terça-feira, 22 de dezembro de 2009

Afinal é Natal



Pelo que nos mostram as televisões a coisa hoje foi animada em S. Bento.
Confesso que tenho cada vez menos paciência para suportar aquele ar cândido, aquela voz melosa, aquele penteado de ausência de pente, aquele estilo de virgem imaculada, aquele acusar todos de tudo pois não se tem a mínima culpa de nada.
Paciência.
Pacientemente ele espera a oportunidade para ir procurar o conforto que precisa como de pão para a boca: a maioria absoluta, a forma única de não ser contrariado.
E por cá, e por todas estas terras dos seus domínios, fustigadas agora por chuvas, frios, vento fortes e neve, 523680 - só dados oficiais - dos seus compatriotas não têm emprego.
E quantos tendo ocupação não têm o rendimento suficiente para uma subsistência digna. Quantas barracas e quantas vidas miseráveis.
E é Natal, sem Pai Natal mas com Menino Jesus.
E à porta de um majestoso templo sai impante, reluzidio , um vistoso Bispo. E os presentes inclinam-se e beijam-lhe a mão e o motorista abre-lhe porta do majestoso carro e sua Iminência parte. São horas de jantar… talvez uma canja de cristas de galo.
E os 523680 desempregados o que irão jantar?
Que presentes vão comprara par os seus filhos?
Afinal é Natal.

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