terça-feira, 17 de abril de 2018


Tempo

Alguns, zangam-se e dizem que ele é rápido.
Que mal começamos e já se vislumbra o fim.
E zangados, queixam-se, vociferam. 
Passou tão rápido.
Ainda ontem…

Mas dispõem dele…
Quem não se queixa do tempo são os que já não podem dispor dele.

Por mim, resolvo não me queixar do tempo.
Mas queixo-me do que não se faz com ele
Ou do que se faz e não devíamos fazer.

segunda-feira, 16 de abril de 2018


Latoeiros

Sem ofensa para os que ainda usam a lata como matéria para o seu trabalho

Aquelas três figuras que basta olhar para elas para nos inteirarmos da confiança que nos merecem, mandaram sobre a Síria uma chuva de misseis.
Já tinham feito o mesmo em muitos outros sítios. Em alguns, ali bem perto, usando dos mesmos argumentos.
Se lhes desse para corar já não teriam rosto.
Veja-se agora a desfaçatez:

(clique)


Macron, já havia afirmado que não tinha declarado guerra à Siria.
Pois não, não declarou, nem para isso lhes sobrou uma réstia de vergonha.
Pura e simplesmente deu ordem para disparar.

sábado, 14 de abril de 2018


Pensar mói

E por vezes faz doer. Falo por mim.
Sei, também por experiência própria, que adquirir pensamento alheio -feitinho a preceito para tal fim – é mais fácil e não dói.
Por exemplo:
Pensamento fresco acabadinho de ser posto à nossa disposição: «Os EUA, o Reino Unido e a França fizeram muito bem em bombardear a Síria. Assad precisava de uma lição depois de ter lançado bombas químicas sobre populações inocentes».
Fácil. Todos vamos pensar assim. Vamos comentar assim e pronto é assim.
E se não fôr…?
E porquê bombardear na véspera da ida dos inspetores para investigar o propagandeado bombardeamento?
E que mandato tinha este trio de incendiários para bombardear um país soberano?
E?
Uff que canseira e ainda por cima é sábado.
Ide vestir o fato de treino adidas e ide comprar uns peixinhos de alguidar  ao super da moda.
Aonde esteja mais gente e aonde se esteja mais tempo em filas.
Dará para ver outros modelos (de fatos de treino) e para usar o pensamento adquirido (em grande promoção, diga-se) e para  empanturrarem o ego ao verificar que o doutor silva, aquele vizinho do audi que é chefe ou qualquer coisa ainda mais que chefe na repartição de finanças também pensa assim.
Bom fim de semana e bons pensamentos (estejam atentos às promoções).

quinta-feira, 12 de abril de 2018


Blogues, redes sociais e outras modernices

Zuckerberg parece que tendo-o criado, nunca o quis controlar. O monstro.
Com ele parece ter sido possível monitorizar milhões de informações sobre milhões de cidadãos.
Com este e com outros monstros.
Um deles é usado por Trump para bombardear o mundo – por enquanto - em sentido literal, só partes do mundo.
Russos e Americanos entretêm-nos com historietas (sérias) de ingerência e manipulação de resultados eleitorais.
O criador do monstro afirmou que na Rússia há pessoas cujo trabalho consiste em usar o monstro para criar danos (ao e aos criadores).
Valha-nos isso. Ficamos mais descansados em saber que o problema está isolado, ou seja cinge-se à Rússia.
A bisbilhotice, a injúria, a calúnia, os boatos e as mentiras não são práticas novas.
Sempre existiram.
O problema é a difusão que assumem quando difundidas através das denominadas redes sociais e mais grave ainda a dimensão dos nefastos efeitos.
E parece que Zuckerberg não foi só o criador de um monstro que afirma nunca ter tido intenção de dominar como, com ele, ao invés da tão propalada generalização do acesso à informação se fazer exatamente o contrário.
Com as redes sociais difundem a poeira com que escondem a informação.
E todos, quase, lá postamos a nossa data de aniversário (recebendo parabéns de quem não conhecemos de lado nenhum) informação pessoal que não se sabe para que fins poderá ser usada, «gostos» com os quais se constroem perfis, fotografias nossas e de filhos.
Sabem por onde andamos, com quem andamos, o que comemos, do que gostamos, o que pensamos.
E disso não fazem segredo. Dizem-no.
E, sabemos, que não só na Rússia, mas em muitas outras partes do mundo, alguém tem como trabalho usar, trabalhar e «construir» informação.
Os fins a que esse trabalho se destina não serão os mais filantrópicos garantidamente.
Ficámos a saber que alguém compra. E paga. Como objetos do negócio não recebemos nada.
As redes sociais não vieram democratizar a informação, vieram isso sim, constituir-se como a mais moderna e perigosa ameaça à democracia.
Por tudo isto e enquanto ela subsiste e assim o permite, vou dedicando (ou dedicar) algum tempo ao blogue.
Aqui, só lê quem quer.

segunda-feira, 9 de abril de 2018

Injustiças


Do fundo da sala, em tons baixos, escuto desfado de Ana Moura e vou soletrando, desajeitadamente: "ai que saudades que eu tenho de ter saudades".

E assim  percorro pelos caminhos da memória o tempo que aqui tendo estado, não estive.

Não visito o «espojinho» o meu espaço e depósito de memórias desde os finais de Novembro. 
Um Inverno inteiro.
Até parece que nada se passou que merecesse a minha atenção e passou-se um turbilhão de coisas.
Fui por aqui bradando contra as falsas noticias. Eu sei que é «fino» e mais  credível se o disser em inglês...mas fica assim.
Verifico com prazer que o tema já é cátedra e que existem inúmeros especialistas.
Muito bom.
Muito bom, mesmo.
Mas continuam a proliferar falsas noticias.
Ou seja, não noticias.