quinta-feira, 24 de dezembro de 2009
Coisas do entre o ser e o dizer
Não estava mesmo nada a contar em passar por aqui, hoje. No entanto cá estou.
Talvez esta mudança se deva a uma necessidade de afirmação, talvez.
E necessito afirmar-vos que, de facto, não fui hoje a nenhum supermercado ou hiper. E estou bem, muito obrigado.
E Belmiro e os outros iros, esbirros será mais apropriado, também.
E tenho para mim, que mesmo a esta hora, as filas serão intermináveis. Faltava ainda qualquer coisinha…
Sobre este tema, o Público de hoje traz interessante reportagem de Paulo Moura e através desta apresenta-nos Marisa, Ana, Filomena, Raquel e Marília (nomes obviamente fictícios) e conta-nos um pouco das suas vidas, dos seus problemas, dos seus projectos, dos seus contratos a prazo, das ameaças perante a hipótese da greve…
Como seria interessante conseguir que aqueles que hoje atafulharam os hipermercados, pensassem pelo menos um pouquinho, enquanto esperam na fila para pagar, na Marisa, na Ana, na Filomena e em todos os outros. É que também é véspera de Natal para eles.
Também hoje ficámos a saber que a Igreja (católica) já recolheu as assinaturas necessárias para solicitar um referendo sobre o casamento entre pessoas do mesmo sexo e que um seu mediático Bispo considera provocação aos sentimentos e consciência cristã que legalmente se abra tal possibilidade.
E eu que esperava que a Igreja dos desamparados, dos pobres, dos desempregados, dos sem abrigo, a Igreja dos homens de bem, solidários, amigos do próximo, manifestasse a sua revolta contra as tiranias e a exploração vejo que a revolta se centra na opção sexual de cada um.
Esperava?
Mas há homens e mulheres que dentro da Igreja esperam e trabalham e praticam assim e para esse fim.
Bem hajam.
E revejam o título deste post p.f.
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