domingo, 28 de fevereiro de 2010
A Terra é linda
Já deixei subentendido em textos anteriores, julgo mesmo que mais explicito que subentendido, que me posiciono criticamente face aos convencimentos da modernidade.
Incluem-se neles, uma «fé» absoluta na tecnologia e uma concepção dogmática da ciência - o que julgo constituir-se como anti ciência.
O que se está a passar no capítulo do natural contribui dramaticamente para reforçar estas minhas atitudes criticas.
Um parafuso na pista destruiu o Concord, uma placa mal aparafusada quase terminou com o sonho interplanetário dos vai vem, as pontes ruíram quando se anunciavam eternas, os arranha céus vieram abaixo com o impacto de duas aeronaves, o mar reocupou as vivendas que se lhe sobrepuseram, os rios estoiraram as manilhas com que os procuraram domar.
E mesmo assim, o homem decidiu criar ilhas em forma de palmeira e nelas construir novas cidades e torres (quais babeis) que quase chegam ao céu (ou chegam mesmo, pois não sabemos onde este começa) e outras grandes feitos.
E é neste «confronto» que nos situamos.
E perante ele, seria aconselhável mais interrogação e menos arrogância. Mais dúvidas e menos certezas.
Mais ciência e menos a sua negação.
A terra não é o nosso animal de estimação domado. É um ser vivo, dinâmico, muitas vezes cruel e por vezes agressivo, onde vivemos.
A história do homem é uma sequência de lutas de forma a ganhar as condições para aqui habitar em segurança e bem estar.
Muitas, bem conseguidas. Outras, nem tanto.
Importará pois retermo-nos mais na análise dos fracassos do que na ostentação grosseira dos sucessos.
E… convém não esquecer.
A Terra é linda.
Respeitemo-la.
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