terça-feira, 20 de janeiro de 2015

PODEMOS OU NÃO PODEMOS

As próximas eleições na Grécia andam a perturbar muita gente. A Eurocracia anda nervosa. As perturbações maiores residem na possibilidade real e um partido de fora do «arco» poder ganhar lá as eleições. Importaria, antes de mais, aferir se de facto o Syriza está fora do «arco» ou só ligeiramente desalinhado, mas tal desiderato pode, por agora ser adiado (procrastinado, como agora por aí se diz muito). Em Portugal, onde obviamente não se registam exceções, os eurocratas lusos, para além da perturbação que sentem por força do perigo dessa possibilidade, questionam – seguros que tal perigo aqui não existe – as razões para a não existência de tal fenómeno com nomes e personagens lusos. E teorizam doutoralmente, como o fazem sempre em torno das suas certezas – desenhadas em torno dos seus umbigos – sobre a «natureza» do povo português. A sua honradez. Os seus brandos costumes e a sua eterna gratidão. Como se os outros fossem sem honra, arruaceiros e ingratos. Outros, não menos eurocratas, mas com discurso – com pompa e audiência - de índole anti eurocracia – experimentam de tudo para ver se a coisa por aqui pega e se eles, podem ou não apanhar boleia. O problema, é que o veículo está velho, em mau estado e limita-se a ser assim uma espécie de carrinha de caixa aberta com poucos lugares de cabine. E assim, eles Podem apanhar boleia, mas não Podem ir todos na cabine. Os outros que Podem e têm de ir na carroçaria, logo que podem saltam. Com esta gente não Podemos. A gente Pode. Se assim o quisermos.

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