quarta-feira, 21 de novembro de 2012

Se há tanta raiva nas medidas contra os trabalhadores da administração pública logo elas só podem ser oriundas de falhados que não conseguiram ter acesso legal a ela.


Construí propositadamente o título sob as regras da lógica e dei-lhe expressão de falácia.
Não o fiz garantidamente numa perspectiva de anulação e muito menos numa forma descuidada de dar o flanco a contra argumentadores.
Quem sabe de lógica e quem sabe o que é uma falácia, sabe que constituirá uma falácia afirmar que, se se trata de uma falácia, logo toda a informação é inválida.
Analisemos as premissas. Verifiquemos do seu valor lógico. E só depois tiremos conclusões.
O que antes nos pareceu uma falácia até pode constituir-se como tese.
Analisemos então:
Raiva nas medidas (uma premissa):
Qual é a lógica presente em medidas tão marcantes como sejam as associadas à destruição das carreiras, aos cortes de salários, à anulação de justas expectativas criadas por contrato?
Não parecem elas oriundas de alguém enraivecido?
Medidas contra os trabalhadores (outra premissa):
Dirão quem as toma, que as medidas, embora difíceis, se enquadram numa política necessária à própria salvaguarda do serviço público e logo no interesse dos próprios trabalhadores. Pois então porque não produzem tais efeitos? Porque aumenta a divida, baixa a produção, aumenta o desemprego, aumenta o deficit, afunda o PIB?
Não são de facto medidas contra os trabalhadores?
Até poderemos acrescentar que não só são contra os trabalhadores da administração pública como o são de facto contra todos os trabalhadores e contra os interesses do país, sem assim retirar nenhuma credibilidade à premissa.
Resta  apurar o facto de terem ou não os orquestradores desta política sido preteridos em qualquer procedimento de ingresso na administração pública.
Podem até nem terem sido…mas que parece, parece.
Falta pois este elemento, para que o que parecia uma falácia possa adquirir o estatuto de tese.

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