terça-feira, 7 de julho de 2015

O QUE EU FIQUEI A SABER SOBRE A GRÉCIA

Há males que vêm por bem, dizem os que praticam o mal ou aqueles que querem que as vítimas dele a ele se submetam.
E foi assim, graças aos males dos gregos, que fiquei a saber do drama que vivem: - que lhes cortaram os salários e as pensões, que têm que emigrar para procurar trabalho, que não suportam os elevados valores dos impostos, que têm cada vez mais desempregados.
Inclusive, fiquei a saber que nos talhos, optam pelas carnes mais baratas, que compram os peixes mais baratos e que os salários deles cada vez são mais curtos e os meses mais compridos.
Imaginem, fiquei a saber, que os  Gregos não podem levantar mais de 60 euros por dia nas caixas multibanco!
Imaginem! (ainda há pouco eu, livremente, pude levantar 10).
Coitados dos gregos, o que lhes aconteceu…e creio que tudo isto aconteceu num espaço de cinco meses. Coitados.
Não fossem os diligentes, livres e sempre bem-intencionados repórteres que os diversos órgãos de comunicação situacional enviaram para o terreno e de nada disto teríamos tomado conhecimento.
Estes homens e mulheres, têm prestado um serviço inestimável e é até com pena que vemos o quanto os seus semblantes estão carregados de preocupação quando nos dão tão tristes notícias.
Um deles, que não está na Grécia, mas que pulula (e polui) entre Bruxelas e Estrasburgo, ontem, num direto, com um rosto de perfeito alucinado e roxo de raiva «informou-nos»:  - A Grécia nunca pagou um cêntimo. E repetiu. E repetiu.
Não há notícias de que esteja internado, coitado.
O que ele deve sofrer.
Ainda bem que vivemos em Portugal. Portugal não é a Grécia.
Bem hajam todos. Os senhores jornalistas. Os patrões dos senhores jornalistas. Os patrões dos patrões dos senhores jornalistas.
Aos encarregados de negócios do Eurogrupo, sempre tão diligentes, obedientes e disponíveis, um obrigado especial.
Obrigado a todos.
Em Portugal, graças a vós, não se passa nada disto.
Nem por sombras.
Bem hajam.

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