segunda-feira, 15 de junho de 2015

ALÍVIO

Alivio

Aliviados ficaremos quando lhe dissermos adeus e mais ficaríamos se tivéssemos a garantia de que não voltaria.
E quando partir…
- Bem feito! Agora vai ter que viver com a sua reformazinha de 10 mil e mais qualquer coisa por mês. Bem feito. Ficará a saber o que é penar…

Credores
Ou credo + dores

Imaginemos que vamos pedir um crédito para construir casa própria.
Tratamos da papelada, fazemos seguros de vida, sujeitamos toda a nossa privacidade à devassa e imaginemos ainda que, para o crédito ser concedido, o banco exige:
- Não podem ter três quartos. Só dois. Os filhos têm de partilhar quarto. Nada de quarto de visitas. Casa de banho, basta uma. Garagem nem pensar – até porque mais dia, menos dia, nós vamos penhorar-vos o carro.
E se retorquíssemos: …mas nós pagamos a mensalidade, aliás no final vamos pagar 25 vezes mais do que o que estão a emprestar.
Pois vão…pois vão, ou mais…o mercado o dirá, mas têm de cumprir também estas exigências, se não, nada feito!
Parece absurdo, não parece?!
Pois é pior do que isto aquilo que os ditos credores fazem às desgraçadas economias dos países que caem nas suas garras.
Nós temos exemplos que bastem.
Mas se faltassem argumentos para explicar que o que está em causa não é a crise, mas sim a crise – argumento para destruir direitos e baixar salários e que muito menos o que está em causa é a preocupação em garantir os reembolsos do que emprestam, olhemos para o mais recente passo das ditas negociações sobre a Grécia.
Quando se desenhava um acordo que passava por substituir os exigidos cortes nas pensões (as mais baixas) por cortes de igual valor na área da defesa, o FMI recusou liminarmente tal proposta e abandonou as negociações.
Não é o reembolso que está em causa.
As sanguessugas querem sangue e querem mostrar quem manda.
O mundo com que sonham é um mundo sem direitos.

p.e. Ao principio até nem achava que existisse um elo de ligação entre estes dois textos…

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