segunda-feira, 1 de fevereiro de 2010

Sem dias e sem noites



Esboço do que poderia ser uma crónica feliz

Parece que antes de tempo, tal é a ansiedade, o Governo de Sócrates, imprimiu a pompa propagandística habitual e decide comemorar ao 99.º dia os seus cem dias de governo.
Uma crónica feliz não começaria certamente por exaltar tal facto, mas o seu contrário.
Exaltaria a existência de um Governo plural e cuja orientação se subordinasse em exclusivo ao exclusivo respeito pela Constituição, que valorizasse a vida humana, que apostasse na juventude e que trabalhasse para garantir um desenvolvimento sustentável.
Um Governo que privilegiasse os mais necessitados, que premiasse os mais capacitados, que estimulasse a cultura.
Um Governo de solidariedade e de equilíbrios intergeracionais.
Um Governo para Portugal e de Portugal no Mundo.
Mas estes seriam os esboços de uma crónica feliz
A que escrevemos corresponde a 100 (99) dias de amargura (adicionados a tantos outros cem). Em que vimos crescer o desemprego, a crónica que não pode deixar de referir 2 milhões de pobres, a que se confronta com a angústia de milhares de jovens em tudo a prazo.
A que se defronta com o povo em luta, os enfermeiros, a função pública, os trabalhadores sem salários e aqueles a quem lhes fecharam as portas.
A crónica que não pode deixar de se interrogar sobre se a liberdade (pelo menos a sua fachada formal) está efectivamente garantida ou se os episódios de Manuela Moura Guedes e agora Mário Crespo, não serão perigosos prenúncios.
Como seria bom poder escrever a crónica dos sem dias e sem noites de Sócrates e da sua política, mas..
por culpa de …ninguém, assim não pode ser.
Afinal era preciso o «nosso» sacrifício…porque senão podia ganhar a direita, não erra?
Votar nos que sempre alertaram e que propunha um novo rumo, que poderia permitir viver a crónica feliz, era foleiro não era?
Amanhã voltaremos a fazer o mesmo não é?
E as crónicas continuarão a não ser de dias felizes, não é?
Não será politicamente correcto, mas advogo que temos de ser responsabilizados pelos nossos actos.
Chega, porque…
Sim é possível sermos felizes…
ou ficará mais bonito (e não foleiro) se dito em inglês?

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