quinta-feira, 10 de dezembro de 2015

Em política...



Vou deitar fora apontamentos, obras, recortes e tudo o mais que ao longo do tempo tenha recolhido e que seja referente a ciência política.
Nos últimos tempos, os conceitos mudaram.
E outros entraram no léxico.
Dos emergentes, relembro o conceito de hábito, também usado como tradição e que serviu de base a uma diatribe recente que consistiu em procurar desrespeitar resultados eleitorais por força da não existência de um hábito ou tradição que permitisse o envolvimento de determinados partidos em processos de solução governativa.
Emergente é também (e asfixiante, acrescente-se) o uso de comentadores que não só substituem a análise política (de base científica), como se transformam eles próprios nos fazedores da política.
É fácil fazer um comentador. Não pode é o comentador comentar o que não é comentável.
O exemplo mais conhecido de comentador fazedor é o do dito professor. Comenta, comenta e agora quer colher.
Sobre os fazedores de comentadores, teríamos que dedicar mais tempo…
Um conceito agora desconceituado é o conceito de ditadura. Associamos a ditadura (imagine-se) falta de liberdade, inexistência de possibilidades de construção de alternativas e outros acepipes.
À luz do conceito, era impensável conceber eleições (plebiscitos, talvez). Pois então não é que na Venezuela (que vivia sob feroz ditadura segundo os comentadores) a oposição ganhou as eleições?!
E a Arábia Saudita amiga dos libertadores que foram entregar sob a forma de chumbo a democracia à ditadura Síria?!
Há que rever o conceito, rapidamente.
Um outro conceito a precisar de reparação é o conceito de regime semipresidencial. E esta reparação ficará e muito condicionada ao contexto que seja presente. Vai depender do semi e vai depender do presidente. Será um conceito dotado de…diga-se alguma plasticidade.
Recordo contributo importante dado por um apresentador de notícias (produções) em que, eloquentemente, procedeu a comparações várias entre o nosso semipresidencialismo e o semipresidencialismo de Espanha.

Sim. E fê-lo muito eloquentemente, conseguindo inclusive, através da comparação (eloquente) argumentar tenazmente a favor da tradição.

A nova Ciência Política é deslumbrante…

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