quarta-feira, 18 de fevereiro de 2015

Acerto de contas

Sr. Encarregado de Negócios

Sou muito respeitosamente a solicitar que possa mandar proceder ao acerto de contas na minha qualidade de sujeito passivo da fiscalidade.

Solicito ainda a maior urgência na medida em que, tudo indica, a «coisa» tem tendência a ainda ficar pior.

O Sr. e a contabilista bem pregam, mas o que não pregam, são os números.

Sei que têm andado a fazer pedidos de dinheiro para pagar o dinheiro que já haviam pedido.

Muitos, de entre os sujeitos passivos da fiscalidade, pensarão: «bem…do mal, o menos…pelo menos diminuímos a divida», mas pensam mal.

A divida não para de aumentar.

Em 2010 ela era de 16 371,03 milhões de euros. Em 2014 estima-se que seja 22 327 milhões.

Cresceu portanto mais de 1/3. (36,4%).

Sobre o que entretanto aconteceu ao país dispenso-me por agora. O Sr. dirá e mandam-no dizer, que este é o caminho e que a felicidade está ali ao virar da esquina.

E ao virar da esquina, nós os sujeitos passivos da fiscalidade, sabemos o que nos aguarda.

Vamos então a contas.

Eu – sim eu, deveria (não sei a quem nem porquê) 1565€.

Agora devo 2134€. (assumo este valor já que não lhe solicitei então o acerto de contas).

O Sr. e outro Sr. que antes de si tomava conta dos negócios, entretanto, mandaram cortar o meu salário entre 2010 e 31/12/2014 em 6772,73€.

Somos dois lá em casa e com um não tem rendimentos, porque ao fim de 30 anos de trabalho, ficou sem emprego – O Sr. não tem culpa nenhuma, pois não?! –  vou descontar por dois, o que perfaz 4268€ (2134 x 2).

Tenho portanto a haver 2504,73€ (pode arredondar por defeito).

Aguardo que me indique como vai proceder à devolução.

Afinal, somos homens que honramos os nossos compromissos.

As contas ficarão saldadas e delas prescindo de incluir juros de mora assim como não considero os aumentos de taxas e impostos e uma promoção a que legalmente já havia adquirido o direito.

Solicito ainda que, no futuro, tenham a amabilidade de me solicitarem autorização quando decidirem contrair dívida. É que contrair dívida em meu nome, sem nada me perguntarem, não parece ficar bem, entre homens de honra.

Na expetativa das noticias devidas

Cumprimentos

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