conjunto de trabalhadores portugueses que trabalham para a coisa pública.
Que são uma cambada de malandros, incompetentes, malcriados, privilegiados.
Proclamam, vociferando «bem feito», sobre cada sacanice que este governo e antecessores lhes resolvem aplicar.
ADSE? Um privilégio! Férias?Um escândalo! Carreira profissional? Era o que faltava.Salários?Exorbitantes.
E neste grupo de privilegiados nem cuidam de verificar que se enquadram os homens que varrem as ruas que conspurcamos, os que recolhem o lixo que produzimos em excesso, os que tratam dos nossos jardins, os que cuidam dos nossos filhos nas escolas e jardins de infância.
Homens e mulheres como os outros. Que trabalham e são explorados.como todos os outros.
E muito menos cuidaram, alguns, muitos, de porem as suas barbas de molho...
E hoje aqui estamos, todos, nesta desgraçada situação:
Sem trabalho, tantos e
Trabalho sem direitos, todos.
Ovinho laranja
Interrogo-me vezes sem conta, enquanto fujo ao bombardeamento de novas agressões, sobre a legitimidade destes pavões, uns gagos, outros alucinados, outros abrilhantinados, outros enervosamente sempre no relantie, para anunciarem, por cada vez que abrem o orifício falante, novas desgraças para quem trabalha.
Advém do voto, retorquiriam impantes.
Será? E a ser que raio de legitimidade é essa?
Podem começar por explicar:
Anunciaram aos votantes o casamento sacro que concretizaram depois?
Anunciaram os cortes de salários? A eliminação dos subsídios de férias e de natal?
Anunciaram os despedimentos e a facilitação destes?
Anunciaram as desumanidades que praticam no que concerne à segurança social?
E ainda me interrogo, se julgará o chefe que as suas funções são de provedor de uma qualquer instituição de solidariedade social, quando afirma ir dar a quem precisa, pois há quem não precise e esteja a receber.
E será que o senhor provedor não saberá que não tem nada para dar, mas sim tem a obrigação de gerir, recursos que são de nós todos?
Ou será que nestes dias conturbados eu me posso recusar a fazer os descontos, já que parece que os mesmos se destinam, não a contribuir para o estado assumir as suas responsabilidades sociais, mas a ser usados discricionariamente por um pretenso provedor, com base nos critérios tipo: «este merece» e «aquele não merece»?
Ovinho verde
Caramba. Afinal estamos na Páscoa. Pois falemos de Páscoa.
Os crentes, falarão de Cristo. Com toda a legitimidade.
Os outros, como eu, meros herdeiros culturais deste período, falarão de visitas e encontros familiares, de descanso e passeio. De festa.
É curioso que, em parte expressiva deste Alentejo, a segunda-feira de Páscoa é feriado municipal e as gentes tratam-na como a «Festa».
Mas estou em crer (adaptando o verbo ao tempo) que dedicaremos especial atenção à gastronomia
e aqui por estas bandas tendo o borrego como seu ator principal.
Eu por mim, vou dedicar-me à experimentação e vou procurar seguir ensinamentos oriundos de Alter e procurar imitar o seu ensopado de borrego com arroz amarelo.
Pesquisem na net e irão ficar a saber melhor do que falo, nomeadamente ficarão a conhecer (os que não conhecem já) o açafrão que se dá por aqui nestas terras do sul.
Boa festa.
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