domingo, 13 de outubro de 2019


De novo ( e outras vezes se reptirá) sobre os resultados das eleições de 6 de outubro



Escrevia-se há dias (numa coisa chamada de semanário) que a CDU havia perdido 25% do seu eleitorado.

Assim , em modos de melhor entender a coisa, em cada 4 eleitores que em 2015 haviam votado na CDU, só três o voltaram a fazer em 2019.

Mais coisa, menos coisa, a coisa está certa.

Assim como também está certo que houve menos 287639 eleitores e menos 96615 inscritos.

Na distribuição, saem a ganhar o PS (+124489 votantes), o PAN (+92106) e os pequenos partidos que com pouco + de 1% dos votos chegaram agora ao Parlamento.

E a perder, para além da CDU, a familia da defunta PAF, que perde qualquer coisa como uns simples 436605 votos e BE que perde 57371.

Ditou o célebre sistema de círculos que da roda saíssem perdas sem correspondencia proporcional, de menos 22 deputados da família PAF, menos 5 para CDU e o BE não perdesse nenhum eleito.

Por enquanto ando à roda dos números.

Em matéria de menos, há muitos menos a referir.

Quero ainda voltar, pelo menos, à questão da proporcionalidade e ao que sobre ela está consagrado na Constituição da República Portuguesa.

quarta-feira, 9 de outubro de 2019

Uma reflexão (primeira) em torno dos resultados das eleições legislativas de 6 de outubro, no Círculo Eleitoral de Évora

Inevitavelmente, começo por anotar o arcaísmo (e desajustamento a todos os níveis) do denominado «Distrito de Évora».
Os distritos já não existem (ressuscitam-nos para efeitos da administração eleitoral) e dessa forma continuamos a não discutir questões tão importantes como sejam a organização territorial (Região e Município: as formas constitucionais) e a forma de garantir uma maior aproximação à proporcionalidade. 
Pretendo, posteriormente, abordar a questão da proporcionalidade, mas deixo para já uma nota: se, a organização eleitoral compreendesse a Região Alentejo (considerando esta, para não complicar cálculos, como o somatório dos círculos eleitorais de Évora, Beja e Portalegre) estaríamos confrontados com uma distribuição de deputados com alterações à agora verificada.
Das eleições de 6 de outubro resultou, neste território, a eleição de 6 deputados pelo PS e 2 pelo PCP/PEV. Considerando a Região, a distribuição seria 4 deputados para o PS, 2 para o PCP/PEV, 1 PSD e outro BE.
Cingindo-me ao que me propus – uma abordagem aos resultados verificados no círculo eleitoral de Évora – realça-se que a diminuição é uma ocorrência generalizada: diminui o nº de inscritos (-4562), de votantes (-10591) de votos nos partidos (de maior expressão): (PS:-2974, PSD: - 4803, PCP/PEV: -4587, BE: - 688.
Em percentagem: PS:- 9,38%, PSD: -23,69%, PCP/PEV: -24,71%, BE: -9,4%.
A outra tendência é a diminuição da concentração dos votos nos partidos referidos, passando de 92% em 2015 para 87,5% em 2019.
Votos brancos e nulos (indicador que alguns gostam de por vezes dar realce) aumentam de 2,95% em 2015, para 3,7% em 2019.
Pelo que se pode concluir serem a abstenção e a dispersão (embrionária, mas com expressão) as notas dominantes a extrair da análise aos resultados eleitorais no círculo eleitoral de Évora.
Só como curiosidade referir as exceções seguintes (no que concerne à diminuição de votos obtidos pelos partidos de maior expressão): O PS não diminui nos Municípios de Montemor-o-Novo (+110), em Vendas Novas (+ 45) e o BE não diminui em Mora (+4) e Arraiolos (+4).
As perdas percentuais mais significativas ocorrem, para o PS, em Mourão (-27,40%), Reguengos de Monsaraz (-21.38%) e Portel (-16,47%).
Para o PSD, em Portel (-40%), em Alandroal (-39,64%) e Vila Viços (32,65%).
Para o PCP/PEV, em Alandroal (-34,87%), Reguengos de Monsaraz (34,87%) e Estremoz (-32,93%).
Para o BE, em Mourão (-31,65%), Vendas Novas (-21,54%) e Alandroal (-20,91%).

Outros números, causas e outras leituras, remeto para posterior abordagem.

segunda-feira, 23 de setembro de 2019

Vou voltar.

Aqui sinto que há um abrigo para as palavras que escrevo. Um sitio onde as reencontro e me confronto.
E gosto.
Um sitio que me garante a privacidade que prezo.
Quando comecei, já lá vão uns aninhos, despontavam em forças as redes sociais, o Facebook e outras ferramentas da moderna coscuvilhice.
O espojinho é para mim a antítese.
O sitio onde as palavras redemoinham sobre si e onde depois pairam, sossegadas, disponíveis para as poder reencontrar.
Gostava e continuo a gostar.