quarta-feira, 12 de setembro de 2012

UMA QUESTÃO DE LEGITIMIDADE

 

Já por aqui rebusquei, em tempos, qualquer coisa em torno dos conceitos de legal e de legitimidade.
Dando de desbarato as questões de ordem legal, porque estas são sempre a expressão dos dominantes, volto agora, em exclusivo, às questões da legitimidade.

Por exemplo, será legítimo e até mesmo expectável,  que quando um homem diz uma coisa hoje e o seu contrário logo de seguida,  logo seja chamado de mentiroso.
Será no entanto legítimo que, quando esse homem ocupa cargos públicos e os ocupa  porque prometeu a quem o escolheu, determinadas coisas e depois faz precisamente o contrário, chamar-lhe exatamente o mesmo, ou seja, mentiroso?

Há aqui, claramente, um questão de legitimidade em aberto.

Para o mentiroso (este, o fino) legítimo é mentir.
Chamarem-lhe mentiroso, é obviamente, ilegítimo.

 

Num outro exemplo, hipotético claro, será legítimo  dar um pontapé num carro desse homem ou até mesmo uma bofetada  no dito cujo, por força das mentiras que prega e dos danos que causa?
Não, obviamente que não, gritarão em uníssono os legitimistas. Tal comportamento é mesmo um crime, dirão.
Mas não é crime que esse homem tome medidas que tiram o pão da boca dos filhos do homem que pontapeou o carro ?
Criminosa será, para os legitimistas,  a atitude do homem  desesperado (que pontapeia) e não as do canalha (mentiroso e desumano) .

Há aqui claramente uma questão de legitimidade em aberto.

E perante elas, opto pela legitimidade que advém do carácter, de quem se move erguido.

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