terça-feira, 28 de abril de 2015

Cravos


Para vocês, caros amigos, aí por essas terras do sul, do mais profundo sul, onde a terra treme e liberta lume das suas entranhas.
Aí, nesse sul que sendo tão distante esteve sempre tão perto de nós.
Ao ponto de fazermos do vosso cantor, nosso companheiro, e da vossa luta o nosso grito de solidariedade.
Nesse Chile agora sem tirano, mas que ainda sofre.
Aí, quero fazer chegar a cor dos nossos cravos de Abril e um abraço.
E dizer-vos o quanto estamos preocupados com a forma como Abril é maltratado.
Tão maltratado, que não se ficam - os seus adversários – só pela ação prática. A eles, não lhes basta destruir conquistas e anular direitos. O ódio leva-os para o campo do simbólico. Para o plano do que habita em nós e nos move.
Vejam o que fizeram aos cravos este ano.
Passos Coelho, no dia em que anunciou o casamento de conveniência, para continuar a destruir o que de Abril resta, pôs cravo vermelho na lapela.
E
Sobre a prisão de Évora – onde se encontra o homem que abriu o caminho que Passos e Portas agora prosseguem – choveram cravos vermelhos.
Pobres cravos.
Em tempos, cantávamos uma canção, que creio não me enganar, era da autoria de Barata Moura e José Jorge Letria e que tinha umas estrofes assim; «cravo vermelho ao peito a muitos fica bem e sobretudo dá jeito a certos filhos da mãe.
Se quiserem, podem ouvi-la através do you tube.
De Évora e dos amigos que aqui fizeram recebam abraços revolucionários.
Preocupados pela agressividade que a natureza está a usar para convosco

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