terça-feira, 12 de janeiro de 2010
Sinais de depressão
O I.N.E. publicou em Novembro de 2009, o Anuário Estatístico da Região Alentejo 2008.
Numa consulta breve aos dados referentes a Évora e independentemente de abordagens mais profundas que se justificam para alguém que quer compreender a sua cidade e a sua região, ressaltam informações, no tocante às questões demográficas, que merecem desde já uma necessária reflexão:
A população residente diminui de 56519 (em 2001) para 54780 em 2008 - Uma perda de 1739 pessoas (3% da população).
Mesmo admitindo, no plano meramente técnico, a insuficiência da estimativa de 2008 e aguardando a confirmação ou infirmação da tendência de diminuição populacional através dos Censos de 2011, a verdade é que estamos na presença de um fenómeno (diminuição ou estagnação populacional) que difere grandemente das projecções demográficas que a CM fez constar dos Relatórios do PDM (projectavam 64614 habitantes para 2011) e que em nada se associa a uma dinâmica propalada de cidade de excelência onde dá gosto viver.
Preocupante é também o facto de, em 2008, se registarem 2456 pessoas a auferir o subsídio de desemprego -logo, o n.º de desempregados é bem superior). Em 2001 eram 1727, ou seja, em 2008, há mais 729 pessoas desempregadas a receber subsídio de desemprego o que representa um crescimento de aproximadamente 30%.
Não havendo possibilidades de comparação com 2001, registamos que em 2008 há 2204 pessoas a receber o Rendimento Social de Inserção e 16568 pensionistas (invalidez, velhice, sobrevivência) + 735 pessoas.
Assim e não disponibilizando o INE ao nível concelhio dados sobre população activa, atente-se nos seguintes factos:
De 46708 indivíduos residentes em Évora com mais de 15 anos, identificámos:
2456 (5%) Auferem subsídio de desemprego;
2204 (4,7%) São beneficiários do RSI
16568 (35,5%) São Pensionistas.
Dos 24480 não referenciados, sabemos que 12029 são trabalhadores por conta de outrem.
Os restantes 12451serão empresários, trabalhadores por conta própria, profissionais liberais, estudantes, desempregados sem auferir subsídio e outras situações.
O intervalo de idades grosso modo correspondente à população activa, apresenta claros sinais de envelhecimento.
Convenhamos que são indicadores que não atestam da vitalidade da cidade e desfazem a argumentação panfletária de uma cidade moderna.
Não partilho das ideias dos que associam sempre desenvolvimento, a crescimento e muito menos a crescimento populacional, no entanto, o que os dados nos mostram é que não só não se verifica crescimento como antes se verifica regressão , isto a par do registo do fenómeno do duplo envelhecimento que vem marcando a Região.
Os dados, são característicos de uma cidade deprimida.
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