sábado, 27 de fevereiro de 2010

A natureza ajusta-se.



E as consequências desses ajustamentos são dramáticas.
Medem-se em vidas humanas, no acrescentar desgraça às desgraças, na destruição maciça de bens e recursos.
Haiti, Madeira, Chile, só para referir os acontecimentos mais recentes e mais dramáticos.
Hoje mesmo, Portugal foi fustigado por ventos fortes, inundações e de novo a perda humana, no caso lamentável uma criança de 10 anos.
São vários os prismas, sobre os quais procuramos a racionalidade das tentativas para perceber as causas.
Há quem fuja dessa racionalidade e procure as respostas no plano espiritual.
E há outros que atribuem à natureza esse dom que é de deus em outros, melhor explicado, que atribuem dons divinos à natureza (essa coisa abstracta).
E quem somos nós para, perante os dramas vividos, criticar quem assim se presta a tentar perceber? Principalmente quando essas interpretações vêm das vítimas directas.
Mas, distantes, dos efeitos físicos, somos tentados a procurar perceber.
Um dado inquestionável é de natureza tecnológica.
Os modernos meios de comunicação permitem-nos hoje, saber ao momento (in loco), os acontecimentos que têm lugar em qualquer parte do mundo. E esta simultaneidade atribui uma outra dimensão ao acontecimento.
Um outro (dado), prender-se-á eventualmente, com o facto de sermos contemporâneos de profundas alterações climatéricas e de ajustamentos nesse capítulo que estarão a ocorrer à escala planetária.
As placas movem-se, os icebergues chocam e descolam-se, os glaciares derretem-se, formam-se tornados onde antes nunca tal tinha acontecido, neva em sítios até hoje impensáveis.
O mundo mexe-se em todos os sentidos.
E os homens continuam cegos com as certezas de uma pretensa racionalidade.
A ciência e a técnica terão as soluções, asseguram.
E nós cremos que sim, desde que a ciência não se renegue.
Desde que se assuma esta como um caminho para o saber (verdade) e não como o saber (verdade) em si.
A ciência é expressão de capacidade metodológica sobre a dúvida.
Não é a certeza precipitada (e arrogante)

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