terça-feira, 14 de julho de 2015

Agnostico me confesso


Por agora não vou falar mais sobre a Grécia. Esta já tem quem, sobre ela se preocupe.
Hoje vou dedicar-me a questões do espirito.
Por vezes, naquele palavrar de fazer tempo, estabeleço acesas discussões em torno dos conceitos de agnóstico e ateu.
Identifico-me como agnóstico, ao que se contrapõem ateístas convictos.
É verdade que me inclino para o que se define como ateu agnóstico, porque parto do princípio que não há uma divindade sobre nós e sobre tudo, mas por outro lado, não sou muito dado a excluir qualquer campo, do campo das possibilidades.
As «coisas» podem existir sobre formas variadas.
E se não há, que não há, uma ou mais divindades, porque se têm digladiado os homens, em seu ou seus nomes, quase desde a sua existência?
Respondem-me logo prontos os ateus: trata-se de lutas pelo poder e não lutas religiosas.
Está bem!
Será?
Mas deixemos «estas pequenas coisas».
A carga de espiritualidade que associo ao escrito de hoje deriva das palavras do Papa Francisco. Disse ele, recentemente: «Quando o capital se converte em ídolo e dirige as ações dos seres humanos, quando a avidez pelo dinheiro tutela todo o sistema económico, arruína a sociedade, condena o homem, transforma-o em escravo, destrói a fraternidade inter-humana, coloca povo contra povo, e como vimos, até põe em risco esta nossa casa comum» e exortou os «fiéis» a agirem no sentido de: «Colocar a economia ao serviço dos povos; Unir os nossos povos no caminho da paz e da justiça» e «defender a mãe Terra».
Quando das missas de domingo saírem homens e mulheres empenhados e empenhadas em agir de acordo com estes princípios, quando em Fátima, Santiago, Lourdes eles forem bandeiras, quando nos governos e nos parlamentos os cristãos respeitarem estes princípios e agirem de acordo com eles, quando nas cimeiras europeias os cristãos respeitarem estes valores, então…
Ver-me-ei confrontado com o meu paradigma e desde já me inclino para o mudar. Quando isso acontecer passarei a ser um teísta agnóstico.

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