terça-feira, 12 de maio de 2015

A que sabe o xarope?


O primeiro-ministro afirmou que o importante é vencer a doença e não o sabor do xarope.
No que aos portugueses (à generalidade) diz respeito, o xarope soube a amargo. Muito amargo. A alguns, produziu mesmo efeitos tóxicos muito graves.
Atente-se nos seguintes dados clínicos:
A pobreza em Portugal voltou aos níveis que se verificavam há dez anos. Uma em cada cinco pessoas é pobre (20%). A desigualdade na distribuição dos rendimentos agravou-se.
Portugal tem a 5ª mais elevada taxa de desemprego da U.E. 14% da população em idade ativa está desempregada.
A dívida pública passou de 71,7% do PIB em 2008 para mais de 130% nos finais de 2014.
É a 3ª maior dívida pública da U.E.
Eduardo Catroga afirma que o PSD deve um pedido de desculpas ao país por causa do colossal aumento de impostos a que procedeu.
O poder de compra dos salários recuou para níveis de há dez anos.
Nunca – num espaço de tempo tão curto – tantos direitos foram destruídos. Férias. Horários de trabalho, salários.
Nunca – num espaço de tempo tão curto – se aniquilaram tantos direitos sociais.
E o primeiro ministro de Portugal acha sensato falar da doçura do xarope?
Parecendo contrapor que o país está curado com este xarope.
Acha mesmo sensato, adequado, honesto, dizer tais coisas?
O país que está melhor é o que antes já estava melhor e que se expressa nas vendas de carros e casas luxuosas. Nos vistos gold. Nos lucros repugnantes dos bancos que voltam em grande.
O primeiro-ministro é o primeiro-ministro deste país (que estava e ainda está melhor). Não será certamente o primeiro-ministro do país que sofre.
Do país que ele e os amigos fazem sofrer.
Esqueçam o pedido de desculpas.
Vocês não têm desculpa possível.

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