sexta-feira, 30 de setembro de 2011

Só para alguns

Aos homens e mulheres que julgam o mundo e agem como se o mesmo se situa-se nas envolventes sujas dos seus umbigos, não são dirigidas estas palavras que agora escrevo.

Dirijo-as sim, aos homens e mulheres que se esforçam por andarem “eretos”, mesmo aos que, distraídos ou mal intencionados, acabaram por tomar atitudes, contrárias a si e a nós.

Dirijo-as aos homens , mulheres e jovens sem trabalho e aos muitos outros que só o têm enquanto factor de exploração.

Dirijo-as aos jovens desesperados a quem fecham o presente.

Dirijo-as aos que ainda têm trabalho e o veem cada vez com menos direitos.

Dirijo-as aos que nada têm e que por isso a pouco aspiram.

E consistem numa mensagem simples:

Apesar de tudo e acima de tudo, por causa do tudo que foi referido, amanhã estarei nas ruas de Lisboa, na Manifestação convocada pela CGTP/IN.

Acredito que não é o conformismo o caminho. Acredito que há outro caminho.

E sei que é andando que ele se faz.

Aos que não acreditam, se conformam, que julgam que o melhor é optarem pelo “salve-se quem puder, apresento o meu pesar.

segunda-feira, 26 de setembro de 2011

São as economias, estúpidos

Apesar do uso profuso da frase, em citações a propósito e a despropósito, em títulos, subtítulos e corpo de artigos de jornal, de dar nome a blogs e a grupos de reflexão e apesar também dos sentidos divergentes que se lhes podem associar, julgo-me também no direito ao uso da famosa frase que se diz criada por James Carville e usada com êxito por Bill Clinton.

Bush pai, não insinuo que a ele se dirigisse, percebeu bem o sentido.

Mas muitos ainda hoje e já passaram quase 20 anos (data de 1992, diz-se) não perceberam.

E confundem finanças com economia. E admiram-se (quais inocentes virgens) que se preveja uma forte  recessão na economia para o ano que já espreita (a somar à que se regista no ano em curso).

As medidas aplicadas (austeridade + austeridade + cortes nas prestações sociais + baixos salários é = a recessão.

A recessão provoca falências, desemprego, quebra de receitas fiscais, quebras no investimento + recessão.

Mais recessão aumenta o défice e reforça a necessidade de dependência externa.

Mais dependência externa significa uma crescente e insaciável necessidade de financiamento.

E abreviando a história… o fim é a bancarrota.

Assim se estuda em Portugal, em Inglaterra, nos EUA e estamos em crer que também no… Canadá.

Há mais economia para além da cegueira financeira e para além … da estupidez.

domingo, 18 de setembro de 2011

Mais do mesmo ou sinais de mudança?

Os islandeses bateram o pé e aplicaram no seu país o contrário das receitas que os senhores do dinheiro lhes queriam aplicar.

Depois da bancarrota, sentaram no banco dos réus os responsáveis e trataram de equilibrar as finanças do seu país.

Os alemães em todas as eleições regionais até agora realizadas – depois deste 2.º mandato da senhora – votam, penalizando o partido desta, enquanto esta continua ocupada, armada em senhora da Europa.

Em Chipre, também se desalinha.

Na Dinamarca, travam-se a fundo (nas eleições recentes) caminhos perigosos de aliança de direita e extrema direita.

Até na Bélgica parece que vão ter finalmente governo.

Em Itália suspira-se pelo fim do pesadelo e há bons indicadores que ele irá acontecer.

Nestes casos e em outros, nas mudanças de rumo em curso, têm forte participação os comunistas e outras formações de esquerda real. Mesmo acautelados para as diferenças de tonalidade que o vermelho ganha por força da «geografia», não deixam de ser sinais de esperança…

Será que a Europa vai finalmente perder o cheiro e a cor a bafio que a tem afectado nos últimos tempos?

Por aqui nesta  jangada de pedra andamos sempre ao contrário…nós já e os vizinhos a prepararem-se.

Triste fado flamenco.

E a agravar as coisas… o cheiro nauseabundo que continua vir do jardim.

quarta-feira, 14 de setembro de 2011

Pontos desfocados

Inconstância

Por vezes, durante estes interregnos de escrita, dou por mim a pensar que o melhor é deixar-me destas coisas e reservar espaço e paciência a quem sabe escrever e «blogar».

Mas depois, sinto a falta do espaço para os meus desabafos e lamúrias e vai daí…

Gastronomia

Sendo uma arte (e não um espaço de «armações») o seu estado atual não podia ser diferente dos estados das outras artes.

Sofre dos efeitos da pimbalhagem, da massificação, do produto pronto (bastando misturar água – no caso, vinho) e vai daí, eis as 7 maravilhas da gastronomia.

Grécia

Pobre Grécia…

Pobre Portugal…Pobre Espanha…Pobre Irlanda…

De quantos países pobres se faz um país rico?

Pobre Europa…comandada por Merkel e Sarkozy (e escriturada por uma rapaz português)…

Eu por mim estou enojado.

Jardim

Quero sempre lembrar-me de rosas, acácias, malmequeres, alamedas, lagos, cantinhos de amores e de beijos furtados.

Mas sou constantemente sobressaltado com uma imagem terrível, negra e nefasta…

quinta-feira, 1 de setembro de 2011

Senhora chanceler unifiquemos então.

Tenho uma dificuldade que julgo nata - o que serve para desculpar uma acentuada preguiça para a aprendizagem - em pronunciar-me convenientemente noutra língua, senão nesta que partilhamos e mal tratamos neste espaço de lusofonias.

Esta dificuldade assume no caso da língua de Goethe (e em muitas outras, claro) uma completa impossibilidade.

Aprendi, vá-se lá saber porquê, a pronunciar alguns números e uns palavrões.

Estes últimos, para o caso que vou tratar, até poderiam ser suficientes para a comunicação, mas se cuido de evitar usar tais recursos em português porque o hei-de agora fazer em alemão?

Julgo que Passos Coelho sofrerá do mesmo mal ( a dificuldade no uso da língua alemã), pelo menos a fazer fé no episódio seguinte:

Na visita de apresentação de credenciais que Passos está a fazer à senhora chanceler europeia, ouviu este o recado (julgo que lhe foi traduzido depois) e vai tratar de lhe dar execução, de que é necessário unificar dias de férias e idade de reforma e que por isso, Portugal tem que reduzir as primeiras e aumentar a segunda.

Julgo que o subalterno português ainda deve ter esboçado uma ligeira tentativa de falar da necessidade de unificar os salários.

E julgo, porque conhecendo, como conhecemos, sabemos das preocupações que nutre por aqueles que têm como rendimentos, unicamente os que advêm do trabalho - veja-se a importância que lhe atribui na distribuição da carga fiscal… , mas julgo ainda que tal não se mostrou possível por força da dificuldade já referida e que partilhamos, o não domínio da língua alemã.

Mas também julgo e assim espero, que dali daquelas bandas centrais europeias, chegarão mais cedo do que tarde, boas notícias.

É que há uma linguagem universal e o povo alemão fala-a, e essa entendo eu e muitos outros: é urgente, para bem dos alemães, dos portugueses e de todos os povos que medeiam e rodeiam estas pátrias, que esta senhora leve urgentemente um grandessíssimo pontapé no…

…qualquer coisa que em português termina em eiro.

Se foi por ali que começou o descalabro, pois seja por ali que se comece a reparação.