quarta-feira, 25 de novembro de 2015

Ninho de cucos

A análise serena dos acontecimentos que se sucederam às eleições legislativas é trabalho de casa que se recomenda.
Aqui, lanço alguns “bitaites”.

PSD e CDS optaram por uma postura trauliteira e por uma total incontinência verbal.
A uma ordinarice seguia-se outra ordinarice maior. Tudo valeu.
Vindo do CDS compreende-se. Ao complexo de inferioridade juntaram a sua matriz de extrema-direita.
Já no PSD, não se compreende. Esperava-se mais lisura.
O que aconteceu, principalmente depois da «irreversibilidade» de Portas, foi a transformação do PSD na caixa de eco de Portas.

Portas usou para com o PSD a estratégia do cuco.

È legítimo hoje considerar que, se houve uma inversão no PS, esta se deve à radicalização de direita que ocorreu no PSD e não tanto a um desejo de aproximação à esquerda.
Por outro lado, no PS, os que, usando também linguagem com pouca lisura, se manifestaram contra o acordo com os partidos de esquerda, deixaram ficar claro que o PS, deixou de ser o seu «ninho».
Há pois, nos dias de hoje, partindo dos pressupostos que não vão haver alterações de rumo, um conjunto muito significativo de cidadãos que não se revêm nos partidos onde até agora participaram.

Pode ocorrer num futuro muito próximo um ajustamento.
Espaço para que ele ocorra existe.

Por isso, convém projetar o futuro, com os olhos postos no presente (sem talas) e não concluir que ele será a projeção do passado.
Alguns devem ter aprendido com os resultados das últimas eleições que projetar o passado não dá bom resultado.
Quando se aperceberam, o arco tinha caído.

O mesmo, deve ser considerado para as eleições presidenciais que se avizinham.
Os revanchistas esperam que elas sejam a 2ª volta das eleições legislativas.
Não lhes ficaria mal alguma cautela…

Depois não gritem.

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