segunda-feira, 1 de julho de 2013

Reflexões e refluxos

 

Aqui, tenho dado uso a reflexões.
Algumas delas, por força de refluxos.
Reflexões, porque traduzem o resultado de observações, meros comentários.
Refluxos, porque brotam por vezes de uma forte carga emotiva, por força das tantas coisas que vão acontecendo, aqui, aí, por todo o lado e que me e nos provocam azias.
Várias foram as vezes em que o objeto da reflexão se centrou no próprio objeto de uso para expressar a reflexão, ou seja, o próprio «espojinho».
Alguma vezes, tentado em fazer amainar este vento, ventinho, incerto.
Outras vezes, impetuosamente desejando dar-lhe força que o possa transformar num dos seus primos (do «espojinho») maiores. Um tornado, quiçá.
Parece por vezes que o «espojinho» nem tem direção, nem sitio.
Percorre (em preocupação) terras e gentes espalhadas pelo mundo.
Lamenta a perda de amigos que nunca conheceu.
Manda abraços para quem nunca viu.
Às vezes quer assentar arraiais por aqui, de onde parte.
Às vezes promete concentrar-se em pequenas questões.
Uma simples sopa de cardos foi suficiente para merecer a sua atenção.
E as beldroegas e os peixinhos da horta?
Ultimamente, foi tentado a deixar o comentário simples e partir para os mais elaborados.
Mas recuou, pois estes exigem trabalho e não merecem consideração.
Pois então… não é o espojinho um fenómeno meteorológico imprevisível?
Sabemos das condições necessárias a que eles se formem, não sabemos é quando e que direção e intensidade vai ele assumir.
Agora, apetecia-me partir para o Brasil (não para as praias e muito menos para o futebol), mas para o Brasil que preenche as ruas com protestos e procurar saber os porquês todos.
Para o Egito, onde alguns, grosseiramente errados, falaram por contágio, de primaveras quando só se estava na presença de alguns dias solarengos de Inverno.
E dedicar algum tempo à Síria, ao Iraque, à Líbia, ao Afeganistão para aonde os meus ocidentais compinchas se atarefaram e atarefam em exportar democracia, e que impiedosamente a lança sob a forma de bombas e tiros sobre homens e mulheres, como eu e como tu.
E à Turquia (uma da exportadoras) que vemos agora (os que só veem o imediato) como a trata internamente.
Mas, se calhar, pelo menos hoje, vou ficar por aqui.
Numa reflexãozinha ressacada de um fim de feira.
A Feira de S. João em Évora.
Todos os anos se aquece esta discussão e este ano com a ajuda de uns dias bem quentinhos mais quentinha ela foi.
E em Setembro, temos eleições para o governo da cidade…facto que lhe deu acrescentado alento.
Eu, que gosto da feira a saber a pó, de perfumes de mistura das sardinhas assadas e entremeada, de sons berrados e pimbas que obrigam a falas sussurradas e adoçam as nossas conversas .
Da cerveja bebida e da cerveja entornada por um encontrão acidental.
E gostaria que continuasse assim, só que…
Também tivesse espaços para quem não gosta dela assim.
Estivesse mais limpinha.
Não esquecesse as raízes e marcas do Alentejo onde brota.
Que a pimbalhada não fosse dominante.
Que não estivesse durante todo o tempo uma parte significativa da sua área reservada para o supra sumo pimba de uma festa da TVI  onde se promoveram violadores dos valores patrimoniais da cidade a istoriadores (não, não me esqueci do h).
Que voltasse a ocupar o jardim e a mata.
Que as tasquinhas voltassem a ser tasquinhas, geridas pelas associações e coletividades, sem mesas marcadas e com mais improviso.
Um feira que fosse também a festa e o ponto de encontro de nós e de nós com os outros.
Pode ser que venha por aí (para aqui)  um espojinho e a gente tenha uma feira assim para o ano.

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