Será que estamos a iniciar o caminho de retorno à economia? Será que de uma vez por todas se ficará a perceber que os jogos de casino a que governantes e os seus responsáveis se têm dedicado é um jogo perigoso, principalmente para nós?
Alguém trocou economia por finanças e os resultados estão à vista. Todos os dias surgem novos dados. Cada um deles mais preocupante que o anterior.
Vejamos o caso BES: começou por se informar que o «buraco» seria na ordem dos 1,5 mil milhões. Rapidamente se passou para 3,5. No dia em que o BP anuncia as medidas, já se fala em 4,5 e na manhã seguinte os jornais trazem a toda a largura das suas primeiras páginas, 4,9 mil milhões.
Já li algures que não se ficará por aqui. Assim como li que pode chegar aos 15 mil milhões. Coisa pouca.
Mesmo fazendo uma pequena ideia do preço de um iate de luxo, ou de uma mansão, ou de férias de sonho pagas a colunistas e a governantes, convenhamos que são muitos milhares de milhão. Onde estão?
Um jornal de hoje fala em 300 milhões secretamente algures na Ásia. Uma bagatela.
Outro dado curioso neste caso do BES é que nos encontrávamos sob rigorosa vigilância do FMI, do Banco Central Europeu, da Comissão Europeia – aquelas gentes e aquela coisa a que me recuso por ora a denominar – que manifestava um zelo – de contornos inqualificáveis – sempre que o TC anulava uma das suas medidas – com expressão e consequências no OE por vezes inferiores aos valores da dita conta asiática – e nada detectaram aqui.
Todos nos lembramos dos famosos testes de stress. Estava tudo bem e recomendava-se.
Mas insistindo ainda em curiosidades. Ao ler os jornais de hoje parece que afinal o caso BES se constituiu como um motor de dinamização da economia (apre). Houve uns «fundos» que ganharam milhões, a CGD ganhou outros, o Montepio também, outros bancos também têm perspectivas de os vir a ganhar.
Quem perdeu afinal?
Ui…que me percorreu todo o corpo um frio arrepio.
Sobre o retorno à economia, com esta gente a comandar os destinos do país – e não estou a falar de passos, portas, costas, seguros…coitados - deixo tal ideia para quem acredita no pai natal.
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