sábado, 21 de setembro de 2013

Na minha cidade tenho um governo de faz de conta

 

O governo da minha cidade, escolhido pelos meus vizinhos, alguns amigos e  restantes concidadãos é um governo de faz de conta.
O presidente faz de conta que foi eleito para ser presidente, quando na verdade foi eleito vereador.
O presidente que foi eleito presidente faz de conta que nem esteve por aqui até quase meio do corrente ano.
Os que foram eleitos a expensas dele fazem de conta agora que nem o conhecem.
Os secretários do que faz de conta que é presidente, fazem de conta que secretariam o presidente faz de conta, mas na verdade são secretários do partido faz de conta.
No intervalo, fazem de conta que gerem a cidade.
E nós passamos pelas suas ruas sujas, nauseabundas (digam-me que é exagero), por uma cidade sem cinema, sem cultura, sem emprego - perdemos mais de 1800 empregos na última década .
Numa cidade triste e acabrunhada.
E os «faz de conta»  que sempre fizeram da mentira e do embuste um modo de vida, fazem agora dela - a mentira - a sua única forma de apresentação pública.
A REFER melhora a linha e remodela a estação - a obra foi deles.
A Universidade faz obras - a obra foi deles.
As obras que há doze anos herdaram já em fase de produção - a obra foi deles.
Os encargos com essas obras …a dívida é dos outros.
E assim se apresentam.
Programa? O que é isso?
Se questionado sobre o n.º de turistas que afluem a Évora, atiram…mais de 600000. Poderiam com o mesmo desplante ter dito um milhão ou dois…
Mentir é fácil.
Falar verdade dá trabalho.
E dá trabalho porque é preciso, no que às acções diz respeito, fazer coincidir palavras com atos e no que  às meras informações se refere, precisam as mesmas de dados e de fundamentação.
Ao falar de turista, é preciso saber do que se fala.
Falar de afluência turística é preciso fundamentar .
Dou o meu contributo:
Em 2011 (O INE ainda não disponibilizou os dados de 2012) deram entrada nos estabelecimentos  hoteleiros da cidade 169 670 hóspedes.
A ONU e a OMT definem turismo como a atividade do viajante que visita uma localidade fora do seu local habitual de residência e com propósito diferente do exercício de atividade remunerada por entidades do local visitado e aí pernoita, pelo menos uma noite.
Explique então sr. Presidente faz de conta, se aquilo que o sr. afirmou foi a constatação de que existirá aqui, nesta cidade, uma dimensão gigantesca de alojamento clandestino?
E o sr. não fez nada ao longo deste anos todos?
Ah…o sr. estava a referir-se a visitantes - excursionistas - ?
Como os contou?
Vamos fazer de conta que acreditamos.