sábado, 20 de março de 2010

Esquerda, Direita



«não é só uma questão de saber onde se sentam, é acima de tudo uma questão de saber como se comportam»

Para breve, quando completar o 100.º texto (ou post?) prometo uma análise introspectiva ao espojinho.
Dispensados estarão os psicanalistas (com todo o respeito por todos os que se movem neste campo), mas convocados estão todos os amigos que, em silêncio, e por vezes com dúvidas, têm acompanhado estes gritos mudos.
Tenho a certeza que alguns, perante a ambiguidade que a síntese obriga, já se terão interrogado sobre a verdadeira natureza deste escrevedor, já que por vezes, parece que ressaltam dúvidas sobre o verdadeiro sentido de alguns textos.
Garanto-vos - é mesmo só aparente.
Resulta muito da minha preocupação com o plano das ideias - com a teoria - esse instrumento prático indispensável no pensamento marxista.
Podeis ir por aqui com segurança para a percepção do que procuro dizer.
E é por aí que sigo.
Declarações recentes, vindas do interior do PS, parecem responder a dúvidas que aqui já havia expressado e que em suma se consubstanciavam na expressiva apatia ou mesmo concordância com que todos, neste partido que se empertiga de esquerda, aceitavam e mesmo apadrinhavam, tão vergonhosa política de direita.
Tendes de ser pragmático - parece que oiço alguns. Já não existem esquerda e direita e por isso,,, nós somos pragmáticos.
Mas, existem. Esquerda e direita. E o PS de Sócrates (e de outros) é de direita.
Mas o que diferencia, em um entender, esquerda e direita?
A primeira pelos valores humanitárias que defende, por entender a economia como meio para o bem estar e felicidade de todos, por defender o diálogo e a sã convivência de culturas, por acreditar na paz e no diálogo como meio para a resolução de divergências e conflitos, por entender a cultura como traço distintivo dos povos, por respeitar o ambiente.
A segunda por incentivar ao individualismo e ao salve-se quem puder, por colocar a economia ao serviço de alguns - poucos - em detrimento de todos os outros, por ser arrogante e não poucas vezes xenófoba e racista, por considerar a via belicista como caminho par a resolução dos conflitos, por entender a cultura nas suas perspectivas bacocas, não como identidade, mas mais como produto que importa impingir - para neutralizar as vontades próprias.
Porque acredito que há esquerda e direita.
Porque vejo, sinto e me revolto contra esta política que é de direita.
Eu sou, naturalmente de esquerda. Convictamente e procurando que ideologicamente fundamentado.
E acredito que muitos (ou alguns) no interior do PS também o são.
Espero (amos) mais sinais.

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