De forma profundamente patriótica e demonstrando um elevado sentido do dever público o Sr, Ministro das Finanças (e da Administração Pública também, não é?) manifestou-se disponível para fazer baixar o seu próprio salário para assim poder dar o seu contributo directo para a redução do deficit.
Permita-me que aceite, excelência.
Se é necessário? É mais que necessário. O Sr. Ministro bem sabe o que tem pedido aos outros.
Permita-me então uma sugestão. Reduza em 10% a remuneração de todos os detentores de cargos públicos e de nomeação política e obterá uma poupança superior a 12 549 742 €.
Posso facultar ao Sr. Ministro o ficheiro excel onde fiz os cálculos.
Mas adianto os principais vectores no quadro seguinte:
Os custos anuais com estes detentores de cargos e nomeados políticos perfazem 125497424€ pelo que descontando os propostos 10% se obtém o valor já indicado.
Como o Sr. Ministro facilmente verificará, os cálculos foram feitos “por baixo”. Não incluem os Governos Civis e os respectivos gabinetes, assim como não se incluem os vencimentos dos gestores de empresas públicas, institutos públicos e fundações.
Não se incluem os Parlamentos, Governos e Gabinetes das Regiões Autónomas.
Não se incluem os Gabinetes pessoais dos Sr. (s) Ministros e dos Sr.(s) Secretários de Estado, enfim…outros tantos.
Se acolhesse esta singela proposta, que grande serviço prestava ao País, Sr. Ministro e já podia deixar os funcionários públicos em paz.
Aliás, não constitui uma prova cabal de incompetência dos governantes esta prática “baixa” de culpar os funcionários públicos por todos os públicos males?
Quem os recruta? Quem os gere? Quem os avalia? Quem lhes determina objectivo? Quem lhes castra competências e vontades? Quem os aniquila com uma hierarquia de filosofia de chefe?
Quer discutir Função Pública, Sr. Ministro?
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