segunda-feira, 15 de setembro de 2014

O Vespeiro

vespas…vespas…vespas….

Graças à wikipédia fiquei a conhecer um pouco mais sobre vespas.

Partilho o essencial da informação que recolhi e passo a citar a fonte a que aludi: são insetos pertencentes à ordem dos himenópteros sendo responsáveis pela polinização de diversas espécies de plantas.

Depois de saber da utilidade, sinto-me preparado para suportar com maior sentido cívico e estoicidade, a dor provocada pelas suas picadas.

Fiquem a saber meus amigos que quando dizemos que nos picou uma vespa, foi mesmo uma vespa, pois os machos das vespas não têm ferrão.

Dolorosas picadas femininas.

A «casa das vespas» é muito parecida com a das abelhas e por estranho que pareça estas criaturas também produzem mel. Forte e amargo, para seu descanso e garantia.

O vespeiro é, a casa das vespas.

Em sentido figurado, pode ser, muita outra coisa.

Como sabemos, vespas, também são motocicletas.

Cidades italianas e de outras paragens, em que está na moda andar de «vespa», poderão assim também ser denominadas de vespeiros, tantos são os seus habitantes a cirandar de vespa as suas ruas e avenidas.

Dando largas à imaginação, também podemos chamar vespeiro, a uma determinada casa, ou instituição, por onde cirandem, vespas ou pessoas que queiramos denominar de vespas – por semelhança de comportamentos.

Pois, do que quero falar é de um vespeiro - casa - instituição.

Há tempos, por razões que agora não importam, a rainha – sim, as vespas também têm rainhas – foi substituída por outra rainha.

E ao reboliço habitual de um vespeiro juntou-se ainda mais reboliço. Umas vespas e também vespos (perdoem mas decerto concordam que facilita – caramba, estar sempre a escrever vespa macho…) já habituadinhas e habituadinhos aos seus favinhos, senhores de rotinas e mandadores das vespas e vespos mais reles, depressa se bandearam para a nova rainha. Salamaqueque para cá, salamaqueque para lá – uma salamaquice pegada.

Outras vespas e vespos, arredados dos favos desde os tempos da outra rainha ainda – uma rainha anterior à rainha que agora foi substituída – deram corda às asas e presentearam a rainha com ruidosos raides e bonitas coreografias.

E a maioria das vespas e dos vespos- que sempre estiveram laborando nos favos fosse qual fosse a rainha – aguardaram com alguma expectativa que a vida nos favos melhorasse.

Aguardaram…

Aguardaram…

Viram as danças, viram as coreografias e viram que nos favos nada mudou. Uma ou outra vespa ou vespo teve que baixar as asas, mas a maioria das vespas e dos vespos que controlavam a vida nos favos, continuou administrando-os como sempre fizeram.

As vespas e vespos que estavam agora no domínio dos favos – na sua grande maioria – ao invés de baixar a asa, voltaram a dar-lhe corda e a elas juntaram-se as outras vespas e vespos que estavam de asa caída desde o tempo da rainha anterior à que foi agora substituída.

E aos favos voltou a descrença. As vespas e vespos que acreditaram que a as coisas iriam melhorar, confrontam-se hoje com a triste constatação que nada melhorou.

E nos favos, onde havia pouco mel, hoje há ainda muito menos.

E assim todas as vespas e vespos irão definhar…

A nova rainha, parece atónita e nada faz.

É muito preocupante a vida neste vespeiro.

As picadelas destas vespas, parecem produzir o contrário das picadelas das outras, ao invés de polinizarem, secam tudo em sua volta.

E neste tipo de vespas, até os vespos picam também, e de que maneira.

Nota do «espojinho»: Este texto, foi enviado pelo «Porta Nova». Publico-o – sem o perceber – pela amizade que nos une mas não deixo de estar preocupado. Será que ele está bem? – Há tanto tempo que não dizia nada e agora isto!

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