Dizem-me alguns que fazer greve é um direito, não uma obrigação.
São os que estão inclinados para mandar às urtigas os direitos e a borrifarem-se para as obrigações.
São aquela espécie iluminada que para além de outros dons de que se julga detentora, julga-se capaz de passear por entre a chuva sem se molhar.
As coisas estão más. O dinheiro faz-lhe falta.
Pois estão. Pois faz. A todos (ou quase).
E muita culpa têm.
Fizeram com as escolhas, que são direitos, desobrigações.
Sentiram-se desobrigados a assumirem a sua condição.
Caramba eles até têm um bmw e vão passar férias na mesma praia que o sr. Fulano.
(agora a coisa tá feia - chegou a hora de pagar os empréstimos com que se pagaram empréstimos o cartão de crédito com que se pagaram créditos e só esperam o dia em que lhe virão buscar o bmw).
A um espécime ouvi um dia: “votar no partido dos pobres? Era o que faltava, para pobre basto eu”.
Para além de pobre é míope de ideias.
Votou junto com o sr. Fulano - deve-lhe ter dito isso mesmo, quando se cruzou com ele na praia. Só que o Sr. Fulano dirigia-se à esplanada chique onde iria comer uma “mariscada” e ele ia para a cave arrendada comer entremeada.
Mas são estes que agora me dizem: “fazer greve é um direito, não é uma obrigação”.
Mais uma vez estão enganados:
Fazer greve é uma obrigação a que temos direito.
Estamos obrigados por nós.
E por todos os que conquistaram esse direito.
Estamos obrigados pelos nossos filhos e pelo nosso País.
Estamos obrigados ou devemos estar, pela nossa consciência de seres socialmente responsáveis.
Ajudemos os que ainda podem aprender a saber o que é isso…
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