segunda-feira, 10 de fevereiro de 2014

O que é que ele quis dizer?

 

Uns, julgarão que disse por dizer, um impulso que lhe deu naquele momento para o dizer, e assim o fez.

E a julgarem assim, considerarão que fará uso um pouco irresponsável de palavras e conceitos.

Abre a boca, melhor, solta a escrita e pronto.

Outros, não julgarão nada, porque pura e simplesmente não leram. Mas esses, também não serão motivo para a minha preocupação, porque se não leram, não interrogam, não é verdade?

No meu caso, como como li e me interroguei, procurei saber de que raio de «Aparição» falava “O da Porta Nova” naquele post enigmático que aqui publicou.

Como sabem os que por aqui passam, ele e o “da Sopa dos Pobres” partilham comigo este espaço de desabafos.

Cada um com seu jeito desajeitado.

Um, que pretende falar de espaços e vivências.

Dá-lhe por vezes para fazer incursões por áreas aparentemente de sombra que convenientemente se designam por filosóficas.

Outro, procura falar de usos, dedicando à gastronomia mais paleio do que escrita.

Como se de sem abrigos se tratassem, abriguei-os por aqui.

E a eles vou ganhando alguma afeição.

Eu sei que “O da Porta Nova” tem andado muito amargurado. Zangado com a forma como lhe impõem a vida.

Desiludido também, com certos rumos.

Sei que lhe custa muito, o tomar de consciência que o seu espaço de partilhas começa a estar, ele também, conspurcado com os mesmos lixos tóxicos que conspurcam a sociedade que quer transformar.

Que a palavra camarada já não se usa e os que a usam, não a respeitam.

Sei que sim, que isso o incomoda.

E por isso procurei saber de que «Aparição» falava.

Mas «O da Porta Nova» tem-se remetido ao silêncio.

Fiz então o que é useiro fazer: procurar «analisar» …

Nem sequer imagino o incómodo de muitos dos “analisados” com a panóplia de análises que recaem sobre si.

Cada um diz sua coisa.

Pois a análise a que agora procedo é somente a coisa que digo sobre o que disse «O da Porta Nova»

E conclui que a «Aparição» de que falou – não sei se numa analogia distante com a obra cujo enredo decorreu por aqui – se lhe apresentou como uma constatação brutal do real – o que na gíria se traduz por “o cair em si”.

Que se lhe pode ter afigurado como um estímulo para agir, pois se o que se lhe apresenta – lhe aparece – não corresponde aos seus sonhos, pois então passará a intervir contribuindo para que passem a corresponder.

Uma certa forma de negar o estado de resignação a que parecia , parece, entregar-se.

Como se fosse, seja, um grito de basta.

Uma promessa de que se dispõe a ser mais interventivo e menos dado à resignação.

Um reencontro consigo.

Será?

Não será, mais resignação?

«O espojinho»

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