Já por aqui rebusquei, em tempos, qualquer coisa em torno dos conceitos de legal e de legitimidade.
Dando de desbarato as questões de ordem legal, porque estas são sempre a expressão dos dominantes, volto agora, em exclusivo, às questões da legitimidade.
Por exemplo, será legítimo e até mesmo expectável, que quando um homem diz uma coisa hoje e o seu contrário logo de seguida, logo seja chamado de mentiroso.
Será no entanto legítimo que, quando esse homem ocupa cargos públicos e os ocupa porque prometeu a quem o escolheu, determinadas coisas e depois faz precisamente o contrário, chamar-lhe exatamente o mesmo, ou seja, mentiroso?
Há aqui, claramente, um questão de legitimidade em aberto.
Para o mentiroso (este, o fino) legítimo é mentir.
Chamarem-lhe mentiroso, é obviamente, ilegítimo.
Num outro exemplo, hipotético claro, será legítimo dar um pontapé num carro desse homem ou até mesmo uma bofetada no dito cujo, por força das mentiras que prega e dos danos que causa?
Não, obviamente que não, gritarão em uníssono os legitimistas. Tal comportamento é mesmo um crime, dirão.
Mas não é crime que esse homem tome medidas que tiram o pão da boca dos filhos do homem que pontapeou o carro ?
Criminosa será, para os legitimistas, a atitude do homem desesperado (que pontapeia) e não as do canalha (mentiroso e desumano) .
Há aqui claramente uma questão de legitimidade em aberto.
E perante elas, opto pela legitimidade que advém do carácter, de quem se move erguido.
0 comentários:
Enviar um comentário