quinta-feira, 23 de novembro de 2017

A vaca pode voar

Disse o primeiro-ministro (do Governo PS – não se esqueçam) que não se pode gastar todos os recursos do estado com a administração pública.

Claro que não senhor primeiro-ministro, até porque se assim fosse não sobrariam recursos para a banca privada e como sabemos, esta é prioritária.

Dizem-nos que já canalizou para esta – a banca privada - 10 mil milhões.

Para a reposição de direitos (coisa que tanto o senhor primeiro-ministro como o senhor presidente da republica -o afetuoso- consideram impensável que possa atingir os níveis de antes de serem tirados) indignam-se com a possibilidade de gastarem um décimo dessa verba.

Impensável, não se pode dar tudo, a todos, ao mesmo tempo.

Pois não. O que se pode é tirar tudo, a todos, ao mesmo tempo.

Todos, se forem trabalhadores da administração pública.

Mas é com a administração pública que se facultam os serviços de saúde, a segurança, transportes e infraestruturas, o ensino, a segurança social, as pensões, o apoio aos mais desprotegidos, os apoios na habitação, a defesa e a segurança do país, a representação nacional.

É com a administração pública que se geram alguns dos mecanismos de justiça na distribuição dos rendimentos e no uso de oportunidades.

É compreensível que grande parte dos recursos seja para aqui canalizado, ou não será?

Existem sempre outras excelentes alternativas. Paraísos fiscais, especulação, tubarões sem rosto e sem pátria, sanguessugas de todo o tipo.

A banca é um instrumento excelente para esses fins.

A comunicação social, apesar de adestrada, tem trazido para a opinião pública, nomes e cifras.
Senhor primeiro-ministro resista a ir por aí, deixe o senhor dos afetos a falar sozinho.

O senhor sabe que esse não é o caminho e tanto que o sabe que o tem dito e tem dado passos noutro sentido.

Porquê agora a inversão?

A vaca pode voar.

Mas também se pode estatelar.

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