A chuva tem andado por aqui. Por vezes forte.
É outono, diz-nos ou procura lembrar-nos.
E esse não sei quê de outono sente-se também na forma como vamos enfrentando as agruras da vida.
Aviso vermelho para mau tempo – orçamento para 2014 – chuva forte de redução de salários, ventos ciclónicos de impostos a varrerem o país de lés a lés, demissão das funções sociais do estado, tudo isto acompanhado de trovoadas de tiques fascistóides.
E os meteorologistas de serviço, protegidos das agruras, anunciam como medidas de precaução: mais chuva, mais ventos, mais tempestades.
Um pensador a metro, que tem pensado em tudo desde que julga que pensa, que é pago em produtos de mercaria, anuncia com a pompa que lhe é habitual: «É inevitável: temos que rever a Constituição».
Claro.
Aproveitando a temática meteorológica lhe digo: «Vá pró raio que o parta!»
Por mim, aproveito o outono, asso no forno uns marmelos e umas batatinhas doces, vou procurar um sitio no campo que não esteja aramado e apanho nas terras leves os primeiros espargos.
Convido os amigos. Bebemos um tintinho e retemperamos forças.
Amanhã, ainda por cima, transformam – gente sem rosto – os dias curtos em dias ainda mais curtos e fazem com que anoiteça mais cedo.
Para que seja de novo primavera temos que passar por isto.
D´a Mesa do Pobre
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