sexta-feira, 30 de julho de 2010
Estrutura de custos
Com o calor que por aqui faz, sempre com a ideia na sesta, do jornal retenho só alguns títulos.
Sugestivos.
Acrescente-se.
Enigmáticos.
Também.
Mas acima de tudo: Ofensivos.
Anote-se:
“Aumento de receitas faz disparar lucros da Zon”
“Brasil e renováveis ajudam resultado recorde da EDP”.
“Melhoria na estrutura de custos beneficia Sonaecom”.
A que poderia acrescentar outros de dias recentes e que referem lucros fabulosos dos bancos.
E os 7 500 milhões pelos quais “vendemos” a “nossa” posição estratégica no mercado das telecomunicações.
E ofensivos porque ocorrem num contexto em que se retiram direitos sociais, em que cresce o desemprego, em que aumenta o IRS e em que cortam nos salários.
Em nome da crise. Que provadamente só afecta quem trabalha e quem menos tem.
Mas um dos títulos dá uma pista curiosa para os distraídos perceberem o significado de CRISE.
“Estrutura de custos beneficia…”
Claro, se nessa estrutura se diminuir o peso dos salários, se diminuírem as contrapartidas sociais, se for possível despedir os que tem direitos e substitui-los por quem desesperadamente procura uma ocupação e um rendimento, mesmo que miserável…
É para esta “diminuição da estrutura de custos” que muito contribui o discurso oficial, unânime, incontestável, da dita crise.
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