terça-feira, 23 de fevereiro de 2010

É sempre do mesmo



«Para o economista chefe do FMI o esforço de consolidação orçamental pode durar 20 anos e, nesse âmbito, sacrificar salários para recuperar competitividade será uma medida inevitável.
Numa entrevista hoje divulgada pelo jornal italiano La Repubblica, Olivier Blanchard declarou que "a adaptação é mais fácil para os países que podem desvalorizar a sua moeda", o que não acontecerá "nos países que não têm essa opção", onde "o aperto será extremamente doloroso". Portugal está nesta situação.»

Eis de novo, o discurso de sempre.
Pelos vistos, vai durar - ameaçam - pelo menos mais 20 anos.
O discurso inevitável. O peso da opinião que quem se afirma detentor do saber. Nada mais há a fazer.
Preparemos-nos pois. A nossa vida vai continuar a marcar passo.
Quem sou eu, ou tu caro amigo que me lês, para se julgar no direito sequer de duvidar que não há outro caminho?

Moralizar a vida pública.
Combater excessos e gastos supérfluos.
Retirar da lógica do lucro sanguinário, bens e serviços essenciais à população.
Tributar os milhões gerados no jogo especulativo e os prémios imorais de gestores de trazer por casa.
(Dizem que um conhecido ex continuo, de um grande banco, ganha hoje mais - em Portugal - que o Presidente dos EUA).
Reduzir nas mordomias patéticas de um poderoso aparelho partidário que precisa de alimentar a «pão de ló» as suas clientelas. (os episódios trazidos a lume - PT e outros - não só ofendem como enojam).
Criar condições para o aumento da procura interna e consequente aumento da produção.

Estas não são soluções.
Os senhores do FMI, Banco Mundial, Banco Central Europeu, Banco de Portugal e dos outros e os outros assim o dizem e está dito.

Mesmo que na Argentina, na Grécia, Na Islândia, em Portugal, em Itália e em quase todo o mundo, a realidade demonstre o contrário das suas doiradas (de oiro) teorias.

Mesmo que Lula da Silva lhes diga que fez exactamente o contrário e que assim teve êxito.

E silenciam ou procuram silenciar a Greve Geral da Grécia com o cerco à bolsa e um povo inteiro que se levanta contra o remédio que mata.

Até a desgraça da Madeira lhes serve, para que não se fale de mais nada.

Até quando?

Até quando julgam possível o silenciamento?

Que ninguém tenha o adquirido como certo e definitivo.
Essa arrogância fica-vos mal e pode-vos assentar mal.

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