terça-feira, 29 de dezembro de 2015

Soltas de fim de ano

Mais uma divida

A acrescer a todas as derivadas pela ação dele e dos amigos dele (Portas) ficamos hoje a saber, pela boca de Passos (quem melhor do que ele para falar das dividas que nós temos que pagar) que o pais tem mais uma  divida e pasme-se, precisamente para com Portas.
Para esta, se ao contrário não me obrigarem, desde já declaro que vou ferrar o calote.

O moralista

O que se pode esperar de um pregador?! Que pregue.
Pois bem prega este pregador produzido pela tvi.
Diz ele que os gastos que os outros candidatos afirmam ir fazer com as respetivas campanhas são imorais face à situação em que se encontra o país e muitos dos que nele habitam (nao todos...não todos).
Imoral é ele que faz parte e é apoiado pelos que conduziram a essa situação.
Imoral é ele que disfarçado de comentador construiu (recebendo generosamente) a sua campanha ao longo dos ultimos anos.

Televisão

O que havemos de esperar das próximas eleições presidenciais que não seja a eleição do homem da quinta.
Por mim ja espero os diretos da teresa.
Pois então à frente da nação...um produto da televisão.

Amargo e doce

À doce perspetiva (graças à Constituição) de no ano que se aproxima nos vermos livres daquela coisa, outra coisa se anuncia que transforma o doce em amargo.

2016

Ha pelo menos um postigo aberto. Pequenino.
Mas por onde entra uma ligeira brisa que empura pela porta dos cantos o bafio.

terça-feira, 22 de dezembro de 2015

Sinal de trânsito

É urgente a criação de um novo sinal de trânsito.
Na categoria dos sinais de aviso de perigo.
O novo sinal a criar deve incluir toda a tecnologia possivel.
Importa é que avise convenientemente:
Perigo Banco a 150 metros.
Perigo Banco a 100 metros.
Perigo Banco a 50 metros.
Para quem não se tenha mesmo assim apercebido ou quem por força maior tenha que passar a menos de 50 metros, devem ser asseguradas medidas de proteção especiais nas quais as máscaras de gás são indispensáveis, bem como transporte blindado para carteira e outros bens móveis que o pobre cidadão descuidado tenha consigo.

sexta-feira, 18 de dezembro de 2015

O velho


Recordo de nos tempos de menino a estórias terem sempre um velho.

Não acrescentavam nada sobre o dito.
O velho era o velho. Mau para os meninos. Feio. Punidor de toda e qualquer má ação dos meninos.
Recordo os avisos: «não te portas bem, chamo o velho».
E só a breve invocação servia para acalmar a mais feia das birras ou o amuo mais persistente.
Ao crescer, esquecíamos o velho.
Hoje, que quase já tenho idade para ser velho em algumas estórias, sei finalmente quem é o velho.
O velho mau e feio.
O velho que tem atormentado as nossas vidas.
O velho que ao invés de punir as nossas más ações, pune-nos sempre que denunciamos as más ações dele e dos seus amigos.
Hoje sei quem é o velho mau.
Alguém o chamou para as estórias dos últimos (muitos) anos, mas hoje quase todos perguntam:

-Mas quando é que o velho vai embora?

quinta-feira, 17 de dezembro de 2015

Mundanices

BPN, BPP, BES, Oliveira e Costa, João Rendeiro, Dias Loureiro, Miguel Macedo, Duarte Lima -  são meras mundanices.
Caso sério, mas mesmo sério , é o caso José Sócrates.
Esse sim.
Mas o que fez?
Não sabem?
Como nao sabem?
Fez.
Pronto.

quarta-feira, 16 de dezembro de 2015

Neologia

Há fases…há fases…e agora ando numa de neologia.
Mais três pequenos contributos:

Internot
Quando se perde o acesso à internet. O que ocorre em determinados ambientes, por causas indeterminadas.

Trocomilhões
Não se trata de um novo jogo de ilusões, mas sim um termo referente a situações muito em uso nos últimos tempos. Quem vive dos rendimentos do trabalho «vê-se e deseja-se» para recuperar trocos (veja-se sobretaxa; cortes salariais e outros que tais) e quando consegue recuperar parte, ou só mesmo quando se anuncia essa recuperação, «ai daqui d´el rei» que é a desgraça do país, em simultâneo, no mesmo país,  de um momento para o outro, um banco tal, de um fulano tal, por razões tais, precisa de um milhões ou até mesmo de milhares de milhões e ei-los de mão beijada.

Lucros meus, prejuízos teus
Designação moderna de atividade bancária. Os lucros, as brutais alcavalas e outras manigâncias lucrosas, são produto do senhor dono do banco. Os buracos daí resultantes – prejuízos de milhares de milhão – são tapados com o dinheiro dos contribuintes.

segunda-feira, 14 de dezembro de 2015

Neologismo

Mercado
Antes, um termo simpático, que nos transportava para espaços físicos onde se vendiam produtos que imaginávamos vindos diretamente do produtor. Neles, vendiam-se batatas, peixe, laranjas, galos, galinhas e afins.

Mercado – Hoje, um termo horrível, referente a algo tenebroso, com mau feitio, instável, que nos tira o sono, o emprego e a vida. Dizem que neles se vende o que não há. Vende-se dinheiro que não se sabe de onde veio, compra-se dívidas que não se sabe quem contraiu. Ficam instáveis porque chove e porque não chove. Irados porque aqui ou na Grécia não se votou como queriam.

quinta-feira, 10 de dezembro de 2015

Em política...



Vou deitar fora apontamentos, obras, recortes e tudo o mais que ao longo do tempo tenha recolhido e que seja referente a ciência política.
Nos últimos tempos, os conceitos mudaram.
E outros entraram no léxico.
Dos emergentes, relembro o conceito de hábito, também usado como tradição e que serviu de base a uma diatribe recente que consistiu em procurar desrespeitar resultados eleitorais por força da não existência de um hábito ou tradição que permitisse o envolvimento de determinados partidos em processos de solução governativa.
Emergente é também (e asfixiante, acrescente-se) o uso de comentadores que não só substituem a análise política (de base científica), como se transformam eles próprios nos fazedores da política.
É fácil fazer um comentador. Não pode é o comentador comentar o que não é comentável.
O exemplo mais conhecido de comentador fazedor é o do dito professor. Comenta, comenta e agora quer colher.
Sobre os fazedores de comentadores, teríamos que dedicar mais tempo…
Um conceito agora desconceituado é o conceito de ditadura. Associamos a ditadura (imagine-se) falta de liberdade, inexistência de possibilidades de construção de alternativas e outros acepipes.
À luz do conceito, era impensável conceber eleições (plebiscitos, talvez). Pois então não é que na Venezuela (que vivia sob feroz ditadura segundo os comentadores) a oposição ganhou as eleições?!
E a Arábia Saudita amiga dos libertadores que foram entregar sob a forma de chumbo a democracia à ditadura Síria?!
Há que rever o conceito, rapidamente.
Um outro conceito a precisar de reparação é o conceito de regime semipresidencial. E esta reparação ficará e muito condicionada ao contexto que seja presente. Vai depender do semi e vai depender do presidente. Será um conceito dotado de…diga-se alguma plasticidade.
Recordo contributo importante dado por um apresentador de notícias (produções) em que, eloquentemente, procedeu a comparações várias entre o nosso semipresidencialismo e o semipresidencialismo de Espanha.

Sim. E fê-lo muito eloquentemente, conseguindo inclusive, através da comparação (eloquente) argumentar tenazmente a favor da tradição.

A nova Ciência Política é deslumbrante…

quinta-feira, 26 de novembro de 2015

Trump ou Trampa?

Os que me conhecem, conhecem as minhas dificuldades no uso da lingua inglesa (que me querem apresentar como universal e culta).
A minha ultima "calinada" foi confundir Trump com Trampa.

quarta-feira, 25 de novembro de 2015

Ninho de cucos

A análise serena dos acontecimentos que se sucederam às eleições legislativas é trabalho de casa que se recomenda.
Aqui, lanço alguns “bitaites”.

PSD e CDS optaram por uma postura trauliteira e por uma total incontinência verbal.
A uma ordinarice seguia-se outra ordinarice maior. Tudo valeu.
Vindo do CDS compreende-se. Ao complexo de inferioridade juntaram a sua matriz de extrema-direita.
Já no PSD, não se compreende. Esperava-se mais lisura.
O que aconteceu, principalmente depois da «irreversibilidade» de Portas, foi a transformação do PSD na caixa de eco de Portas.

Portas usou para com o PSD a estratégia do cuco.

È legítimo hoje considerar que, se houve uma inversão no PS, esta se deve à radicalização de direita que ocorreu no PSD e não tanto a um desejo de aproximação à esquerda.
Por outro lado, no PS, os que, usando também linguagem com pouca lisura, se manifestaram contra o acordo com os partidos de esquerda, deixaram ficar claro que o PS, deixou de ser o seu «ninho».
Há pois, nos dias de hoje, partindo dos pressupostos que não vão haver alterações de rumo, um conjunto muito significativo de cidadãos que não se revêm nos partidos onde até agora participaram.

Pode ocorrer num futuro muito próximo um ajustamento.
Espaço para que ele ocorra existe.

Por isso, convém projetar o futuro, com os olhos postos no presente (sem talas) e não concluir que ele será a projeção do passado.
Alguns devem ter aprendido com os resultados das últimas eleições que projetar o passado não dá bom resultado.
Quando se aperceberam, o arco tinha caído.

O mesmo, deve ser considerado para as eleições presidenciais que se avizinham.
Os revanchistas esperam que elas sejam a 2ª volta das eleições legislativas.
Não lhes ficaria mal alguma cautela…

Depois não gritem.

quinta-feira, 19 de novembro de 2015

Revisão Constitucional


Proposta

As eleições deixarão de ser para a Assembleia da Republica e passam a ser eleições para chefe. O partido mais votado (se for o PSD) designa o chefe.
Esse chefe escolhe os deputados (metade e mais dez, não vá o diabo tecê-las). Os restantes serão distribuídos pelos outros, que para o efeito, apresentarão as listas para prévia aprovação do chefe.
O chefe escolhe o governo.
Em situação alguma os deputados podem censurar e muito menos apresentar moção de censura ao governo escolhido pelo chefe.
Se por alguma razão o partido mais votado não for o PSD, o ato eleitoral repetir-se-á as vezes necessárias até se conseguir esse desiderato.
O chefe, assim democraticamente eleito, apresenta cumprimentos e apresenta os ministros ao outro chefe (no caso deste ser do PSD) no prazo que o chefe entenda.

Fundamento

Desta forma, pretende-se acabar com o regabofe, a ilegitimidade, a golpada, o descaramento, a heresia, a grotesca traição à tradição que está presente no entendimento entre O PS; BE; PCP e PEV que, só porque têm uma larga maioria de deputados, se julgam no direito a formar governo. Era o que faltava!

Adenda

É que os homens (do PSD e do seu apêndice) berraram tanto: ganhámos! ganhámos! Que se convenceram de tal forma que ganharam e ainda não tiveram tempo para contabilizar as baixas: em número de deputados e em número de votos.
A mim, parece-me que foram os únicos a perder…ah…parece que o MRPP também perdeu!

terça-feira, 17 de novembro de 2015

Eureka

No sentido que lhe foi dado por Arquimedes...

A solução está nas cagarras e nos sábios. Ou... nas sabias cagarras.
Os que elegeram mais deputados não os têm em número suficiente para dar suporte ao desgoverno e este não passa na Assembleia?
Pois então fica - custe o que custar - assim o determinam os sabios e as cagarras.
Se não for esse, arranja-se outro! Igual- claro.
A Constituição determina...
Chega! Basta! Nem mais uma vez tal alusão.
A solução é a que ditarem os sábios e as cagarras.
Mas a estabilidade...
Chega! Basta! Nem mais uma vez tal alusão!
Até porque a estabilidade é a estabilidade da estabilidade não é a estabilidade.
Perceberam?
Por isso basta. Não quero mais tal alusão!
A solução...

BASTA.

sábado, 14 de novembro de 2015

Em nome de Deus

Que Deus é este ?
Seja quando é invocado para a barbarie em Paris ou em Bagdad?
Não pode haver Deus quando há barbarie.

Idade da pedra

Diz um tal...que parece que em Portugal  estamos na idade da pedra (isto porque considera medonho o acordo do PS - de que foi ministro - e os partidos de esquerda).
Então não é que a mim me parece o mesmo sempre que vejo a carontona dele, seja quando aparece como vendedor de shampoos, seja quando larga estas patacoadas?

quarta-feira, 11 de novembro de 2015

Apontamentos para memória futura

Apontamentos para memória futura

Nestes momentos em que aguardamos que, não haja quem, como fez num tempo muito recente, atire mais gasolina para a fogueira, sinto a necessidade de proceder a alguns apontamentos, que designo de conceptuais e que se destinam a memória futura.

Primeiro
Não partilho da designação que se atribui ao provável próximo governo de iniciativa PS. Designá-lo por governo de esquerda é designação que deu jeito à diatribe que tem andado à solta. Julgo que a designação correta será centro esquerda. A não ser assim, há muita coisa que não faz sentido. Mas creio que não há dúvida, que assim é. E daí não vem nenhum mal. É da natureza das coisas dar o nome às coisas.

Segundo
Ninguém capitulou. Quero sentir-me como me senti até aqui. Com o direito ao protesto. Com o direito à esperança. Dar um abraço a um amigo não faz dele mais que isso. Um amigo.

Terceiro
As cumplicidades, são as cumplicidades acordadas. E nelas não creio que se inclua a anulação da identidade de cada um dos contraentes.

Quarto
Considero insuficiente o salário mínimo proposto. Considero abusiva a manutenção do congelamento (por mais três anos pelo menos) das carreiras da função pública. E vou continuar a dizê-lo.

Quinto
Os acordos entre o PS; PCP e BE são, e isso não só é muito como quase vale pelo todo, a materialização de um ato fundador da esperança. O princípio do fim de um tempo (longo) tenebroso.

E é muito. Muito.

terça-feira, 10 de novembro de 2015

Viva a...

A esperança.

Quero falar disso em breve.

Mas hoje quero só dizer, em voz alta:
CAIU O GOVERNO DA DIREITA EXTREMA.
VIVA A DEMOCRACIA.

O resto...vem depois

segunda-feira, 9 de novembro de 2015

Piadolas...


Não fosse tratar-se, na maioria dos casos, de graves manifestações de arrogância antidemocrática e, muitas das «tiradas» de desespero que preenchem o nosso dia a dia a propósito do apoio da esquerda a um governo de iniciativa do PS, constituir-se-iam como divertidíssimas anedotas.

Há de tudo.

Dos mais trauliteiros, aos que utilizam linguagem mais soft , aos que se armam em intelectuais e procuram fazer das suas opiniões conclusões cientificas irrefutáveis.

Há os «simples» comentadores; os institucionais, os «desinteressados – de todos os tipos.

Eis algumas (das tiradas), a que acrescento anotações:
«Programa de esquerda provavelmente vai irritar os credores» Anotação: Quais? Quem? E Porquê? E quais são as medidas da irritabilidade? E o que podemos fazer para evitar tamanha desgraça?

«Juros da dívida (hoje) em máximos de julho». Anotação: Mas em julho os «credores» já sabiam que íamos ter um Governo de Esquerda? E é também o «nosso governo de esquerda» que provoca igual medida em Espanha; Itália; Irlanda e em outros, pois tal não é dito, mas os juros destes, também estão a subir?

«Governo de esquerda é ilegítimo» Anotação: Porquê, porque só são legítimos, os de direita?

«Quem ganha deve governar» Anotação: Mas as eleições eram para a governação? Não me lembro de ter visto nenhuma listagem de candidatos a ministros, mas lembro-me que eram distribuídas, por todos os concorrentes, listas de candidatos a deputados. Era engano?

«O dito cujo vai proceder à auscultação de um conjunto de individualidades para saber se é exequível economicamente o programa do governo de esquerda» Anotação : Mas não é a Assembleia da República que tem essa competência constitucional?

Para que é que houve eleições para a Assembleia da República?
A tradição e os especialistas resolviam e tudo ficava bem em …

segunda-feira, 2 de novembro de 2015

Filhos de voto incognito



Quem nos intoxicou com números (uns reais, outros inventados) agora não gosta de números.
Preferem remeter-se para o discurso panfletário.
Este tem mais eco.
E menos engasgos.

Por isso, sinto-me na necessidade de trazer de novo alguns números.
As eleições recentes (pese embora toda a poluição sonora) foram eleições para a Assembleia da República e traduziram-se na eleição de 230 deputados.

Consultada a página da AR, ficamos a saber da distribuição desses 230 deputados pelos diferentes Grupos Parlamentares:
PPD/PSD – 89; PS-86; BE-19; CDS- 18; PCP- 15; PEV- 2 e PAN-1

Obviamente estes deputados foram eleitos, ou sejam houve eleitores que votaram. Quantos votos custaram?

Cada um dos 102 eleitos nas listas do PPD/PSD/CDS/PP/PAF (que arrecadou 1 993 921 votos) foi eleito com 19548 votos); O PPD/PSD concorreu sozinho em alguns círculos (81054 votos) e elegeu mais 5 deputados (a 16211 votos cada).
Cada um dos 86 deputados do PS (que arrecadou 1 747 685 votos) custou 20322 votos.
Os deputados do BE (550 892 votos) custaram 28 994 cada.
Os do PCP/PEV/CDU (445 890 votos) custaram 26234 cada.
O deputado do PAN custou todos os votos do PAN ou seja 75140.

O facto de haver coligações eleitorais e depois estas decomporem-se em grupos parlamentares distintos (os casos da PaF e da CDU), aconselha, por razões de seriedade intelectual, a fazer corresponder os seus deputados por eleitores e verificar assim qual o seu peso real.

Multiplicando o n.º de deputados pelo «custo» em votos (conforme o custo em votos de cada coligação) obtemos a situação seguinte:

PSD/ PPD- 1 723 107 Votos (89 deputados) e CDS/PP – 351 868 votos (18 deputados).
PCP – 393 512 votos (15 deputados) e PEV – 52468 votos (2 deputados).

O que determina o ranking seguinte:

1.º PS (1 747 685);
2.º PSD/PPD (1 723 107);
3.º BE (550 892);
4.º PCP (393 512);
5.º CDS/PP (351 868).
6.º PAN (75140).

A não ser assim, haverá na AR um conjunto de deputados filhos de voto incógnito.

domingo, 1 de novembro de 2015

Feira de Alvito

Hoje fui um pouco mais para sul.
Mais para o sul do sul aonde estou.
Fui dar asas à tradição.
Sim.
Há tradições boas e tradições más.
Falemos disso noutra altura. Hoje é domingo.
A tradição boa que queria partilhar foi uma visita à Feira de Alvito.
Feira dos Santos. Feira de frutos secos.
O céu estava carregado. Parecia que a qualquer momento a borrasca se instalaria ali, montando também banca na feira.
Mas não.
Nao montou, nem choveu.
E havia por ali o que é tradição haver nas feiras.
Vendedores, compradores, olhadores.
Torrao branco, farturas (ou borrinhol, porra frita), sapatos, botas, sacos, perfumes, tachos e panelas e nesta (feira) batatas doces assadas e por assar, nozes, amendoas em miolo ou protegidas na casca, figos em passa.
E romas.
E havia ciganos passeando em grupo com grandes bordoes.
E talvez por nao sei quê lembrei-me de uma cantiga de Paulo Colaço , Moda da Faca.
Nao vi na feira trauliteiros.
Eles só lá vão quando tem material para vender...
Banha da cobra.
Na feira de Alvito, desta vez nao havia.

sexta-feira, 30 de outubro de 2015

Hábitos


Habituaram-se de tal forma a formas e a discursos que hoje julgam que essas formas e esses discursos, não só são o real como sendo-o, são imutáveis.
E fabricaram e formaram e usaram para os fins mais diversos essas formas e esses discursos.
Surgem hoje notícias elucidativas. Parece que um célebre economista que escreveu em 2010 um artigo arrasador sobre a economia portuguesa, afinal não visava mais do que ganhar umas centenas de milhar com a dívida portuguesa, o que parece ter conseguido.
No léxico desta construção começaram por entrar chavões do tipo fim da história, fim das classes, fim das ideologias. Substituíram a economia por jogos , largaram o investimento produtivo por cenários de casino.
Não havia mais esquerda, nem mais direita.
Até a geografia foi moldada. A Europa, deixou de ser o Continente que está ente o Atlântico e os Urais e passou a ser o Casino cuja sede se situa em Berlim.
Por aqui e não só, passou a instituir-se um arco destinado aos assuntos da governação. Fora do arco, os extremistas cuja única função era testar a estabilidade do arco de forma a permitir a este corrigir eventuais pequenas fendas.
Às eleições, que são para eleger deputados, passaram a chamar eleições para primeiro-ministro (a fazer fé em alguns discursos, passar-se-ia em breve a designar este por Presidente. Presidente do Conselho).
E destas formas e destes discursos fizeram tradição.
Mas um dia…
As pessoas fartas destas tradições e acima de tudo das nefastas consequências delas resultantes, fizeram das ruas os seus palcos, das lutas a sua forma de resistência e do voto a forma de principiar o fim das tradições.
E votaram para deputados e agora parece que estes não querem o Presidente que o Presidente quer impor.
Votaram para um Presidente da Assembleia que não é o Presidente que a tradição queria.
E preparam-se para formar um Governo sem arco, mas com alicerces na esperança.
E é um desatino.
Dizem que ganharam (com um voto se ganha diz a velha senhora) e que por isso devem governar. Sim ganharam, mas as eleições eram para eleger deputados. Ao ouvi-los até se pode pensar que alguém lhe está a querer tirar deputados. Ganharam e têm por isso um maior número de deputados.
As eleições eram para eleger deputados, meus senhores.
Não chegam para continuar a tradição? Temos pena (coisa que só pode mesmo ser usada com ironia). Mas é a democracia.

De repente voltou a haver esquerda e direita.
E Parlamento. E necessidade de entendimentos. E Política ao invés de tradição.
Afinal a história continua.
Mas como em muitos outros momentos, não vai ser fácil o percurso.
Basta ver a «multidão» dos que nem sequer querem permitir os primeiros passos.
E dizem que o fazem em nomes dos superiores interesses do país.
E nós acreditamos. Só que desse país não fazem parte a generalidade dos portugueses.
Os superiores interesses de que falam, são os deles.

(por hábito, não fazia escritos tão longos…)

quarta-feira, 28 de outubro de 2015

Evidências

Parece que estamos a viver tempos de evidências.
Ja aqui me referi ao que afirmou - sendo tal uma evidencia- não ser catavento.
Quase de seguida um outro afirma não se arrepender nem de uma linha do que disse.
Outra evidência.
A par destas, uma outra ressalta.
Em matéria de arrependimentos serão milhares os que se arrepedem neste momento, não de uma linha, mas de duas, com as quais fizeram uma cruz num quadradinho à frente do nome dele.
Evidências.

O catavento


O homem do bigode (o empregado do DDT), que se diz sindicalista, afirma que não é catavento.

Disse que preferia a continuação do governo de direita a um governo do PS com o apoio da esquerda.

Disse e mantém, porque não é catavento.

O sindicalista quer que continuem os cortes de salários, nas pensões, nas prestações sociais, nos direitos dos trabalhadores.
Porque não é catavento.

Mas quem teria dito ao sujeito que ele era tal coisa?

O catavento até tem alguma utilidade, indica-nos a direção do vento.

Como é que ele podia ser um catavento? Claro que não!
Ele não indica a direção do vento.
Ele segue o vento que tem sido dominante, soprando há quase quarenta anos do quadrante da direita e do patronato mais desumano.
Ele é coerente.
É hoje, o que sempre foi.
Os que julgam que ele é ou foi outra coisa, que se cuidem.

Catavento, não é não senhor!

segunda-feira, 26 de outubro de 2015

Qual é a pressa?

Sim! Qual é a pressa?
Nao queimemos etapas, podemos queimar muita coisa, mas nada de queimar etapas e muito menos queimar o tempo de que se pode dispor para continuar a chantagem.
Há tempo...muito tempo.
Pelo meio um tiramisu ,quem sabe talvez uma pisa.
Mais uns almoços...uns convites...
La para o fim desta semana talvez o segundo acto.
Mas qual é pressa.
Entretanto, os juros da divida subiram.
Nao sabiam?!
Nao posso crer.
Logo após as eleições - quando eles baixavam - os boletins informativos do regime titulavam que havia o perigo de eles subirem. Agora subiram e os boletins informativos omitem.
Pois...não...não há pressa.

domingo, 25 de outubro de 2015

Cheiros

O que anda no ar não e agradável. Cheira a mofo.
Tresanda.

Vou pois falar de outros cheiros.

Do cheiro à feijoada brasileira que os meus vizinhos partilhavam com os amigos.

Do guisado de borrego. Que os vizinhos de baixo insistem em fazer todos os domingos.

Do cozido, que cheira à mistura de cheiros que saiem da cozedura das carnes misturados com perfume de hortelã.

Aguardo que para a casa que na minha rua se anuncia para arrendamento possam vir morar caboverdianos para que aos domingos aqui cheire a cachupa.

Ja cheira a crepes chineses.

E como se harmoniam entre si estes cheiros.

Quero lá saber do estravalio histerico que sai das televisoes e rádios a proposito de um jogo de futebol - hoje a tarde.

Amanhã, com a hora de inverno imposta nos relogios com que pensamos medir o tempo, vamos recomeçar uma nova semana de trabalho no pressuposto que ainda o fazemos num pais livre e democratico.

Cheira cada vez menos a isso

quinta-feira, 22 de outubro de 2015

Adjetivos

Adjetivos.

Não há mais.

Foram todos usados recentemente.

E ainda bem. Nao fosse eu usar algum, de forma intempestiva. Impensada.

terça-feira, 20 de outubro de 2015

A culpa

Por vezes julguei e julgo mesmo ter escrito, que a «culpa» residia na economia (ciência).
Juízo precipitado, embora me pareça que ela tem culpa. E tem culpa, quando aceita que no seu seio e em seu nome alguns a transformem em «fé».

Também formulei tal juízo por força da «saturação» resultante das tiradas de uma panóplia de economistas encartados, que são de um só gosto e que servem de pau de bandeira a recostados «fazedores de opinião».
São os acólitos dos gurus das inevitabilidades. É assim, porque tem de ser assim, porque os outros não aceitariam que assim não fosse.
Mas não são, nem podem ser cientistas.
A Economia, essa é Ciência.

A agência Lusa noticia (20.10 às 09:00 h): “Juros da dívida de Portugal a descerem a dois, cinco e dez anos” …”cerca das 08:35 em Lisboa, os juros da dívida portuguesa estavam a recuar para 2,376, contra 2,378 na segunda-feira e depois de terem subido até aos 3,253 a 15 de junho…”.
Neste mesmo dia (25 minutos depois) o Económico ditava: “ Mercado duvida que novo Governo resista um ano...”, “…juros da dívida portuguesa divergem do alívio dos principais pares…”

No mesmo dia, mas com 25 minutos de diferença.

No Económico articula-se ainda (com base numa opinião de um mercador irlandês) que essa opinião do mercado é válida, seja qual for a solução de Governo que os portugueses (?) venham a encontrar.
Considerando que 25 minutos separam dois factos diferentes entre si e referentes à mesma coisa, é legítimo que se possa concluir que, nesse espaço de tempo, os mercadores ficaram «nervosos» após terem tomado conhecimento das comunicações ao país, de Paulo Portas e Maria Luis, organizadas pelas televisões.

É legítimo não é? Ou é tão legítimo como o seu contrário, não é?

Ainda a propósito dos «nervosismos» do Mercado. Porque é que estavam tão nervosos a 15 de junho (juros a 3,253%)?
Algum escaldão numa praia situada num município de gestão CDU?
Porque estavam com medo do que iria acontecer em Outubro?

Alguma razão plausível se vai encontrar.

É só encomendar…

sexta-feira, 9 de outubro de 2015

Aberratio

Ferreira Leite afirmou que um governo ps, pcp e bloco seria uma aberração.

Para além de me parecer que em matéria de aberrações (se queria usar o seu sentido figurado) teria exemplos mais claros e até muito próximos, importa levar em conta que aberração (do latim aberratio), significa: meio de afastar de (…).

Estranhamente, concordo com Ferreira Leite. Seria de facto uma aberração que permitiria ao país respirar de novo. Afastando-o da monstruosa politica seguida pelos companheiros de route de Ferreira Leite.

E seria também uma assombração, que creio teria uma tendência grande para aparecer em dias com e sem nevoeiro, em noite com lua cheia e de quaro minguante, ali para os lados de belém.

Por falar nisto…
Mas ainda ninguém disse nada ao homem?!
Andam distraídos ou, seguindo exemplo, querem evitar-lhe o desgosto?

quinta-feira, 8 de outubro de 2015

Engenharias e moralidades


PSD /PPD e CDS/PP fundiram-se?

Os dirigentes da direita portuguesa, a que se juntam os senhores comentadores que os têm acompanhado neste longo processo governativo (e não só), esforçam-se (esgatanham-se) em bombardear-nos com frases de sentido moral.

Perversão, adultério, traição, desvirtuação, imoralidade.

Tudo porque, como perderam os votos, querem agora anular o efeito dos votos que foram maioritários.
Querem que continue na mesma aquilo que os eleitores disseram que não queriam que continuasse.

Já passaram alguns dias. Sabemos que o espólio já foi repartido. Mas calam-se que nem ratos.
Usaram de truques engenhosos para mentirem sobre a divida que aumentaram, sobre o deficit que não controlaram, sobre as perdas que assumiram no bes, sobre as consequências do bpn e agora com a mesma engenhosidade querem transformar o óbvio, na teia enredada do «ganhámos as eleições».

PSD/PPD e CDS/PP agora PAF perderam 740 087 votos (35,7% do seu eleitorado).(Já aqui estão contados os votos do PSD e CDS e CDS com PPM obtidos nas R.A.(s)).

Nenhum dos outros principais partidos perdeu votos.

Se PSD/PPD e CDS/PP se fundiram têm um grupo parlamentar de 104 deputados e constituem-se como o maior grupo parlamentar (mas não anunciaram nem antes, nem até agora, que o iriam fazer).

Se não o fizeram, outras contas têm de ser feitas.

Repartir as perdas:
Admitamos que se entendem e distribuem proporcionalmente as perdas.
Assim basta multiplicar por 0,643 os resultados obtidos e contabilizar para cada um deles:
1 463 289 e 429742.
O ranking dos matraquilhos, muda de figura: PSD/PPD  é o 2.º partido mais votado e CDS/PP é o 5.º (atrás de BE e PCP/PEV).
Saboreiem o facto de, por força do casamento, poderem beneficiar, mesmo neste contexto, de um número de deputados em número superior que não teriam tido se tivessem ido separados. Mas estas são consequências da regra do jogo democrático que não se contestam.
Mas, após a distribuição, como fica a coisa? Qual é o lugar do CDS/PP? Entalado entre BE e PCP/PEV? Em 4.º ou 5.º lugar.
Ganharam…?! Por favor poupem-nos.

Por isso, quando as acusações de imoralidade, vêm dos lados da amoralidade, quem são os imorais?

quarta-feira, 7 de outubro de 2015

A modos de

1. Alguem deve dizer ao homem que o contrato está a expirar e que ele deve arrumar a trocha. (89).

2. E o que a gente vai ficar contente com a generosa oferta paf ao ps.(66).

3. Sim, é verdade que os contratos já tiveram duração mais longa. Outros tempos...outros tempos.(91).

4. Paf + Ps dá Puf. (16).

5. No pacote de ofertas Paf a cereja é a presidência da Assembleia. Uau! Puf.(73).

6.Quanto falta para a primeira ciumeira irrevogavel?(50).

( entre parênteses o n de carateres)

terça-feira, 6 de outubro de 2015

O real e o projetado


Quem acompanha o real através dos olhos e das palavras escritas ou faladas de outros corre o risco de não o chegar a conhecer.

Conhecerá o que esses outros transmitem, ser o real.

A fronteira é cada vez mais ténue. O que vemos são projeções e o que ouvimos são ecos.

Concentremo-nos, por exemplo, nos espetáculos mediáticos da noite eleitoral.
Quantos eram, os analistas, especialistas e outros a interpretar e a fazer interpretação do real.
E mesmo quando o real se impunha (resistindo) depressa se encontrava uma maneira de o contornar.
Uma estação de televisão apontou, logo às 19 horas, uma projeção de abstenção que se situaria dentro do intervalo 35 a 39%. Ela foi de 43%.
Passaram todos, mas (quase) todos mesmo, desde dirigentes partidários a outros, a noite inteira a falar da positividade do facto que não o foi.
No final, nesta mesma estação (e quando os número reais já eram do domínio geral) o pivot afirmou que todas as projeções da estação tinham sido confirmadas.
A plasticidade destes intervalos serve para essa moldagem. A sua amplitude chega a ser, em alguns casos, 1/3 do valor que estimam para um determinado resultado.

O real, saído desta moldagem, é a negação do ocorrido. Todos estes plasticistas transformaram a vontade dos portugueses (dos que votaram e dos que não votaram) num simples jogo de matraquilhos. Entraram 10 bolas aqui e 9 ali, logo ganharam os daqui.
E eis o real absorvido.

Hoje, num noticiário da tarde, um outro canal de televisão, passa uma reportagem sobre mais uma tragédia envolvendo refugiados. Numa casa abrigo, na Alemanha, um fogo provocou a morte a um jovem de 29 anos. Na reportagem aparecem declarações de uma senhora (responsável pela casa abrigo? Da polícia? Não ficamos a saber) com as quais afirma não haver indícios claros de se tratar de ato criminoso, mas que no entanto iam ser desenvolvidas as necessárias pesquisas.
O pivot de serviço, conclui que se tinha tratado de ato criminoso.

Noutro caso, quem acompanha a estruturada e meticulosa preparação da campanha do professor encontrará inúmeras situações de esbatimento entre o real e o projetado.
É o real (o povo) que clama pelo professor ou foram as projeções dele e dos outros que o seguem venerando-o, que construíram esse cenário?

Não é fácil procurar ler o real.
A televisão, os jornais, a rádio, a «imaculada» internet, os colegas, os vizinhos, os amigos. Até em casa. Tudo nos empurra para fora dele (o real) e nos conduz para as simplicidades das  suas projeções.

O real é complicado.

As projeções que nos apresentam dele são muito mais simples.
Todos as entendem. Todos pensam assim. Todos…

Por mim, tentarei resistir. Enquanto puder

segunda-feira, 5 de outubro de 2015

X -n

X-n

Eu também ganhava X mas com este governo passei a ganhar X-n.
Este governo também tinha um suporte de X deputados na Assembleia da Republica.
Agora, os partidos que o formavam, têm na AR X-n.
Como se vê é fácil definir: ganhar.

Ganhei! Ganhei!

O quê?!
Não sei!

Estranhamente, os numerologistas hoje parecem não gostar de números.

Agarraram-se a uma bandeira bordejada com lantejoulas pelos comentadores, comandedores e outras expressões com sufixo dores e borrifaram-se nos números.
E tanto que eles gostavam de números. Tanto que nos infernizaram eles com eles.

Pois vou trazer aqui alguns para seu uso:

A abstenção SUBIU 1,14%  (+214 231 não votantes) e situa-se nos 43,07. (um, dos de sufixo dores, bradava na sua grossa voz de tabaco dizendo-se muito preocupado com a taxa de 45% de abstenção que se tinha verificado nas eleições gregas recentes…aqui não precisa de se preocupar, ainda estamos muito distantes, não é?!).
O mais engraçado é que passaram a noite a dizer que a abstenção tinha diminuído!

Sobre a vitória:
PPD e CDS obtiveram a vitória eleitoral com MENOS 834 607 votos, MENOS 13,5% e com MENOS 28 deputados.
Aguarda-se com alguma expetativa que os aliados procedam à divisão do espólio. Imaginem, que a astuta raposa, quer ter neste quadro, o mesmo número de deputados que tinha agora (24). Ups… o PPD ficaria com 80, ou seja… com menos que o PS.
Pois meus senhores, se com a Constituição foi o que foi, agora sem o Parlamento a vossa vida não vai ser coisa fácil (para nosso bem), pois os senhores dão-se muito mal com as regras democráticas.
Saboreiem a vitória enquanto lhe resta algum doce…

Outros números:

O PS (ai Costa) teve MAIS 172 132 votos que em 2011, MAIS 11 deputados, MAIS 4,32%

O BE teve MAIS 260 180 votos, MAIS 11 deputados, MAIS 5,03%.

A CDU teve MAIS. 2 467 votos, MAIS 1 deputado e MAIS 0,36%.

Desculpem. São simplesmente números. Não têm qualquer expressão.

Expressão, têm os doutos comentários dos doutos de sufixo dores.
Nem sei mesmo porque ainda há eleições.

Estes “dores” constituíam-se em colégio de grandes eleitores e estava a chatice assim resolvida.

Obs. Os números aqui trazidos não refletem ainda os 4 mandatos por atribuir pela emigração.

sexta-feira, 2 de outubro de 2015

A martelo


Também tenho direito à minha martelada.

Já que fizeram da campanha eleitoral um jogo, pois então também me sinto no direito de ir a jogo.
Farei uma aposta simples (nada de múltiplas) e espero que, se ganhar, não tenha de pagar 20% do prémio a quem não joga.
Antes de assinalar as apostas, pretendo fazer duas declarações:
1ª Julgo que as sondagens e as espécies de sondagens pecam por defeito. Podem ter acertado nos lugares de pódio, mas não acertaram no montante de cada um. A abstenção baralha-as.
2ª Por isso, sou de opinião que ninguém ultrapassará o limiar dos 35% dos votantes e que a abstenção será de 50% (+ 8% do que a verificada em 2011).

Agora as apostas:

PS: 1677940 (34,9% dos votantes).
PaF: 1 659742 (34,5% dos votantes)
CDU: 548 874 (11,4% dos votantes)
BE: 315473 (6,6% dos votantes).

Os votantes serão 4 812067.
Os restantes partidos, brancos e nulos somarão 12,7%.

Aposta registada.

E agora, vou esperar pelos politólogos, sondagistas e outras istas que vão comentar estes números com a mesma certeza que têm comentado todos os outros. Oh, se vão.

…eu por mim…se não puder ser melhor até já bastava assim.

terça-feira, 29 de setembro de 2015

Registo


Porque a política é cada vez mais arte e menos ciência e porque acima de tudo ela é cada vez mais, a arte de faltar à verdade, e porque pressinto que no próximo domingo, os perdedores vão querer esganiçar cantos de vitória, deixo aqui o presente registo, trazendo previamente um apontamento em jeito de interrogação: «se eu tiver quinhentos euros (em notas de 100) na carteira que perdi e depois a encontrar, não com os quinhentos, mas com trezentos, eu ganhei 300 ou perdi 200?».

Por isso e falando de resultados eleitorais realcem-se os números saídos das eleições de 2011:
PPD/PSD: 2 159 742 votos, 38,65%, 108 deputados;
PS: 1 568 168 votos, 28,06%, 74 deputados;
CDS: 653 987 votos, 11,7%, 24 deputados;
PCP/PEV: 441 852 Votos, 16 deputados;
BE: 288 973 votos, 5,17% 8 deputados.
Os restantes partidos somaram:4,28%.
Registaram-se 2,66% de votos brancos e 1,43% nulos.
Votaram 5 588 594, 58,07% dos 9 624 133 inscritos.
Considerando que para as eleições de domingo, PSD e CDS concorrem juntos e geraram PaF, o resultado desta, tem que ser comparado com a soma das partes, que é: 2 813 739, 50,35% e 132 deputados.
Isto é o que têm em carteira.

Isto é o que lhes tem permitido infernizar a vida dos portugueses que não são banqueiros nem acólitos de banqueiros.

Tudo o que for a menos, são perdas.
Mas eles já se preparam para dizer que será vitória ter uma votação, que as sondagens (mesmo estas) apresentam com valores inferiores ao que o PSD (sozinho) obteve.
Por isso aqui fica este registo.
Ganha quem ficar com mais do que o que tem.
Perde quem ficar com menos do que o que tem.

Mas…como a política é cada vez mais…

quarta-feira, 23 de setembro de 2015

Efemérides


“ Gripe A, Crise, Afeganistão, bombas, hipócritas nobéis de pazes bombardeadas, patetices pseudo literárias e acima de tudo Évora e o (des) governo da urbe são temas em turbilhão neste espojinho que agora se levanta” «espojinho 29.10.2009».

Assim escrevi, na primeira publicação. Quase seis anos passaram, entretanto.
Pouco mudou.
Passámos a falar menos de gripe A e mais de Ébola, continuámos a falar e a sofrer com a crise, ao Afeganistão juntaram-se (juntaram) outros dramas, os hipócritas nobéis de pazes continuaram a bombardear povos. Creio que continuaram as patetices pseudo literárias. 
A cidade mudou de governo.
Hoje, esta é a publicação quinhentos. Quinhentos textos lidos por quase 46 mil vezes. Pouca coisa. A coisa possível.
Havia dito a mim que pensaria em dar por concluído este espaço de desabafos quando atingisse as quinhentas publicações ou as 50 mil visualizações de página.
Está cumprido o primeiro desiderato.
E não dei ainda por concluído se vou ou não dar continuidade ao «espojinho».
Por agora, ele aqui está.
Perdeu no entanto a capacidade de se espantar que marcaram os primeiros textos.
Vê imagens do «gorila» húngaro a passar em revista crianças e repara que uma menina levanta os braços e na sua infantil ingenuidade julga que o «gorila» a iria abraçar.
Não, ele ia ver se ela tinha facas, bombas, metralhadoras sob a sua blusinha de menina.
E já não se espanta.
Lê declarações do novo dono da pt em que este afirma que não gosta de pagar salários e que os que paga, paga pelo valor mais baixo que possa.
E continua e continuamos clientes.
E já não se espanta.
Assiste ao descaramento de um primeiro ministro que vê o deficit aumentar quase 3,5 pontos por força das negociatas do bes (que ele havia e continua a jurar que não teriam custos para os contribuintes) e que diz: «não há problema, é dinheiro que está a render».
E por força do deficit cortou salários, pensões, eliminou direitos, cortou nas pensões sociais dos mais miseráveis.
E não se espanta.
Porque vivemos tempos de espantamentos (de maus espantamentos) contínuos.
Parece valer tudo.
Haverá um tempo em que lembraremos como efeméride o tempo destes espantamentos?
Um tempo, em que estes tempos serão recordados, para que nunca mais aconteçam?
Nas próximas eleições podemos iniciar o caminho em direção a esse tempo de negação destes espantamentos.

Mas nada me espanta…

segunda-feira, 21 de setembro de 2015

Malabaristas


Ei-los, agora por aqui, logo ali, mais logo na tv. Em toda a parte eles estão.
Gesticulam e com os dedos argumentam.
O indicador direito para cima – aumenta as exportações; indicador esquerdo para baixo – diminuiu o desemprego, médio direito…
A balança é favorável, os desempregados são menos, os empregos são mais, a divida sobe mas é para depois descer, pedimos cada vez mais mas agora o preço do dinheiro está a preço de saldos, há mais investimento.
E à memória vem aquela anedota sobre um individuo que pede dinheiro a um amigo para comprar uma sandes e este lhe responde que não é digno de um amigo emprestar dinheiro para uma sandes, quando ele merece uma boa refeição. Só que, nem sandes, nem refeição ele obtém do dito amigo.
É evidente que a anedota tem mais desenvolvimento…malabaristico.
Mas a coisa não está para anedotas.
As verdadeiras anedotas são estes malabaristas que conduziram a grande maioria dos portugueses para situações calamitosas e agora não só querem dourar a pílula como ainda nos querem fazer crer que o pior já passou. 
E pior ainda. Querem apresentar-se como a solução para o problema quando são eles o problema.
Eu gosto de malabaristas.
No circo.

segunda-feira, 14 de setembro de 2015

Outono apressado?


Acredito que o verão ainda não se foi, mas por estes dias, o que marca a paisagem, é um céu com nuvens, uma temperatura que por vezes já convida a um trapinho suplementar e o chão já com folhas prateadas caídas dos plátanos onde ainda há dias verdejavam.
Parece ter pressa em se despedir, este verão.
Será?
Por mim, acredito que não.
Quem dera a nós que outras coisas e outras pessoas tivessem essa pressa. Claro que me refiro às coisas e às pessoas desagradáveis. Às coisas e às pessoas que causam coisas desagradáveis às pessoas.
O que também se parece ir despedindo são os blogues aqui do burgo.
Lamento que assim seja, porque apesar de todas as objeções, pelo menos alguns de entre eles, desempenhavam um papel informativo e crítico de relevo.
Tal facto leva a que o «espojinho» questione por vezes a necessidade de passar a ter um caracter mais informativo, o que não deseja.
Acompanhemos.
Mas, não se dedicando à informação, pode vir a dedicar por vezes alguma atenção critica a aspetos da vida quotidiana da cidade.
Como por exemplo os associados à discussão sobre a construção ou não construção de um Centro Comercial (ou deverei dizer shopping?). Também deveria ter dito, construção de um novo, porque um já está quase construído ali para os lados do Parque Industrial.
E assaltam-me duas perguntas, de sentidos diferentes, mas sem contradição:
Porque sim?
Porque não?
Não se trata de investimento público e assim sendo, porque me devo pronunciar.
A construção de tal aglomerado comercial vai provocar profundas alterações no tecido comercial da cidade, dizem.
E qual é o problema?
As pessoas deixarão de frequentar o Centro Histórico, dizem.
Será? E porquê?
Dantes visitávamos o Castelo de S. Jorge, os Jerónimos, a Torre de Belém e deixámos de o fazer quando construíram o Colombo, onde agora se vai?
A alteração no comércio local impõe-se e com urgência. Algumas práticas dos comerciantes locais são inadmissíveis e são estas é que conduzem à asfixia. Só breves exemplos:
-É prática encomendar um produto, acertar dia e hora para o levantar e chegados estes e confrontarmo-nos com o esquecimento, ou haver inúmeras razões inventadas, para o não cumprimento do acordado.
- Encontrar o estabelecimento fechado e na porta o típico volto já. Por vezes com nº de telemóvel, para o qual ligamos, sendo informados que estão a chegar e meia hora depois ninguém ter ainda chegado.
- Sentarmo-nos numa esplanada, pedir uma cerveja (caseira – logo cara), esta vir quase morna e logo que entra em contacto com o copo ficar quente. Para companhia...nem um tremocito, um amendoim, nada de nada.
- Entrarmos num qualquer snack para picar qualquer coisa, pedirmos duas doses (somos três) e sermos logo admoestados – duas doses para três?!
-Sentarmo-nos numa esplanada em plena praça às 18,55 de uma tarde de verão e ouvirmos: desculpe…vamos fechar!
Pois, com ou sem CC, o facto é que a forma como o comércio é feito, tem que merecer uma profunda alteração.
Vai longa a coisa, mas prometo voltar.

quarta-feira, 9 de setembro de 2015

Cara.Coroa

Cara.
Coroa.
Cara.
Coroa.

Resiliencia

Resiliência
Reconheça-se a este «espojinho» (se outros atributos não tem) a sua capacidade de resiliência.
Anda por aqui, neste redemoinho de aragens, já há uns anos. Por vezes parece não ir largar nem mais um sopro, mas logo surge redemoinhando, trazendo mais um grito, uma revolta muda, um desabafo.
Por vezes, são desabafos tão íntimos, que ninguém os percebe.
Mas foi assim que ele foi concebido.
Aturemo-lo assim. É um «espojinho».
Teima em ser blogue. À maneira antiga.
Por aqui, conhecemos outros (blogues) que também já tiveram melhores dias. Alguns, parece que encerraram portas.
Mas, o «espojinho», já disse é resiliente.
Creio que o vendaval de «poucas vergonhas» que atravessa o mundo é de tal forma que por isso, ele não sabe a qual delas deve dar atenção.
É a «pouca (nenhuma) vergonha dos eurocratas face ao drama (que provocaram) na Síria e que faz com que centenas de milhar de homens mulheres e crianças fujam para onde possam (e nas condições que conhecemos) para fugir da morte.
É o indiscritível comportamento dos indiscritíveis chefes húngaros.
São os muros (lembram-se dos muros, quando só se falava de um muro?) que crescem como cogumelos barrando com arame e chumbo o caminho a milhões que só querem ter o direito a viver.
E sobre as terras de onde fogem eles, os senhores hipócritas lançam mais bombas. E armam rebeldes para combater rebeldes e para ajudar outros rebeldes e que depois matam, violam e saqueiam os povos inocentes e sem culpa nestes joguinhos de interesses dos senhores que depois constroem muros para não deixar passar os que fogem…
Cansa não é? Imaginemos então o cansaço de quem lá está, de quem ouviu o deflagrar de uma bomba, perto , bem perto do seu miserável casebre, de quem ouviu dizer que eles estão perto da aldeia e que chacinaram quase toda a população da aldeia vizinha.
E ali no seu casebre, onde abriga mulher e filhos, pensa que tem de pôr os pés ao caminho.
Pode ser que o mar não esteja muito agitado esta noite…
Pode ser.
Cansa, não cansa?!

sábado, 5 de setembro de 2015

Ausencia

Vai longa esta ausencia.
Vai longa.
Tao longa como longa é a hipocrisia dos que largam bombas sobre os povos e depois estranham que estes fujam delas.

Aqui quieto. Quase quieto.
Confrontando-me com mais uma ausencia.
Não, nao pude de novo, ir à Festa.
Mas dou por mim a pensar que talvez nao tenha sido assim tao má, essa ausencia.

Se de onde me ausentei esteve presente quem esteve e assim se propagandeou, pois talvez esteja justificado que o melhor que fiz foi nao estar presente.

terça-feira, 14 de julho de 2015

Agnostico me confesso


Por agora não vou falar mais sobre a Grécia. Esta já tem quem, sobre ela se preocupe.
Hoje vou dedicar-me a questões do espirito.
Por vezes, naquele palavrar de fazer tempo, estabeleço acesas discussões em torno dos conceitos de agnóstico e ateu.
Identifico-me como agnóstico, ao que se contrapõem ateístas convictos.
É verdade que me inclino para o que se define como ateu agnóstico, porque parto do princípio que não há uma divindade sobre nós e sobre tudo, mas por outro lado, não sou muito dado a excluir qualquer campo, do campo das possibilidades.
As «coisas» podem existir sobre formas variadas.
E se não há, que não há, uma ou mais divindades, porque se têm digladiado os homens, em seu ou seus nomes, quase desde a sua existência?
Respondem-me logo prontos os ateus: trata-se de lutas pelo poder e não lutas religiosas.
Está bem!
Será?
Mas deixemos «estas pequenas coisas».
A carga de espiritualidade que associo ao escrito de hoje deriva das palavras do Papa Francisco. Disse ele, recentemente: «Quando o capital se converte em ídolo e dirige as ações dos seres humanos, quando a avidez pelo dinheiro tutela todo o sistema económico, arruína a sociedade, condena o homem, transforma-o em escravo, destrói a fraternidade inter-humana, coloca povo contra povo, e como vimos, até põe em risco esta nossa casa comum» e exortou os «fiéis» a agirem no sentido de: «Colocar a economia ao serviço dos povos; Unir os nossos povos no caminho da paz e da justiça» e «defender a mãe Terra».
Quando das missas de domingo saírem homens e mulheres empenhados e empenhadas em agir de acordo com estes princípios, quando em Fátima, Santiago, Lourdes eles forem bandeiras, quando nos governos e nos parlamentos os cristãos respeitarem estes princípios e agirem de acordo com eles, quando nas cimeiras europeias os cristãos respeitarem estes valores, então…
Ver-me-ei confrontado com o meu paradigma e desde já me inclino para o mudar. Quando isso acontecer passarei a ser um teísta agnóstico.

terça-feira, 7 de julho de 2015

O QUE EU FIQUEI A SABER SOBRE A GRÉCIA

Há males que vêm por bem, dizem os que praticam o mal ou aqueles que querem que as vítimas dele a ele se submetam.
E foi assim, graças aos males dos gregos, que fiquei a saber do drama que vivem: - que lhes cortaram os salários e as pensões, que têm que emigrar para procurar trabalho, que não suportam os elevados valores dos impostos, que têm cada vez mais desempregados.
Inclusive, fiquei a saber que nos talhos, optam pelas carnes mais baratas, que compram os peixes mais baratos e que os salários deles cada vez são mais curtos e os meses mais compridos.
Imaginem, fiquei a saber, que os  Gregos não podem levantar mais de 60 euros por dia nas caixas multibanco!
Imaginem! (ainda há pouco eu, livremente, pude levantar 10).
Coitados dos gregos, o que lhes aconteceu…e creio que tudo isto aconteceu num espaço de cinco meses. Coitados.
Não fossem os diligentes, livres e sempre bem-intencionados repórteres que os diversos órgãos de comunicação situacional enviaram para o terreno e de nada disto teríamos tomado conhecimento.
Estes homens e mulheres, têm prestado um serviço inestimável e é até com pena que vemos o quanto os seus semblantes estão carregados de preocupação quando nos dão tão tristes notícias.
Um deles, que não está na Grécia, mas que pulula (e polui) entre Bruxelas e Estrasburgo, ontem, num direto, com um rosto de perfeito alucinado e roxo de raiva «informou-nos»:  - A Grécia nunca pagou um cêntimo. E repetiu. E repetiu.
Não há notícias de que esteja internado, coitado.
O que ele deve sofrer.
Ainda bem que vivemos em Portugal. Portugal não é a Grécia.
Bem hajam todos. Os senhores jornalistas. Os patrões dos senhores jornalistas. Os patrões dos patrões dos senhores jornalistas.
Aos encarregados de negócios do Eurogrupo, sempre tão diligentes, obedientes e disponíveis, um obrigado especial.
Obrigado a todos.
Em Portugal, graças a vós, não se passa nada disto.
Nem por sombras.
Bem hajam.

segunda-feira, 6 de julho de 2015

Concílio


A continuarmos assim, trovejará. Raios e coriscos cairão dos céus.
-Já lhe disseste que o esperamos?
Já. Respondeu Hermes.
Atena e o seu mano Ares entretinham-se enquanto esperavam com um jogo de tabuleiro, com peças em tamanho real, em que se digladiavam dois poderosos exércitos.
O jogo havia sido criado e pensado por Hefesto. Atena ganhava sempre ao irmão, mas antes de dar o golpe final, recomendava-lhe: - nada de gritaria.
Ao fundo da sala, Dionísio bebia mais um copo e rabujava para Zeus: - não sejas impertinente…é só um aperitivo.
Entretanto entrou Artemis carregando um veado.
Apolo continuava concentrado procurando garantir que não faltaria luz durante a reunião.
Hera assentou-se entre Zeus e Afrodite e esta zangada, levantou-se e foi a uma das janelas observar a cidade, lá em baixo, ao fundo.
Num pequeno pátio interior Deméter cuidava das roseiras. Podava, debastava, regava.
Abram a porta, venho encharcado e estou com frio, berrou à porta Póseidon.
Finalmente, exclamaram quase em uníssono os restantes.
Não me irritem! Não me irritem!
Zeus ordenou-lhe que deixasse ficar o tridente no tridenteiro que estava à entrada e que tinha sido encomenda sua a Hefesto.
Contrariado, assim fez.
Podemos começar? Perguntou Zeus assim a modos de ordenar.
E começaram. As opiniões dividiam-se, uns achavam que o que estava a acontecer se devia ao facto de eles terem sido esquecidos e de já ninguém os temer e outros, a maioria, entendiam que fossem quais fossem as causas, ninguém tinha o direito de tratar assim a terra onde tinham construído o seu Olimpo.
Ares propôs-se ir ele tratar o assunto: com dois ou três berros fica o assunto resolvido.
Hera propôs um audacioso plano militar.
Zeus era da opinião de enviar Hermes.
Dionísio, esse bebia mais um copo enquanto olhava para Afrodite que se mantinha à janela.
Esta voltou-se, linda e serena e todos se calaram. Dionísio deitou fora o copo. E Afrodite disse: podemos ir, já não fazemos nada aqui, eles já resolveram e estão na rua a festejar.
Zeus exclamou: são danados estes gregos.
À saída, Póseidon, desajeitado, bateu com o tridente no chão.

sexta-feira, 3 de julho de 2015

Esquentadores



O eurocrata, com nome de esquentador, afirmou: -se os gregos votarem não, a posição negocial fica dramaticamente fraca.
Também me parece.
A posição que sairia enfraquecida é a dele e a daqueles que ele representa.
Quem dera a nós, a todos os povos subjugados da eurocracia, que os gregos nos dessem este presente.
Esperemos.
E não parece que somos só nós a fazê-lo. A senhora Merkel , esta por razões opostas às nossas– cuidadosa – aguarda.
É que se esquentar muito a água, um banho quente, pode tornar-se num perigoso escaldão.
Ontem, um outro eurocrata cujo nome é ilegível e cuja opinião é execrável, manifestou o seu profundo desejo de contribuir para instalar no governo grego um eurocrata e liquidar o Syriza.
Esta foi a situação que teve até 25 de janeiro do ano em curso.
Os seus problemas com a democracia são tão profundos, que lhes fazem estalar o verniz em tão pouco tempo.
Foram os eurocratas que tanto deseja, que conduziram a Grécia para a situação em que esta se encontra.
Também ontem, parece (sim, parece) ter saído um relatório sobre a divida grega, elaborado pelo FMI.
A pesporrência dos senhores do dinheiro já é tanta, que já nem cuidam da linguagem e assim, saem por vezes algumas «verdades», inoportunas (para eles).
Porque não dão eco a esse relatório?

quinta-feira, 2 de julho de 2015

Amigos de Félix


Bagão Félix disse que o povo grego está a ser usado pelo Syriza.
À distância, parece que Félix tem razão.
O Syriza, que recebeu a confiança do povo grego em eleições recentes, considerou não estar mandatado para assinar a capitulação que lhe querem impor e vai daí, decidiu usar o povo grego e convocou um referendo para que este se pronuncie.
Somos tantos, os que gostariam de ser usados desta forma.
Mas os usos e costumes dos amigos de Félix são bem diferentes.
Prometem o que não querem cumprir na expetativa de obter o voto e, depois deste obtido, fazem o que sempre foi sua intenção fazerem, o contrário do que prometeram.
Aliás em matéria de usos (e costumes) são bem elucidativas passagens recentes dos amigos de Félix.
Em Espanha, Rajoy, acossado pelo povo, impõe legislação para o amordaçar. O povo espanhol estava a fazer demasiado uso da liberdade e este é uso que o povo não pode ter, por ofender os costumes dos amigos de Félix.
Este mesmo Rajoy – amigo de Félix – a braços com vergonhosas acusações de corrupção e com o povo nas ruas (e nas urnas) a protestar contra si, entende que na Grécia é preciso é substituir o Governo (que o povo grego escolheu) quanto antes, por outro… que capitule. Uma qualquer «samarra» serve…para Rajoy.
Os amigos de Félix por cá, fogem do referendo como o diabo foge da dita cuja, mas isso não os inibe de assinarem com a dita cuja, tudo o que figurões sem rosto, sem escrúpulos e sem vergonha lhes impõem que eles assinem.
Cá estará o povo – não usado (no critério de Félix) – para suportar.
Outro amigo de Félix entretém-se, aritmeticamente a falar de povos como quem fala de galinhas no galinheiro… «tínhamos 19, mas veio o lobo e agora temos 18).
A Félix e aos amigos recomendava-se que pelo menos estivessem calados.
Estão abaixadinhos, submissos, dizendo amém a tudo e largando postas de pescada (ou será cherne?).
IRRA.

terça-feira, 30 de junho de 2015

Pobres de espirito


O maltês acercou-se do monte para pedir esmola.
O senhor do monte, das terras que a vista não alcança e das gentes que por lá sobrevivem, virou-se para o caseiro e disse-lhe: - sobrou um casqueiro da açorda de antes de ontem, vai dá-lo a esse desgraçado.
Patrão…hoje dá-lhe o casqueiro, amanhã ele rouba-lhe um porco…!
Faz o que te digo.
Contrariado. Assim fez.
Sob este mote se passavam as coisas no tempo em que se chamavam malteses aos que nem sabiam que havia no mundo um país cujos originários usam tal denominação.
E assim se passam as coisas no tempo em que já não há malteses mas aonde continuam a sobrar os pobres.
Os senhores de tudo aí estão caridosos e os pobres de tudo aí estão cada vez mais pobres de espirito.
Ouvi um dia e recordarei para sempre: - «Ah pobres d´um cabrão que são pobres em tudo».
Os pobres de tudo continuam mesquinhos, invejosos. E continuam lacaios. Sabujos.
Quando ao igual a si retiram direitos, regozija-se , exclamando: bem feito!
E o outro fica mais pobre, mais igual a ele.
Incapazes de agir, os pobres de tudo invejam os que têm um pouco mais – por muito pouco que seja – na esperança que ele se encontre como ele se encontra: miserável.
Quem já leu Marx (18 de Brumário) sabe o papel nefasto que estes miseráveis podem desempenhar.
São muitas as situações em que se encaixariam estas considerações, mas elas são escritas pensando nos miseráveis que largam «postas de pescada» sobre a Grécia.
É uma dor de alma vê-los ajoelhados, babadinhos, lacaios, sabujos chamando todos os impropérios a um povo que não conhecem, a uma terra aonde nunca foram, sobre uma situação que nem sabem descrever.
E neste coro, aos miseráveis até se juntam outros que tais, que usam gravata, têm carro com motorista e julgam que têm voto na matéria.
Mas não têm nada. São simplesmente miseráveis e pobres de espirito.

segunda-feira, 22 de junho de 2015

Palavras estranhas

A propósito da TAP um diz-se aliviado.
Sobre a Grécia o outro diz-se apertado.
Convenhamos que estamos na presença de uma conversa...estranha.

E em maré de coisas...estranhas, faço um desafio: querem apostar comigo um dracma em como vai haver acordo...com a Grécia?
Olha que perdem.

segunda-feira, 15 de junho de 2015

ALÍVIO

Alivio

Aliviados ficaremos quando lhe dissermos adeus e mais ficaríamos se tivéssemos a garantia de que não voltaria.
E quando partir…
- Bem feito! Agora vai ter que viver com a sua reformazinha de 10 mil e mais qualquer coisa por mês. Bem feito. Ficará a saber o que é penar…

Credores
Ou credo + dores

Imaginemos que vamos pedir um crédito para construir casa própria.
Tratamos da papelada, fazemos seguros de vida, sujeitamos toda a nossa privacidade à devassa e imaginemos ainda que, para o crédito ser concedido, o banco exige:
- Não podem ter três quartos. Só dois. Os filhos têm de partilhar quarto. Nada de quarto de visitas. Casa de banho, basta uma. Garagem nem pensar – até porque mais dia, menos dia, nós vamos penhorar-vos o carro.
E se retorquíssemos: …mas nós pagamos a mensalidade, aliás no final vamos pagar 25 vezes mais do que o que estão a emprestar.
Pois vão…pois vão, ou mais…o mercado o dirá, mas têm de cumprir também estas exigências, se não, nada feito!
Parece absurdo, não parece?!
Pois é pior do que isto aquilo que os ditos credores fazem às desgraçadas economias dos países que caem nas suas garras.
Nós temos exemplos que bastem.
Mas se faltassem argumentos para explicar que o que está em causa não é a crise, mas sim a crise – argumento para destruir direitos e baixar salários e que muito menos o que está em causa é a preocupação em garantir os reembolsos do que emprestam, olhemos para o mais recente passo das ditas negociações sobre a Grécia.
Quando se desenhava um acordo que passava por substituir os exigidos cortes nas pensões (as mais baixas) por cortes de igual valor na área da defesa, o FMI recusou liminarmente tal proposta e abandonou as negociações.
Não é o reembolso que está em causa.
As sanguessugas querem sangue e querem mostrar quem manda.
O mundo com que sonham é um mundo sem direitos.

p.e. Ao principio até nem achava que existisse um elo de ligação entre estes dois textos…

segunda-feira, 8 de junho de 2015

Estratégica pontaria


Foi com alguma comoção, quase a raiar o ponto em que ficamos com «pele de galinha», que acompanhei o debate recente sobre a liberdade de imprensa a propósito de uma lei que pretendia regulamentar a forma de cobertura jornalística das campanhas eleitorais que se aproximam (dizem).
Foi digna de ver a posição dos senhores dos jornais, das rádios e tvs. Em uníssono protestaram contra o que definiram como uma afronta e um ataque sem precedentes contra a liberdade de imprensa.
Foi bonito de ver.
O que é ainda mais bonito de ver é a hipocrisia desta gente.
Liberdade de imprensa? Qual liberdade? A formatada, a que se constitui como boletins de propaganda do regime?
Vejamos exemplos, com pouco mais de 24 horas:
Regime sírio bombardeia aldeias do norte da Síria e provoca a morte de 49 civis entre os quais seis crianças.  As vítimas são civis e crianças.
Quando a força imperial sob os altos desígnios dos EUA, bombardeia o grupo de ex amigos, também na Síria – numa aldeia ao lado - os seus resultado são sempre gloriosos e não provocam vítimas, mas simplesmente baixas entre os inimigos. Não morrem civis e muito menos crianças.
Uma outra notícia dava-nos conta de combates entre insurrrectos e o exército paquistanês que causaram 26 mortos. Não há civis e muito menos crianças entre os mortos.
Notícias similares vindas da Ucrânia falam de mortos, mas entre eles não há nem civis, nem crianças.
Só há vítimas civis e crianças como resultado das ações do regime Sírio.
Que pontaria, têm estes jornalistas livres.
Em Portugal e agora sem sangue nem mortos, a CDU leva um mar de gente a Lisboa numa marcha de esperança para os portugueses. Os jornais, as televisões, as rádios ou ignoraram ou trataram como pequeno acontecimento.
Grande acontecimento a merecer toda a sua atenção foi a brigada do reumático, reunida numa sala ali perto a prepararem-se para voltar a fazer do mesmo.
Voltaram todos das gaiolas douradas aonde hibernaram.
Merecedor de noticia era procurar saber, fazer reportagem, ouvir comentários, dar a palavra ao professor para saber se o outro sai com pulseira ou sem pulseira.
A marcha da esperança, essa não é notícia.
E não é noticia nem tema.
Ainda se ela tivesse sido realizada...sei lá...por um movimento qualquer, do tipo daqueles em Espanha...
Os organizadores poderiam ter tentado dar a volta...sei lá...por exemplo definirem-se por CDUanos.
Assim talvez fosse notícia.

Viva a liberdade de imprensa.

sexta-feira, 5 de junho de 2015

Dicionário Eleitoral



(entrada aleatória)

M

Medo

Consiste num estado físico e psicológico que resulta de uma ameaça concreta ou sentida e que tem como consequência a anulação da vontade própria do individuo.
O medo é a condição para a agressão. Se o agressor pressente medo, avança para a agressão.
Os sinais físicos de expressão do medo são facilmente identificáveis.
A definição de medo neste dicionário, não foge da sua definição geral.
A ameaça – visando criar medo – vai ser uma constante de uso por parte de alguns agentes políticos – fundamentalmente por parte daqueles a que aqui me venho referindo como arcosos.
Conhecemos as ameaças: banca rota; situação igual à Grécia; novo resgate. Sarampo, sarapatelo e muitas outras desgraças a juntar às que já nos vieram ao pelo.
Por isso temos de ter medo.
Muito medo. Talvez mesmo…pavor.
E temos de estar quietinhos. Nada de abanar o arco…porque senão…!
Recuperação do poder de compra dos salários?…ui…tem que ser com cuidado… a medo!
Anulação dos crimes sociais cometidos em nome da crise?…ui…tem que ser com cuidado…a medo!
Estão a ver a Grécia? Estão?
Pois tenham medo!.
Muito medo! UI
UI.
Por mim, tenho medo, que tenhamos medo.

quinta-feira, 4 de junho de 2015

Dicionário Eleitoral


(entrada Aleatória)

P

Penelopinose

A penelopinose é um traço comportamental dos políticos arcosos que tem traços semelhantes à doença bipolar.
A particularidade consiste em prometer desfazer hoje o que fizeram ontem.
Não expressa uma constante e apresenta-se sempre em período pré e eleitoral.
Atualmente, estamos perante casos agudos.
Os que promoveram o desemprego, prometem agora combate-lo. Os que aumentaram o número de pobres, prometem agora diminui-lo. Os que aumentaram a dívida prometem reduzi-la.
E sucessivamente para a carga fiscal, para os salários e para outras temáticas.

É uma doença crónica e a única cura conhecida é isolar os que dela padecem, daqueles a quem fazem padecer, ou seja, mandá-los bugiar.

quarta-feira, 3 de junho de 2015

Dicionário Eleitoral


(Entrada aleatória)

A

Arco

Associa-se sempre, quando se fala em arco da governação, o arco, ao elemento construtivo suportado sobre aduelas.
Poderíamos também associa-lo a arco de flechas, ou mesmo a bestas e assim fazer analogias, as mais variadas, com a prática de tiro.
Para este dicionário eleitoral importa esclarecer o que se designa por arco da governação e para o fazer terei necessariamente que recorrer às ditas …analogias.
Por exemplo se o entendermos na perspetiva do construído, vamos considerar o arco em duas partes distintas. A primeira corresponde à «volta» ou semicírculo e a segunda às aduelas.
Assim, no nosso arco governativo atual a «volta» corresponderá á união de facto entre CDS e PPD e as aduelas uma é o PS e a outra será o PR.
E assim se tem mantido. De pé.
Acontecem por vezes pequenos abalos sísmicos de que resultam pequenas alterações de posição (aduelas que passam para o lado da «volta» e desta para aduelas), mas o arco mantém no geral a mesma configuração e tem resistido aos anos.
E por baixo passam e penam sempres os mesmos.
Digamos que se está perante uma certa coerência construtiva.
Nos dias que correm e em que se anunciam eventuais alterações de posição na estrutura do arco, os que o compõem, têm assustado os que estão sob ele, com o perigo que corre a sua sustentabilidade e clamam que calamidades indiscritíveis cairiam sobre eles, se eles ousassem mexer no arco.
Eu por mim, derrubava o arco e fazia em seu lugar uma ampla avenida onde todos passassem em liberdade. Sem medos.

segunda-feira, 25 de maio de 2015

Dicionário Eleitoral

E

(entrada aleatória)

Eleição (ões)
Ato de depositar em caixa, a que dão o nome de urna, um impresso que tem à esquerda nomes e símbolos de partidos, coligações ou grupos de cidadãos, que são (uns), dizem-se (outros) e julgam-se (ainda outros) concorrentes a um determinado cargo político.
À direita desses, surge um quadradinho, onde o cidadão eleitor desenha uma cruz.
E quase sempre carrega com ela.
Em Portugal, os cidadãos eleitores – todos os cidadãos com mais de 18 anos – podem participar neste processo que decorre sob determinados âmbitos (e condições):
Âmbito Um: Eleições para a Assembleia da Republica que deveriam ser para escolher uma Assembleia à qual o chefe do partido que fosse mais votado deveria apresentar proposta de programa de governo, mas que sabemos, quase todos tratam como sendo eleições para primeiro-ministro.
São democráticas, mas tem que considerar:
- Ao votar tem que ter em conta que as eleições só valem se houver uma maioria absoluta, de preferência de um só partido e preferencialmente do partido que seja igual ao partido que já lá está e ainda mais preferencial do partido que sempre esteve.
-Pode e isso é garante da condição anterior, votar em qualquer partido do arco. (qualquer miúdo da escola básica lhe explicará o que é isto).
-Se tiver a desfaçatez de votar fora do arco (ou seja, mijar fora do penico) fique sabendo que:
É responsável pelos ataques de fúria da senhora e do senhor alemão.
Que não haverá mais pão cozido para ninguém.
Que a SA portuguesa não dará posse a tal governo (minoritário…pff).
Que entraremos em banca rota, seremos acossados por uma epidemia de sarna gigantesca, o vulcão da Serra da Arrábida (sim, há) entrará em erupção tapando de nuvens a capital e arredores, o Arouca será campeão nacional (da 1ª Liga, claro).

Ver, outras entradas de E (eleições) para os âmbitos: Autárquico; Europeu; Presidencial.

quarta-feira, 20 de maio de 2015

Uma historia banal


Tivesse eu arte e engenho para agarrar em palavras e transformar escritos em literatura e hoje tomaria a notícia que nos diz que um idoso de 92 anos, a quem roubaram a carteira, retirou a queixa que havia apresentado contra a carteirista, uma idosa de 84, e inspirado, escreveria uma linda história de amor.
Ou não.
Talvez uma história de desamores, de desencontros.
Ou uma história do quotidiano em que uma avó, sem outros recursos, faz do rápido e subtil furto, uma forma de sobrevivência e uma forma de pagar as propinas do neto que frequenta o 3.º ano do curso de direito.
Ou, pelas mesmas razões e com fins diferentes. O neto, toxicodependente, precisa crescentemente de mais dinheiro para sustentar o insustentável.
E o idoso, o que fazia ele na queima das fitas?
O neto deste, comemorava o fim do curso.
Ou, cansado da solidão, veio à rua onde via tanta gente nova a divertir-se.
Não sendo possível a transformação literária, partilho convosco este apontamento de uma história, para muitos, banal – não para mim.
Se outra coisa não é e não é certamente, é pelo menos uma história humana a verdejar nesta aridez de desumanidades.

terça-feira, 19 de maio de 2015

Viva a democracia


Nas próximas eleições…

Não sei se voto para um presidente ou um primeiro-ministro.
Em setembro, ou outubro ou quando S.E. quiser, haverá eleições para a assembleia, não é verdade?
Ou escolhemos simplesmente – de entre um leque de presidenciáveis – uma nova S.E. e essa nova S.E. escolherá o governo maioritário que assegurará… tudo o que houver para assegurar?
Admitindo que, apesar de tudo (contrariados e amuados, condescendem) e haverá mesmo eleições para a assembleia em setembro, ou outubro ou quando S.E. quiser, eu poderei votar em quem quiser ou terei de votar de forma a dar a maioria que S.E. exige?
Se não votar nos partidos do arco, o arco cai-me em cima?
Se não votar a favor dos que estão a favor que sejam alemães e fmis a decidir sobre a minha vida, os alemães e os fmis dão-me uma coça?
Agradeço envio de instruções precisas a tempo de evitar que eu possa tomar atitude ou atitudes que prejudiquem este pequeno protetorado…desprotetorado.
A bem do protetorado humildemente me subscrevo
Viva a democracia

sexta-feira, 15 de maio de 2015

Mente(s) Estatística


Cita-se frequentemente, tão frequente e banalmente, que agora , que também pretendia citar, não o posso fazer convenientemente, ou seja, não sei exatamente como foi afirmado e também não sei quem o afirmou, mas mais coisa, menos coisa, foi afirmado que se trabalharmos bem os números, a estatística irá dizer-nos, exatamente o que queremos que ela diga.
Ao autor a devida vénia e o devido pedido de desculpas.
Mas foi exatamente esta a sensação que tive, quando hoje li artigo, publicado no Diário Economico e que baseado em «estudo» da Síntese Estatística do Emprego Público, titulava: Salário médio na Função Pública cresceu 7 por cento.
Precisava : sobem 6,9% face ao início do ano passado.
Nem mais. Exatamente assim.
Ou seja, os funcionários públicos não viram, mas estatisticamente é assim de facto.
É um pouco como naquela graçola em que estando dois indivíduos e tendo um deles comido um frango inteiro se pode estatisticamente afirmar que em média cada um deles comeu meio frango.
É verdade que o salário dos funcionários públicos foi em Janeiro de 2015 superior ao que foi em janeiro de 2014…pela simples razão que em janeiro de 2014 o Governo tinha acabado de aplicar a monumental mutilação de 2,5 a 12% nos seus salários.
Como sabemos, envergonhadamente e insuficientemente o TC declarou-se pela inconstitucionalidade de tais normas orçamentais, pelo que em maio desse ano a medida (essa) foi anulada (mas os efeitos não corrigidos).
Imaginemos que, para atingir o efeito que agora quer valorizar, em janeiro de 2014 os cortes pretendidos pelo governo tivessem sido de 25%...
Estaríamos agora na presença de um aumento de salários na função pública de 25%.
Uau.

quarta-feira, 13 de maio de 2015

Exemplo



Quando os trabalhadores estavam na rua em festa e em luta, comemorando o 1.º de Maio,  o Sr primeiro-ministro procedia solenemente à inauguração de uma queijaria.
Entusiasmado por ver nessa cerimónia ilustre ministro de Cavaco, logo ali teceu inúmeras loas a tal figura.
Considerou tal figura (ou figurão) um exemplo de exigência e método.
Um empresário de sucesso.
Um exemplo.
Tal figurão, segundo a Revista Visão on-line de 13.05.15, está associado a buracos de largas dezenas de milhões no BPN.
(Milhões esses que os contribuintes penosamente agora pagam…)
As empresas a que esteve ligado, em vez de lucros, apresentam prejuízos.
Este é o exemplo para o sr. primeiro ministro.
Não o é, garantidamente, para a generalidade dos portugueses.

terça-feira, 12 de maio de 2015

A que sabe o xarope?


O primeiro-ministro afirmou que o importante é vencer a doença e não o sabor do xarope.
No que aos portugueses (à generalidade) diz respeito, o xarope soube a amargo. Muito amargo. A alguns, produziu mesmo efeitos tóxicos muito graves.
Atente-se nos seguintes dados clínicos:
A pobreza em Portugal voltou aos níveis que se verificavam há dez anos. Uma em cada cinco pessoas é pobre (20%). A desigualdade na distribuição dos rendimentos agravou-se.
Portugal tem a 5ª mais elevada taxa de desemprego da U.E. 14% da população em idade ativa está desempregada.
A dívida pública passou de 71,7% do PIB em 2008 para mais de 130% nos finais de 2014.
É a 3ª maior dívida pública da U.E.
Eduardo Catroga afirma que o PSD deve um pedido de desculpas ao país por causa do colossal aumento de impostos a que procedeu.
O poder de compra dos salários recuou para níveis de há dez anos.
Nunca – num espaço de tempo tão curto – tantos direitos foram destruídos. Férias. Horários de trabalho, salários.
Nunca – num espaço de tempo tão curto – se aniquilaram tantos direitos sociais.
E o primeiro ministro de Portugal acha sensato falar da doçura do xarope?
Parecendo contrapor que o país está curado com este xarope.
Acha mesmo sensato, adequado, honesto, dizer tais coisas?
O país que está melhor é o que antes já estava melhor e que se expressa nas vendas de carros e casas luxuosas. Nos vistos gold. Nos lucros repugnantes dos bancos que voltam em grande.
O primeiro-ministro é o primeiro-ministro deste país (que estava e ainda está melhor). Não será certamente o primeiro-ministro do país que sofre.
Do país que ele e os amigos fazem sofrer.
Esqueçam o pedido de desculpas.
Vocês não têm desculpa possível.

terça-feira, 5 de maio de 2015

O um e a unidade

Nem sempre o que logo nos parece contraditório o é assim tanto, como julgamos à priori , na sequencia dos nossos olhares apressados e…descuidados.

Escrever sobre um e sobre a unidade, provoca assim, logo essa ideia inicial de contradição. O que há para dizer sobre uma coisa e o seu significado. Que realce? Que importância?
Um é o número e a unidade tem igual expressão.
Se me deixasse levar por um olhar apressado ou descuidado, assim concluiria e nada mais haveria a dizer. Mas procurei evitar esse olhar apressado e descuidado.
E cedo constatei que em torno de um e da unidade havia um vasto e denso caminho a percorrer, preenchido por um universo de temas e autores.
Talvez iniciasse esse caminho pelos clássicos.
E Phideas viria à liça. E Pitágoras. E Da Vinci.
E talvez compusesse o texto com fotografias do Parthenom, ou com o homem Vitruviano de Da Vinci. Talvez mesmo Mona Lisa.
Mas esses são outros percursos e nem mesmo aos ligeiros pretendo agora, para o efeito proposto, dar continuidade.
Quero falar de um (homem, mulher) e unidade (vários homens, mulheres).
E esse um (nesta perspetiva) é ser uno. Pensa. Age. Sente.
E essa unidade (nesta perspetiva) é um conjunto de seres unos que partilham pontos comuns.
Querer fazer da unidade (nesta perspetiva) não o conjunto de seres unos, mas uma coisa abstrata (e abjeta) igual a um, é um processo perigoso.
Unidade é eu e tu, nós, que gostamos de coisas diferentes, de flores e cores e aromas, descer lado a lado as ruas, em Abril ou em Maio, partilhando da mesma vontade e do mesmo crer.
Construir um homem novo e que cada um deles seja uno.
Só há nós, quando há eu(s).

quarta-feira, 29 de abril de 2015

Explicações

Vocês conseguem imaginar que a meio de uma canção o seu intérprete pare e passe a explicar o poema ou a melodia?
Ou que um determinado romance passe a incluir guião explicativo, talvez narrado a viva voz pelo autor?
Ou que o quadro exposto temha pormenorizada memoria descritiva?0
Ou que o escultor descreva, com pormenor e rigor, cada rasgo, cada traço a que procedeu na pedra?
Se nao conseguimos imaginar, porque imaginamos que determinada exposição possa ter visita guiada e explicativa?
Pode ser grande o disparate, mas desculpem-me.
Não gosto de normalização.
Permitam-me que a visite. Desfrute.
E a interprete.
Só condicionado pelo imaginario que ela em mim provoque .

terça-feira, 28 de abril de 2015

Cravos


Para vocês, caros amigos, aí por essas terras do sul, do mais profundo sul, onde a terra treme e liberta lume das suas entranhas.
Aí, nesse sul que sendo tão distante esteve sempre tão perto de nós.
Ao ponto de fazermos do vosso cantor, nosso companheiro, e da vossa luta o nosso grito de solidariedade.
Nesse Chile agora sem tirano, mas que ainda sofre.
Aí, quero fazer chegar a cor dos nossos cravos de Abril e um abraço.
E dizer-vos o quanto estamos preocupados com a forma como Abril é maltratado.
Tão maltratado, que não se ficam - os seus adversários – só pela ação prática. A eles, não lhes basta destruir conquistas e anular direitos. O ódio leva-os para o campo do simbólico. Para o plano do que habita em nós e nos move.
Vejam o que fizeram aos cravos este ano.
Passos Coelho, no dia em que anunciou o casamento de conveniência, para continuar a destruir o que de Abril resta, pôs cravo vermelho na lapela.
E
Sobre a prisão de Évora – onde se encontra o homem que abriu o caminho que Passos e Portas agora prosseguem – choveram cravos vermelhos.
Pobres cravos.
Em tempos, cantávamos uma canção, que creio não me enganar, era da autoria de Barata Moura e José Jorge Letria e que tinha umas estrofes assim; «cravo vermelho ao peito a muitos fica bem e sobretudo dá jeito a certos filhos da mãe.
Se quiserem, podem ouvi-la através do you tube.
De Évora e dos amigos que aqui fizeram recebam abraços revolucionários.
Preocupados pela agressividade que a natureza está a usar para convosco

domingo, 26 de abril de 2015

Abril , águas mil

Trarão estas chuvas o prenúncio de um abril prestes a renovar-se?
Assim o desejamos.
Mas cuidado.
Alguém, maldosamente e de novo , plantou erva daninha.

segunda-feira, 20 de abril de 2015

Do mal, o menos

Parece ser o princípio filosófico mais partilhado, aquele que se consubstancia na repisada frase: «do mal, o menos».

Se alguém nos conta que o fulano tal caiu da escada e partiu uma perna, logo consolamos, dizendo: do mal, o menos, podia ter partido as duas.

Ou: - olha! Do mal, o menos, na carteira só tinha alguns euros, cento e pouco, por sorte não tinha lá os documentos, que uso separado, noutra carteira.

A tua mulher ficou desempregada? Olha! Do mal, o menos, imagina que trabalhavas na mesma empresa e eras também despedido.

E de tanto repetir e levar à letra, habituámo-nos – habituaram-se alguns, parece que a grande maioria – a fazer escolhas com base no mal, o menos.

E o que lhe sobra é sempre mais mal.

Há quarenta anos, em todas as eleições vota-se PS (olha! Do mal, o menos) ou vota-se PSD (olha! Do mal o menos), ou vota-se PS, ou vota-se PSD, ou…

E andamos há quarenta anos a acrescentar mal, ao mal menos, anterior.

E é o que se vê.

Admitindo que haverá eleições este ano – coisa que agora não parece – já sabemos:

Olha! Do mal, o menos.

Arre.

sexta-feira, 17 de abril de 2015

FMI

Lagard avisa a Grécia: adiar pagamentos não faz parte da história do fmi.

Pois não.
O que faz parte da historia do fmi é rasto de miséria que deixa espalhado pelo mundo.

E também...

As recambolescas prisões dos seus dirigentes máximos. Ontem foi mais um.
Tudo bons rapazes.

quinta-feira, 16 de abril de 2015

Salada pouco primaveril

Um pouco assim...como a primavera

Tudologia

Deixando subjacente uma certa ironia, confrontaram-me há dias com a insinuação, se não haveria alguma incoerência da parte de quem tanto critica uma certa «tudologia» , instalada nos media, e entretanto usa a profusão de assuntos arrastados para este «espojinho».
Não creio.
Os tudólogos e as tudólogas, falam de tudo, afirmando claramente saber de tudo.
Por aqui, falo sobre tudo o que me desperte emoções e expresso, quase sempre, dúvidas para as razões dos acontecimentos.
Creio estarmos na presença de dimensões diferentes. Diria: perfeitamente antagónicas.
Mas agradeço a insinuação. Estimula a autocrítica.

Sobreformados
Temo que possamos estar na presença de uma nova patologia: os sobreformados.
Os sobreformados corresponderão a indivíduos que, apresentam curriculum ao metro, onde constam formações das mais diversas, ministradas pelas mais diversas escolas, dos mais diversos lugares.
De tal forma extensa, que por vezes nos interrogamos, se não será escasso ou mesmo nulo, o tempo que dedicam ou pensam dedicar para pôr em prática tão rica formação?
Um problema a acompanhar.
Ou talvez não.
Porque o que parece ser um sintoma de uma nova patologia, pode ser a expressão de uma coisa mais velha – a cunhice – acompanhada com alguns problemas de má consciência ou uma vã tentativa de atirar areia (aos nossos olhos).

Candidatos, à la carte

Há-os para todos os gostos. Professores de tudo – o papa dos tudólogos, intelectuais reformados, reformados intelectuais, moralistas, moldistas, primos e afilhados.
De tal forma se anunciam – com ruído – que ficamos sem saber se não haverá antes, outras eleições e essas determinantes para o nosso dia a dia.
Gostaria muito – se tal pudesse ser possível – que o atual inquilino da casa para onde querem ir estes – esclarecesse, se vai ou não haver, eleições para a Assembleia da República e gostaria ainda mais que, nesse esclarecimento, pudesse abster-se – como é dever – de dizer o que é que gostaria e não gostaria que os portugueses fizessem com o seu voto.

Se não o fizer, procure ao menos saber, o que é que milhares de portugueses que lhe deram o voto, gostariam de fazer hoje – a esse voto que lhe deram.

Temperos

Ouvi uma estória, daquelas estórias que ouvimos em meninos e vá-se lá saber a razão para não a esquecermos, que um médico de aldeia – certamente por não gostar de pepino – aconselhava aos seus e às suas pacientes uma receita para a salada do dito cujo.
Ditava: Escolhem-se dois pepinos – frescos (acabados de colher na horta) – descascam-se, lavam-se muito bem em água corrente, picam-se em pequenos cubos, temperam-se de sal, azeite, vinagre e orégãos e deixa-se a marinar de um dia para o outro.
No outro dia, deitamos fora o preparado.
Dizia ele, ser esta a melhor salada de pepino.
Pois faça o mesmo a esta salada - que não é de pepino – e que aqui deixei.