sexta-feira, 22 de janeiro de 2010
Processos de tomada de consciência
Interessa-me, melhor, fascina-me, a análise dos processos de tomada de posição individual (ou os chamados processos de tomada de consciência).
Porquê, dois homens (ou duas mulheres), ou um homem e uma mulher (e ou vice-versa por razões do politicamente correcto), nas mesmas condições: económicas, culturais, sociais, conjunturais, estruturais têm, sobre o mesmo assunto, posições diametralmente opostas?
Uns dizem que é determinante a condição social, outros contrapõem com argumentação de ordem genética, outros enredeiam-se nos factores culturais.
Este disederato, que vos prometo abandonar desde já, vem a propósito, para o caso, do Haiti.
Para uns, os mais de 15 000 soldados norte americanos (para pouco mais de 300 socorristas) estão no Haiti para «ajudar».
Incluem-se nestes, a maioria dos agentes dos media e consequentemente, acredito, a maioria dos portugueses.
E alguns colegas e amigos meus.
Estarão certos?
Como era bom acreditar que sim.
Mas muitos duvidam e falam de ocupação.
E eu sou dos que duvidam.
É unânime aceitar a tragédia como consequência natural - já serão poucos, mas ainda existirão os que a julgam como consequência divina - mas há os que afirmam ter a mesma sido consequência de atitude deliberada da marinha norte americana.
Consequência da badalada teoria da conspiração?
A maioria acredita na tese naturalista (e outros na divina).
Tenho colegas e amigos que assim pensam.
E eu duvido desta tese e julgo que não é disparate julgar que ali houve mão humana.
Mas se não a houve no terramoto, houve-a de certeza na potenciação da suas consequências.
O que provoca então semelhantes antagonismos?
Julgo que diferentes estádios de aproximação à verdade.
É neste processo que, os que verdadeiramente não a renegam, devem apostar.
Esforcemo-nos então e façamos o caminho pelos nossos próprios meios - as boleias que se nos oferecem são duvidosas.
Eu esforço-me por fazer o meu próprio caminho.
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