segunda-feira, 12 de dezembro de 2016

É obra...


Há dias, um blogue do burgo, sob venenosa insinuação – que não fica nada bem aos pergaminhos ditos revolucionários dos seus autores – afirmava que o Alentejo tinha perdido, nos últimos 40 anos, metade da sua população.

Os 40 anos a que se referia, eram os 40 anos do Poder Local Democrático, balizados entre as primeiras eleições autárquicas (12/12/1976) e a presente data.

À afirmação, acrescentava: «é obra».
Insinuação tão primária e tão sem sentido.

Mas, concentremo-nos na afirmação.

A operação censitária mais próxima do início do intervalo, é a realizada em 1970. Nela, segundo o INE apurou, o Alentejo tinha então, 531191 residentes.

Em 2011, de novo por operação censitária, o INE apurou 509849. Portanto, menos 21342 (-4,01%).

A vontade de fazerem a insinuação foi tão grande que perdeu a noção do ridículo.

A perda de efetivos que o Alentejo regista a partir dos anos 90 é um problema grave. Não tem é (felizmente) a gravidade catastrófica que o bloguista lhe quis colar.

Se quiserem analisar a dinâmica demográfica recente (para além das perdas iniciadas em 90) podem analisar o êxodo dos anos 60 (e nem mesmo aqui atingiu as proporções que referem), assim como o crescimento muito positivo verificado nos anos 80 (precisamente a década de implantação do Poder Local Democrático).

Mas façam-no com rigor analítico.

Sem insinuações rasteirinhas.

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