quinta-feira, 16 de abril de 2015

Salada pouco primaveril

Um pouco assim...como a primavera

Tudologia

Deixando subjacente uma certa ironia, confrontaram-me há dias com a insinuação, se não haveria alguma incoerência da parte de quem tanto critica uma certa «tudologia» , instalada nos media, e entretanto usa a profusão de assuntos arrastados para este «espojinho».
Não creio.
Os tudólogos e as tudólogas, falam de tudo, afirmando claramente saber de tudo.
Por aqui, falo sobre tudo o que me desperte emoções e expresso, quase sempre, dúvidas para as razões dos acontecimentos.
Creio estarmos na presença de dimensões diferentes. Diria: perfeitamente antagónicas.
Mas agradeço a insinuação. Estimula a autocrítica.

Sobreformados
Temo que possamos estar na presença de uma nova patologia: os sobreformados.
Os sobreformados corresponderão a indivíduos que, apresentam curriculum ao metro, onde constam formações das mais diversas, ministradas pelas mais diversas escolas, dos mais diversos lugares.
De tal forma extensa, que por vezes nos interrogamos, se não será escasso ou mesmo nulo, o tempo que dedicam ou pensam dedicar para pôr em prática tão rica formação?
Um problema a acompanhar.
Ou talvez não.
Porque o que parece ser um sintoma de uma nova patologia, pode ser a expressão de uma coisa mais velha – a cunhice – acompanhada com alguns problemas de má consciência ou uma vã tentativa de atirar areia (aos nossos olhos).

Candidatos, à la carte

Há-os para todos os gostos. Professores de tudo – o papa dos tudólogos, intelectuais reformados, reformados intelectuais, moralistas, moldistas, primos e afilhados.
De tal forma se anunciam – com ruído – que ficamos sem saber se não haverá antes, outras eleições e essas determinantes para o nosso dia a dia.
Gostaria muito – se tal pudesse ser possível – que o atual inquilino da casa para onde querem ir estes – esclarecesse, se vai ou não haver, eleições para a Assembleia da República e gostaria ainda mais que, nesse esclarecimento, pudesse abster-se – como é dever – de dizer o que é que gostaria e não gostaria que os portugueses fizessem com o seu voto.

Se não o fizer, procure ao menos saber, o que é que milhares de portugueses que lhe deram o voto, gostariam de fazer hoje – a esse voto que lhe deram.

Temperos

Ouvi uma estória, daquelas estórias que ouvimos em meninos e vá-se lá saber a razão para não a esquecermos, que um médico de aldeia – certamente por não gostar de pepino – aconselhava aos seus e às suas pacientes uma receita para a salada do dito cujo.
Ditava: Escolhem-se dois pepinos – frescos (acabados de colher na horta) – descascam-se, lavam-se muito bem em água corrente, picam-se em pequenos cubos, temperam-se de sal, azeite, vinagre e orégãos e deixa-se a marinar de um dia para o outro.
No outro dia, deitamos fora o preparado.
Dizia ele, ser esta a melhor salada de pepino.
Pois faça o mesmo a esta salada - que não é de pepino – e que aqui deixei.

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